No mercado atual, a cultura de produto tem se mostrado como um diferencial significativo para as empresas que desejam inovação e crescimento contínuo. Mas para além das palavras bonitas citadas, afinal, o que isso quer dizer?
Em linhas gerais, a cultura corresponde a um conjunto de hábitos, valores e crenças que diferenciam um grupo de pessoas do outro.
Arraigada no subconsciente, ela é percebida por meio de pistas como a maneira como os processos são feitos, relacionamentos são estabelecidos e comportamentos são valorizados.
No meio corporativo, essa percepção é importante porque, ao identificar esses indícios, a empresa consegue alinhar o desenvolvimento de seus produtos às necessidades reais dos clientes, às potencialidades dos colaboradores e, claro, aos objetivos do negócio.
Para saber, então, quais são os principais componentes da cultura de produto, seus principais benefícios e como implementá-la de verdade em sua empresa, continue conosco!
A cultura de produto é um conjunto de hábitos, valores e crenças usadas para gerar entregas de alta qualidade. O principal objetivo, aqui, é atender às necessidades reais dos clientes.
Para que isso aconteça, essa prática permeia todos os aspectos de uma organização, desde o modelo de trabalho das equipes até os processos, artefatos e ferramentas utilizadas para entregar o produto final.
Não à toa, seu foco está mais nos resultados (outcomes) do que nas saídas (outputs).
Diferentemente da cultura de projetos, em que o sucesso é medido pela entrega de itens predefinidos, a cultura de produto se preocupa com o impacto gerado por eles. Ou seja: a prioridade é o valor fornecido ao usuário, e não o volume de tarefas.
Em contraste com a cultura de TI, mais focada em processos operacionais/rotineiros, a cultura de produto enxerga os Desenvolvedores como participantes ativos na criação de produtos revolucionários, e não como meros executores de atividades automáticas e morosas.
Pensando nisso, é fácil concluir que adotar essa perspectiva é essencial para qualquer empresa que deseja se destacar em um mercado voltado para a transformação digital, certo?
Afinal, para garantir a longevidade e lucratividade do negócio, gestores precisam investir na criação de produtos inovadores, sustentáveis e alinhados às expectativas dos usuários.
E podemos dizer com tranquilidade: a cultura de produto é capaz de entregar essas e outras vantagens!
Para implementar uma cultura de produto, o primeiro passo é saber quais são seus principais componentes. Afinal, eles ajudam a construir a base conceitual necessária para o desenvolvimento de produtos digitais.
Sendo assim, que tal explorarmos cada um deles e suas vantagens?
Na cultura de produto, a tomada de decisões é orientada por dados. A abordagem data-driven significa que todo o time deve utilizar métricas e análises para melhorar sua performance ou a qualidade das entregas.
Ao invés de mensurar o cumprimento de planos do clássico triângulo escopo, custo e tempo, passamos a analisar por métricas de produto relacionadas ao negócio.
Em vez de confiar apenas na intuição, preferências subjetivas ou em experiências pessoais, os times de produto analisam dados concretos para entender o comportamento dos usuários e, dessa forma, identificar oportunidades de melhoria prioritárias.
Hoje, temos acesso a frameworks de métricas para todo tipo de solução digital!
Os Key Performance Indicators (KPIs) ou Objectives and Key Results (OKRs), por exemplo, permitem que as empresas façam ajustes rápidos e monitorem o sucesso de seus produtos em ciclos definidos.
Você vai perceber, com o tempo, que a conversa vai passar a girar em torno de indicadores reais e relevantes, como faturamento, número de usuários, percentual de conversões, vendas, e por aí vai.
Esses números deixam de ser segredos conversados apenas em reuniões de diretoria e passam a ser tratados diretamente pelo time que busca, por meio de experimentos, descobrir como impactar positivamente esses indicadores!
A experiência do usuário (UX) é um dos componentes mais importantes da cultura de produto. Para colocá-lo no cotidiano da sua organização, o time precisa fazer, praticamente, um exercício de empatia.
A verdade é que criar um produto sob a perspectiva do usuário demanda entender suas necessidades e formas de pensar. E isso é importante para o Designer, Desenvolvedor, Product Owner, Analistas de Qualidade e todas as outras pessoas envolvidas no desenvolvimento da solução digital.
Mas, complementando o que citamos no tópico anterior, você não deve se basear em percepções enviesadas ou subjetivas. Avalie dados concretos e colete feedback junto aos usuários para entendê-los verdadeiramente
Isso significa que, quando implementamos uma cultura de produto, todos os colaboradores devem se atentar às necessidades dos clientes, projetando cada ponto de contato para proporcionar experiências positivas, garantindo que as expectativas sejam atendidas e os problemas resolvidos.
O desenvolvimento de produtos, aqui, é um processo que envolve a integração de diversas áreas como design, engenharia e marketing, por exemplo, para criar produtos que realmente entreguem valor.
Essa prática deve ser contínua, com ciclos de feedback e melhorias constantes, para garantir que o produto evolua conforme as necessidades dos usuários e as tendências do mercado.
O ciclo de vida do produto abrange todas as fases desde a concepção até o acompanhamento e manutenção da solução. Nesse aspecto, a cultura de produto traz à tona a necessidade de pensar estrategicamente em todas etapas do desenvolvimento de aplicações, que são:
Entender e gerenciar essas etapas é essencial para maximizar o valor entregue ao longo do tempo, entendendo como entregar uma experiência cada vez melhor ao usuário e, ao mesmo tempo, aumentar o Retorno sobre o Investimento (ROI) do produto.
