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Interface de aplicativo: o que é, como criar e diferenças entre Android e iOS 

Por 27/04/2021 01/10/2024 14 minutos

A interface de um aplicativo é a parte visual e interativa que conecta o usuário às funcionalidades do software.

Quando bem projetada, ela permite que a navegação aconteça de maneira intuitiva e agradável. Isso afeta diretamente a experiência do usuário, ou User Experience (UX), e influencia sua percepção e a lealdade ao produto.

Nesse sentido, também é importante entender as diferenças entre as interfaces dos sistemas operacionais mais populares, iOS e Android.

Neste artigo, vamos explicar como criar uma interface de aplicativo do zero e analisar as principais diferenças entre o design do iOS e Android, para termos uma visão estratégica que impulsione o aprimoramento de produtos digitais. Boa leitura! 

O que é a interface de um aplicativo?


Em resumo, ela deve ser projetada para ser intuitiva, de forma que ajude o usuário a navegar com autonomia e praticidade.

No desenvolvimento de aplicativos, a interface é uma das partes mais importantes, pois influencia diretamente a percepção de valor por parte do consumidor. 

Na prática, uma interface bem desenhada pode tornar a interação mais fluida, enquanto uma interface confusa pode frustrar o usuário e afastá-lo do aplicativo. O que, no fim das contas, faz com que todo o esforço que existe por trás da User Interface (UI) seja desperdiçado.

Mais adiante, vamos detalhar um ponto super importante: as principais diferenças entre as interfaces de iOS e Android, e entender como essas variações podem impactar o desenvolvimento e a usabilidade dos aplicativos. Continue com a gente!

Qual a função das interfaces?


As interfaces de aplicativos têm a função de facilitar a interação entre o usuário e o sistema, para deixar a comunicação mais fluida e fácil de usar.

Elas apresentam as informações de maneira clara, para que o usuário utilize as funcionalidades do aplicativo sem dificuldades e sem necessidade de instruções complexas.

Já imaginou se todas as pessoas que desejam usar um aplicativo precisassem saber programar para conseguir usar os produtos digitais? É justamente para evitar esse tipo de problema que as interfaces existem!

Uma interface bem-sucedida, por exemplo, é a do aplicativo de mensagens WhatsApp. A forma de uso é simples e direta, com ícones e menus facilmente reconhecíveis, atendendo a consumidores de todas as idades e níveis de habilidade tecnológica.

Outro exemplo é o aplicativo de transporte Uber, que oferece facilidade de uso desde a solicitação de um carro até o pagamento da corrida. A interface é intuitiva, com mapas e informações claras sobre o motorista, o tempo previsto e o trajeto.

Quais são os tipos de interface?


Existem três tipos principais de interfaces de aplicativos. São elas:

  • Nativa;
  • Adaptativa;
  • Responsiva

Nos tópicos a seguir, exploraremos cada tipo de interface em mais detalhes, discutindo suas aplicações, vantagens e desvantagens!

Interface nativa


A interface nativa é desenvolvida especificamente para um sistema operacional, utilizando as ferramentas e linguagens próprias de cada plataforma.

No caso do Android, usa-se Java ou Kotlin, enquanto no iOS, Swift ou Objective-C são as linguagens mais usadas.

Esse tipo de interface possui diversas vantagens, como:

  • Aproveitamento máximo dos recursos do dispositivo: ela é projetada para usar todos componentes visuais, animações e interações que são familiares aos usuários daquele sistema operacional;
  • Alta performance: permite uma integração excelente com o hardware e software do dispositivo, o que reduz erros e torna as respostas do app mais rápidas;
  • Acesso a funcionalidades específicas do sistema: aplicativos que exigem acesso a funcionalidades específicas como câmeras avançadas, sensores ou notificações em tempo real também se beneficiam dessa abordagem;
  • Personalização detalhada: permite a implementação de design específico para cada sistema operacional, que é um recurso útil em algumas situações.

