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Cultura de experimentação: entenda como aplicá-la no desenvolvimento de produtos digitais

Por 08/08/2023 26/08/2024 9 minutos

A cultura de experimentação está se tornando uma prática cada vez mais relevante no desenvolvimento de produtos digitais, já que incorporar essa abordagem permite que os times testem novas ideias e estratégias, ajustando e refinando suas soluções com base em dados reais e feedback contínuo

Ao adotar a cultura de experimentação, as empresas podem aprimorar sua capacidade de inovação, pois respondem de maneira ágil às mudanças do mercado e às necessidades dos usuários

No cotidiano, essa mentalidade promove um ambiente onde a tentativa e o erro são vistos como oportunidades de aprendizado, em vez de falhas, incentivando uma melhoria constante e significativa das entregas. 

Explorando esta abordagem, é possível transformar a maneira como os produtos são desenvolvidos e ajustados ao longo do tempo. Quer saber como? Continue a leitura e tire todas as suas dúvidas!

Qual é o conceito de experimentação?


Segundo Alexander Osterwalder, a experimentação para produtos digitais é um método que busca validar hipóteses de negócios inovadores, por meio de coleta de dados relacionados ao negócio. 

Já o experimento, por sua vez, é o processo de criação e análise de ações, focadas em amadurecer a confiança sobre tais hipóteses. Para cada momento do produto digital, há uma série de possíveis experimentações. De acordo com o livro Testing Business Ideas, podemos dividir os tipos de experimento em Descoberta e Validação — que veremos mais adiante. 

O que é experimentação, do livro Testing Business Ideas
Fonte: Imagem própria (Baseada no livro Testing Business Ideas)

Qual o objetivo principal da experimentação?


Sem dúvidas, o objetivo central da experimentação é ajudar as empresas a inovar mais rapidamente e com maior segurança. Nesse sentido, com os testes e ajustes realizados frequentemente, as corporações podem validar novas ideias e estratégias, mesmo antes de implementá-las em larga escala. 

Com isso, é possível reduzir significativamente os riscos e custos associados ao desenvolvimento de produtos e à introdução de mudanças no mercado

Ou seja, com uma abordagem experimental, identificamos e corrigimos problemas preventivamente, garantindo que as soluções sejam baseadas em evidências concretas e feedback real

O que é o método de experimentação?


O método de experimentação é uma abordagem científica utilizada para investigar e validar hipóteses por meio da realização de testes controlados e sistemáticos. 

No contexto do desenvolvimento de produtos digitais, essa metodologia envolve a criação de variáveis independentes e dependentes para avaliar o impacto de alterações específicas. 

O objetivo é obter insights precisos sobre o comportamento dos usuários e validar diferentes estratégias.

Na prática, a cultura de experimentação utiliza várias técnicas para implementar esse método, como:

  • Testes A/B: permitem comparar duas versões de um elemento para determinar qual oferece melhor desempenho; 
  • Feedback loops: são ciclos contínuos de coleta de opiniões e dados dos usuários, que informam ajustes subsequentes; 
  • Análise iterativa: envolve a revisão constante dos resultados para refinar e aprimorar as soluções com base nas evidências obtidas. 

Em síntese, esses métodos colaboram muito para otimizar o desenvolvimento e a experiência dos clientes com o aplicativo, plataforma ou sistema.

O que significa processo de experimentação?


O processo de experimentação refere-se à prática de conduzir uma série de testes sistemáticos para explorar e validar novas ideias e hipóteses, de forma organizada, estruturada e bem documentada

Envolve, portanto, a definição de variáveis a serem testadas, a coleta e análise de dados para avaliar o impacto das mudanças e a implementação de ajustes com base nos resultados observados.

E vale dizer: os times de produto precisam estruturar o processo de experimentação em etapas bem definidas:

  1. Estabelecem objetivos claros e hipóteses específicas para testar;
  2. Projetam e executam experimentos, muitas vezes utilizando métodos como testes A/B e outros citados;
  3. Realizam análises detalhadas para interpretar os resultados e informar as decisões futuras;
  4. Documentam os aprendizados para consultar no futuro, sempre que necessário.

O que significa fase de experimentação?


A fase de experimentação é uma etapa específica do desenvolvimento de produtos digitais dedicada a testar e validar novas ideias ou alterações que se deseja fazer na solução

Durante esta fase, vários passos são executados, conforme citado no tópico anterior. O processo começa com o planejamento, onde define-se os objetivos e as hipóteses. 

Em seguida, cria-se uma metodologia para conduzir os testes, que inclui a configuração de variáveis e a definição de métricas do produto

Na execução, ocorre a realização dos testes e a coleta de dados, a revisão dos resultados, na qual os dados são analisados para avaliar o sucesso das mudanças e orientar decisões futuras.

O que é cultura de experimentação?


