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On premise vs Cloud: como decidir entre controle, custo e escala

Por 17/10/2025 17/10/2025 12 minutos

Quem vive no dilema de escolhas para a infraestrutura de TI deve, invariavelmente, se questionar onde manter os sistemas, entre as opções on premise vs cloud. E a verdade é que a decisão passa diretamente pela capacidade de inovação, a escalabilidade dos negócios e até mesmo a competitividade da organização em seu nicho.

Ou seja: não é só uma avaliação técnica. Para líderes de TI, a escolha entre on premise e cloud é estratégica e envolve avaliar riscos, custos de longo prazo (CAPEX vs OPEX), requisitos regulatórios, necessidades de latência e, principalmente, a visão de futuro da empresa.

Neste artigo, exploraremos as diferenças fundamentais entre os dois modelos.

O que é on premise? Entenda a infraestrutura tradicional        

No modelo on premise, servidores, sistemas e bancos de dados ficam fisicamente hospedados e gerenciados dentro da própria organização.

Nesse formato, a empresa é responsável pela aquisição de hardware, licenciamento de software, segurança física e lógica, além da manutenção contínua da infraestrutura.

Entre as suas vantagens:

  • A empresa mantém soberania sobre seus dados e o ambiente de execução dos sistemas. Muito útil para setores que lidam com informações sensíveis e precisam cumprir normas rígidas de compliance;
  • É possível configurar servidores e sistemas de forma altamente personalizada para atender a requisitos específicos de operação;
  • Áreas como Financeiro, Saúde e Governo muitas vezes exigem que dados sejam processados e armazenados em infraestrutura própria, para garantir conformidade com legislações locais.

Por outro lado, o modelo on premise costuma ter um alto investimento inicial (CAPEX) porque envolve a aquisição de hardware, licenças e infraestrutura física. Além disso, é necessário manter uma equipe interna para monitorar, atualizar e reparar sistemas.

E com o avanço e inovação contínua da transformação digital, servidores e softwares podem se tornar defasados, exigindo novos investimentos e atualizações periódicas.

O que é cloud computing e por que está crescendo?

O modelo cloud computing é a infraestrutura de TI em que servidores, sistemas e dados ficam hospedados em provedores externos, acessados pela internet.

Nesse formato, a empresa não precisa investir em hardware próprio, pois contrata recursos sob demanda, pagando apenas pelo uso (modelo OPEX), e o provedor de nuvem é responsável pela manutenção, atualizações de segurança, disponibilidade e escalabilidade do ambiente.

Parece interessante? A movimentação global nesse tipo de solução aponta que sim. 

Especula-se que, até 2027, 90% das empresas tenham soluções de nuvem ao menos para alguma necessidade. Para 2025, os valores em torno do cloud computing giram em torno de US$ 723,4 bilhões e, a seguir, você conhece alguns motivos para isso:

  1. Escalabilidade imediata, que permite ampliar ou reduzir recursos em minutos, atendendo picos de demanda sem precisar comprar novos servidores;
  2. A redução de CAPEX, o que libera as empresas de altos investimentos iniciais em hardware, substituindo-os por custos mensais mais previsíveis;
  3. O acesso a tecnologias como inteligência Artificial, automação e analytics se torna viável mesmo para empresas que não teriam como investir internamente nesses recursos.

Por outro lado, a dependência do provedor pode trazer riscos. Sem governança adequada, os custos variáveis podem escalar rapidamente, comprometendo o orçamento de TI. 

Vale mencionar, também, a latência em aplicações sensíveis, que podem sofrer com a distância dos data centers, apesar das otimizações possíveis com CDNs e redes distribuídas.

Ainda está complicado decidir entre um ou outro formato?

On premise vs cloud: comparação prática para gestores        

A decisão entre on premise e cloud computing demanda uma análise multidimensional que envolve critérios como custos, segurança, latência, controle e escalabilidade.

Gestores de TI vão entender que essa comparação se faz necessária, porque cada escolha impacta a performance do negócio, a conformidade regulatória e a capacidade de inovação. Com a tabela abaixo, você verá um resumo com as principais diferenças entre on premise vs cloud:

CritérioOn PremiseCloud Computing
CustosAlto CAPEX inicial com compra de hardware, licenças e infraestrutura; manutenção contínua de equipe e sistemas.Modelo OPEX (pay-as-you-go), sem grandes investimentos iniciais. Possibilidade de reduzir custos ao migrar workloads não críticos.
SegurançaControle total sobre dados e infraestrutura, mas com responsabilidade integral por proteção, auditorias e atualizações.Segurança delegada ao provedor, com criptografia, monitoramento 24/7 e certificações, mas envolve risco de terceiros.
LatênciaBaixa latência em aplicações locais, ideal para workloads críticos e fabris.Pode sofrer impacto da distância física dos data centers, mas mitigado por CDNs e redes globais.
Controle de DadosSoberania e controle absoluto sobre armazenamento e processamento.Dependência do contrato e da região de hospedagem escolhida junto ao provedor.
EscalabilidadeLimitada ao hardware adquirido; exige novos investimentos para expansão.Expansão ou redução de recursos em minutos, com elasticidade sob demanda.