Um roadmap bem definido é essencial para guiar o time responsável pelo seu desenvolvimento. Afinal, ele delineia a visão, a direção e as prioridades do produto ao longo do tempo.
Entre as principais ferramentas usadas para tangibilizar esse aspecto da cultura de produto, destacam-se:
Inclusive, frameworks e métodos importantes que ajudam a implementar e acompanhar o andamento do roadmap de produto são:
Vale reforçar, ainda, que o roadmap ajuda a alinhar todos os membros da equipe em torno dos objetivos comuns e a garantir que todos estejam visando os mesmos resultados.
A experimentação é um componente central na cultura de produto. Promover testes contínuos permite que as equipes validem hipóteses e aprendam rapidamente o que funciona e o que não funciona para aproximá-las do objetivo central: resolver as dores dos usuários.
A adoção de experimentação é um sintoma da transição de uma cultura de projetos para uma cultura de produtos. Na primeira, não é normal reservar espaço para o aprendizado, já que a filosofia é uma abordagem racionalista preditiva. Em projetos, definimos cedo um escopo detalhado e, aí, basta garantir que ele seja entregue.
Mas produtos, serviços ou modelos de negócios só são inovadores só porque ainda não existem, certo? Isso significa que eles são baseados em hipóteses, precisam ser validados e, portanto, a experimentação é essencial.
É preciso estar aberto ao aprendizado constante, às mudanças e à diversidade de hipóteses!
Por mais que sejam realizadas pesquisas e entrevistas com usuários, que levantemos informações para apoiar o desenvolvimento, ainda assim o que fazemos ao definir o produto é uma proposição, uma hipótese de solução.
É preciso testar rápido e com eficiência para aprender e descobrir se a experiência de usuário e o modelo de negócio proposto efetivamente funcionam. É para isso que serve o Mínimo Produto Viável (MVP), por exemplo.
Esse processo é crucial para a inovação, pois permite ajustes ágeis e minimiza os riscos associados ao desenvolvimento de novas soluções.
O senso de ownership (propriedade) é vital para uma verdadeira cultura de produto, pois ela só existe se as pessoas do time possuem senso de dono. Afinal, quem se importa mais com um negócio do que o seu criador? A ideia aqui é que todo o time atue como owner e, portanto, verdadeiramente se importe com os resultados.
Pessoas que se importam constroem, colaboram, melhoram e auxiliam nas definições. Elas têm visão de futuro, são proativas para antecipar e resolver problemas e agem com entusiasmo e paixão. O ownership é responsável pelo orgulho que o time sente ao trabalhar no produto e contribui diretamente para a qualidade das entregas.
Quando os colaboradores se veem como donos das soluções que criam, eles se comprometem muito mais. Isso incentiva a proatividade, a colaboração e várias outras habilidades comportamentais importantes.
Implementar uma cultura de produto requer abordagens bem estruturadas. A seguir, apresentamos algumas táticas essenciais para ajudar sua empresa a adotar e sustentar essa mentalidade. Vamos lá?
Lançar um MVP é fundamental para validar ideias de produtos com o mínimo de esforço e recursos. Afinal, ele permite que o time teste hipóteses e obtenha feedback rápidos, sem a necessidade de desenvolver uma solução super robusta para isso.
Ao focar nas funcionalidades essenciais, é possível identificar o que realmente agrega valor ao usuário e fazer ajustes continuamente antes de investir em um desenvolvimento mais complexo.
Essa abordagem reduz riscos, dá agilidade e garante que o produto vá ganhando funcionalidades e se tornando cada vez mais alinhado às expectativas do mercado, ao mesmo tempo em que já consegue faturar e conquistar clientes, porque resolve os principais problemas.
Fomentar a inovação efetiva é crucial para manter a relevância e a competitividade dos produtos.
Incentive a criatividade e a experimentação dentro do time, criando um ambiente em que novas ideias possam ser exploradas e testadas sem medo de falhas.
Além disso, promova a colaboração entre diferentes áreas para identificar oportunidades de inovação que possam ser transformadas em produtos ou funcionalidades diferenciadas.
Aplicar a Metodologia Lean no desenvolvimento de produtos ajuda a maximizar valor e minimizar desperdícios, pois ela enfatiza a eficiência e a agilidade, focando em entregar valor real aos clientes com o menor esforço possível.
Ao adotar práticas Lean, como a eliminação de todo e qualquer tipo de desperdício, seu time pode desenvolver produtos mais rapidamente, usar melhor os recursos disponíveis e responder de maneira ágil às mudanças que surgem no caminho — que são muitas.
Implementar métodos ágeis é outra estratégia eficaz para promover entregas rápidas e adaptáveis.
Frameworks e métodos como Scrum e Kanban, por exemplo, permitem que os times de produto trabalhem de forma iterativa e incremental, ajustando-se rapidamente às novas informações e mudanças de prioridades.
Por fim, elas também facilitam a comunicação e a colaboração dentro das equipes, garantindo que todos estejam alinhados em direção aos mesmos objetivos.
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Veja, a seguir, as respostas para as principais dúvidas sobre cultura de produto.
A cultura de produto é um conjunto de hábitos, valores e crenças que orienta o desenvolvimento de produtos digitais, focando em atender às necessidades reais dos usuários e alcançar objetivos de negócios.
O MVP é a versão mais simples de um produto que entrega valor. Ele permite testar hipóteses e obter feedback real com o mínimo de esforço e recursos.
Adotar uma cultura de produto é essencial para empresas que desejam inovar e se destacar no mercado de produtos digitais.
Essa cultura promove o desenvolvimento de soluções que realmente atendem às necessidades dos usuários.
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