É quando a empresa valoriza a prática contínua de testar e iterar novas ideias para promover inovação de processos e melhorias. Essa cultura é integrada à estrutura organizacional, pois incentiva todos os membros do time a adotar uma mentalidade de aprendizado e adaptação. 

Ao invés de temer falhas, as empresas que adotam essa cultura veem os experimentos como oportunidades de crescimento.

Além disso, a cultura de experimentação influencia até mesmo a percepção dos concorrentes e outros stakeholders sobre o negócio. 

Afinal, quem faz testes de forma recorrente está, frequentemente, à frente do mercado, desafiando o status quo e descobrindo novas formas de gerar resultados efetivos. 

Quais são os 3 princípios básicos da cultura de experimentação?


Os três princípios da cultura de experimentação são a criação de um ambiente seguro para falhas, a importância do aprendizado contínuo e a promoção da curiosidade

Confira mais detalhes sobre cada um deles abaixo:

  1. Criação de um ambiente seguro para falhas: aqui, você cria uma atmosfera onde os erros são vistos como oportunidades de aprendizado e não como motivos para punição. Isso encoraja o time a experimentar sem medo de retaliação;
  2. Importância do aprendizado contínuo: encoraje a coleta e análise constante de dados para melhorar processos e produtos. Além disso, é necessário incentivar a busca por referências, exemplos de mercado e oportunidades de testes;
  3. Promoção da curiosidade: estimula a exploração e a investigação de novas ideias. Isso porque a curiosidade impulsiona a inovação, levando a descobertas valiosas e soluções criativas para os problemas enfrentados pela organização.

Como aplicar a cultura de experimentação no desenvolvimento de produtos digitais


Aplicar a cultura de experimentação no desenvolvimento de produtos digitais envolve adotar práticas sistemáticas para testar e validar hipóteses em todos os times que lidam com a criação de novas soluções

Isso permite otimizar processos e inovar de forma ágil, reduzindo riscos e maximizando a eficiência. Então, para aplicar esse tipo de cultura, ela precisa passar por duas fases: a de descoberta e validação. Veja abaixo como realizar esse processo!

Descoberta


Nesta fase, o foco está nos produtos digitais que estão em estágio inicial e incerto. Aqui, o objetivo é explorar o mercado ideal, a fim de entender o problema e validar oportunidades. Nesse quesito, vale: 

  • Realizar análise de mercado: coletar dados sobre o setor e tendências;
  • Entrevistar potenciais clientes: entender suas necessidades e problemas;
  • Teste de proposta de valor: avaliar a atratividade do produto para o público-alvo.

Validação


A fase de validação é destinada a criação de produtos digitais que já passaram pela fase inicial de testes. Aqui, o foco é confirmar a viabilidade da direção do produto e, por isso, os experimentos estratégicos nesta fase incluem:

  • Testar protótipos funcionais: criar versões iniciais do produto para testar com usuários reais;
  • Testar canais de distribuição: observar a eficácia de diferentes canais de distribuição;
  • Mágico de Oz: oferecer uma experiência simulada para testar o valor do produto sem a solução completa.
Técnica Mágico de Oz para validação de produtos digitais
Fonte: Imagem própria (Baseada no livro Testing Business Ideas)

Conclusão


Conforme vimos, adotar a cultura de experimentação traz diversos benefícios para o desenvolvimento de produtos digitais. Isso porque, as técnicas de experimentação fornecem uma abordagem direta para validar hipóteses, permitindo entender melhor a viabilidade de novos produtos e as necessidades dos usuários. 

Em resumo, com um planejamento adequado, mensuração cuidadosa e execução sistemática, é possível criar soluções mais assertivas que atendam às demandas do mercado e dos usuários.

Além de promover economia financeira, a experimentação orienta o caminho para produtos digitais bem-sucedidos e alinhados ao Product-Market Fit. 

Para empresas que buscam inovação com um investimento inicial baixo e a capacidade de ajustar rapidamente suas estratégias, a SoftDesign oferece um serviço de experimentação especializado. Veja como acontece, na prática:

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Perguntas frequentes


Confira as respostas rápidas para o que as pessoas mais querem saber sobre cultura de experimentação!

Qual é o conceito de experimentação?

Experimentação é um método sistemático para testar e validar hipóteses por meio de testes controlados. 

O que é cultura de experimentação?

É uma abordagem empresarial que incentiva o teste contínuo de novas ideias e a adaptação com base em dados e feedback. Ao invés de temer falhas, as empresas que adotam essa cultura percebem os erros como oportunidades de aprendizado. 

Quais são os tipos de experimentação?

Os principais tipos de experimentação incluem testes A/B, que comparam duas versões de um elemento para determinar o mais eficaz; protótipos funcionais, que testam versões iniciais de produtos; e testes de canais de distribuição, que avaliam a eficácia de diferentes métodos de alcance. 

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Foto do autor

Gabriela Castro

Product Designer com pós-graduação em Experiência do Usuário pela PUCRS. Especialista em user e product research, com atuação em concepções e experimentações para startups early stage.

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