Quando escolher on premise?        

Apesar do crescimento do cloud computing, alguns cenários podem tornar o modelo on premise mais adequado, como em ambientes altamente regulados ou com requisitos críticos de latência e personalização.

Por exemplo: organizações de setores como governo, saúde e financeiro frequentemente precisam armazenar e processar dados sensíveis em sua própria infraestrutura para atender a normas rigorosas de compliance e auditoria.

Outro cenário comum envolve workloads de missão crítica, como ERPs locais ou sistemas fabris, que não podem sofrer interrupções nem depender de variáveis externas de rede, exigindo a baixa latência proporcionada pelo on premise.

Além disso, empresas que necessitam de altos níveis de customização de software e de hardware se beneficiam desse modelo. A possibilidade de configurar servidores de forma adaptada ao negócio oferece performance e aderência a operações muito específicas, algo mais difícil de replicar na nuvem pública.

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Quando escolher cloud computing?        

O modelo de cloud computing se encaixa com empresas em rápida evolução digital, que buscam flexibilidade e acesso a tecnologias emergentes, pois elimina barreiras relacionadas a investimentos iniciais e permite inovação contínua em ritmo acelerado.

Com isso, é possível lançar novos serviços e produtos digitais sem depender de ciclos longos de aquisição e instalação de hardware. Além disso, a nuvem facilita o uso de soluções como IA, que são disponibilizadas de forma escalável pelos provedores.

Outro diferencial é o suporte a equipes distribuídas globalmente. Com a infraestrutura em nuvem, colaboradores em diferentes regiões conseguem acessar sistemas e dados de forma segura e ágil, viabilizando modelos de trabalho remoto e operações globais.

Gráfico destacando o aumento de produtividade impulsionada por IA, com destaque para o conceito de AI Augmented.

Modelos intermediários: cloud híbrida e cloud privada

Está entre on premise e cloud pública? A decisão não precisa ser excludente, já que muitos negócios optam por modelos intermediários e que podem combinar os benefícios da nuvem com o controle da infraestrutura própria. E isso permite a criação de soluções mais flexíveis e seguras.

É o caso da cloud híbrida, que integra recursos de infraestrutura local (on premise) com serviços de nuvem pública. Com isso, dados e aplicações críticas permanecem sob controle direto da empresa, enquanto workloads menos sensíveis ou que exigem escalabilidade rápida são alocados na nuvem.

Assim, a organização equilibra flexibilidade, performance e compliance.

Por sua vez, a cloud privada (infraestrutura em nuvem dedicada a uma única organização) hospedada em data centers próprios ou por provedores especializados oferece mais segurança e isolamento do que a nuvem pública, mas ainda mantém elasticidade e gestão simplificada de recursos.

É uma alternativa comum para empresas que precisam atender normas regulatórias rígidas, mas não querem lidar com todos os custos e complexidades do on premise.

Isso pode acontecer, por exemplo, no setor bancário, onde muitas instituições mantêm dados críticos e sistemas core em infraestrutura local para estar em conformidade e baixa latência, ao mesmo tempo em que utilizam a nuvem para aplicações digitais voltadas ao cliente, como apps móveis e chatbots.

Migração para a nuvem: riscos e boas práticas        

A migração para a nuvem (cloud migration) é um processo que pode envolver a transição completa de data centers para ambientes cloud ou a migração de workloads específicos, como bancos de dados e sistemas críticos.

Independentemente da estratégia, trata-se de uma mudança complexa, que exige planejamento, supervisão técnica e alinhamento com os objetivos do negócio.

Entre os principais desafios estão:

  • Integração com sistemas legados, pois muitas aplicações antigas não foram desenhadas para ambientes cloud, exigindo refatoração ou replatforming;
  • Custos ocultos, uma vez que, além do investimento em serviços de nuvem, a empresa deve considerar licenciamento, treinamento e readequação de processos;
  • Treinamento de equipes, já que a mudança demanda novos conhecimentos em cloud-native, DevOps e segurança, o que pode aumentar a curva de aprendizado;
  • Se mal planejada, a migração pode resultar em falhas de conformidade (como LGPD), vazamentos ou perda de dados.

Para mitigar riscos e garantir que a cloud migration gere valor real, algumas práticas são recomendadas:

  • Planejamento de workloads: avaliar quais aplicações devem ser migradas primeiro, considerando complexidade, dependências e impacto no negócio;
  • Avaliação de Retorno Sobre Investimento (ROI) e Custo Total de Propriedade (TCO): calcular o retorno sobre investimento e o custo total de propriedade antes da decisão final, comparando cenários CAPEX e OPEX;
  • Pilotos e testes controlados: realizar migrações parciais ou em ambientes de teste antes de expandir para workloads críticos;
  • Checklist de compliance: garantir aderência a normas como LGPD, ISO e frameworks de segurança desde o início do processo;
  • Adoção de práticas modernas: refatoração para aplicações cloud-native, uso de containers, microsserviços e DevOps para acelerar ciclos de entrega e aumentar a resiliência.

Perspectiva estratégica para gestores de TI

Comece por analisar o impacto de cada modelo em três dimensões principais:

  1. Custo Total de Propriedade (TCO): mais do que comparar CAPEX e OPEX, avalie o impacto financeiro em um horizonte de 3 a 5 anos, incluindo manutenção, atualizações, licenciamento, treinamento e escalabilidade. Isso ajuda a entender o valor real da nuvem em termos de economia e eficiência;
  2. Governança de TI e compliance: a escolha do modelo deve considerar conformidade com normas como LGPD, ISO 27001 e frameworks de gestão de segurança. Na nuvem, a responsabilidade é compartilhada com o provedor, o que exige uma estratégia clara de governança;
  3. Inovação e vantagem competitiva: o modelo de infraestrutura impacta diretamente o time-to-market. A nuvem permite lançar produtos digitais com maior rapidez, experimentar novas tecnologias (como IA e analytics) e se adaptar a mudanças de mercado. Já o on premise, embora mais estável em alguns cenários, pode atrasar ciclos de inovação pela rigidez de sua infraestrutura.

Tenha em mente, então, que a sua escolha deve alinhar maturidade digital, setor de atuação e visão de crescimento da empresa. Seu papel, como gestor, é equilibrar risco e oportunidade, garantindo que a infraestrutura de TI seja não apenas um suporte, mas um motor de diferenciação competitiva.

On premise vs cloud: qual modelo adotar para o futuro?        

Não existe uma resposta única para a escolha entre on premise e cloud. O que define o modelo ideal é o nível de maturidade digital da organização, o setor de atuação e os objetivos estratégicos do negócio.

Enquanto o on premise ainda é relevante para setores regulados e workloads críticos, a nuvem acelera inovação, flexibilidade e redução de custos.

Na SoftDesign, unimos experiência em Arquitetura e Cloud para apoiar empresas na avaliação e execução da melhor estratégia tecnológica. Com isso, ajudamos organizações a equilibrar governança, custo e inovação, garantindo que a infraestrutura de TI seja um pilar de crescimento sustentável.

Quer descobrir qual modelo é mais vantajoso para sua empresa? Fale com os nossos consultores e conte com um time especialista em Arquitetura e Cloud para desenhar a solução ideal.

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Perguntas frequentes sobre on premise vs cloud

Tire suas dúvidas sobre como avaliar os modelos e tomar a melhor decisão para sua organização.

Como comparar TCO entre on premise e cloud (CAPEX vs OPEX) em 3–5 anos?

No on premise, o custo concentra-se em CAPEX (hardware, licenças e manutenção). Já na cloud, o modelo OPEX traz flexibilidade, mas exige análise de consumo em médio prazo para evitar surpresas financeiras.

Qual opção oferece melhor segurança e compliance para LGPD e auditorias?

A nuvem conta com certificações e camadas avançadas de proteção, mas exige governança compartilhada. Em setores críticos, o on premise pode oferecer mais controle direto sobre dados sensíveis.

Quando adotar híbrida/privada para equilibrar baixa latência e inovação em IA?

A nuvem híbrida ou privada é indicada para empresas que precisam manter workloads críticos e sensíveis on premise, mas querem aproveitar a nuvem para IA, automação e escalabilidade de serviços digitais.

Foto do autor

Roberto Trevisan

Roberto Trevisan é DevOps/SRE Engineer na SoftDesign, com 30 anos de experiência em Tecnologia da Informação e Internet. Pós-graduado em Desenvolvimento de Software pela UFRGS, ele é especialista em tecnologias Cloud Native, como Kubernetes, CI/CD, IaC e Cloud Computing. Ao longo de sua carreira, atuou no desenvolvimento de soluções para Internet, Streaming Media e aplicativos de transmissão de conteúdo digital.

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