Entretanto, apesar dessas vantagens, a interface nativa também apresenta alguns desafios, como:

  • Custos elevados: o desenvolvimento para múltiplas plataformas requer equipes e habilidades especializadas, e isso aumenta os custos;
  • Manutenção complexa: manter duas bases de código separadas pode ser um processo um pouco mais demorado e complicado;
  • Atualizações frequentes: há a necessidade de acompanhar as mudanças nas diretrizes das plataformas, e isso acaba exigindo atualizações constantes.

Interface adaptativa


A interface adaptativa é projetada para oferecer uma experiência otimizada em diferentes dispositivos, como smartphones de diversos sistemas operacionais, tablets e desktops, utilizando layouts específicos para cada um.

Em vez de um único layout, ela carrega diferentes versões do design com base no dispositivo usado. Isso permite um controle mais preciso sobre a aparência e a funcionalidade em cada aparelho, para melhorar a qualidade da navegação.

Na prática, na interface adaptativa, inclui-se recursos como:

  • Ajustes de layout, tamanho e posicionamento de elementos visuais, como botões, menus e imagens;
    • Por exemplo, em telas menores, o layout pode mudar para uma coluna única, com botões maiores e menus colapsáveis para facilitar a navegação. Em tablets e desktops, a interface pode exibir múltiplas colunas, aproveitando o espaço disponível. 
  • Modificação do comportamento dos elementos, como o uso de menus suspensos em desktops e menus laterais em dispositivos móveis, otimizando a usabilidade em cada contexto de uso.

Por outro lado, existem desvantagens, como o alto custo para manter múltiplos layouts e a necessidade de atualizações constantes

Interface responsiva


O design responsivo é desenvolvido para se ajustar automaticamente a qualquer tamanho de tela, utilizando um único layout que se adapta conforme a janela do navegador é redimensionada.

Isso acontece por meio do uso de media queries em CSS, que aplicam estilos diferentes com base na largura da tela.

Desse modo, as principais vantagens desse tipo de interface são:

  • Layout flexível: garante que o conteúdo seja acessível e funcional para a maioria dos dispositivos, sem a necessidade de layouts separados;
  • Facilidade de manutenção: com uma única base de código, é mais simples gerenciar e atualizar o design;
  • Acessibilidade ampla: com o conteúdo acessível em diversos dispositivos, ele consegue proporcionar uma experiência consistente para mais usuários.

Porém, há uma desvantagem. Em alguns casos, a adaptação automática pode não ser tão precisa quanto um layout específico para cada dispositivo, sendo mais difícil otimizar a experiência para certos aparelhos, já que o layout é único.

Como criar uma interface de aplicativo do zero?


Criar uma interface de aplicativo do zero envolve algumas etapas como wireframing, prototipagem e teste de usabilidade, que conheceremos em detalhes a seguir:

Wireframing


Wireframing é o primeiro passo no desenvolvimento de aplicativos, onde se organiza o layout e os fluxos de navegação. Nesta fase, são feitos esboços que mostram a estrutura básica das telas, sem se preocupar muito com cores ou tipografias.

Ou seja, o objetivo, nesse momento, é mapear onde cada elemento ficará e como o usuário navegará pelo aplicativo.

Para isso, ferramentas como Figma, Sketch e Adobe XD são bastante úteis, já que elas permitem desenhar caixas, botões e outros componentes de forma prática.

Com os wireframes prontos, é possível visualizar a disposição dos elementos e fazer ajustes antes de avançar para a fase de testes e design de produto.

Prototipagem


A prototipagem é uma etapa importante onde se valida a usabilidade e o fluxo de navegação de um aplicativo.

Nesta fase, são criados protótipos que simulam a experiência real do usuário, e as ferramentas de design de interface são utilizadas para adicionar interações e animações.

Com os protótipos, é possível identificar problemas de navegação e fazer ajustes antes de iniciar a fase de testes com um público selecionado.

Teste de usabilidade


O teste de usabilidade é a etapa em que a interface é avaliada por usuários reais. Portanto, esse processo ajuda a identificar problemas e pontos de melhoria que podem não ser tão claros ou óbvios para os Desenvolvedores e Designers.

Durante o teste, os usuários realizam tarefas específicas enquanto suas ações e reações são monitoradas. Para isso, algumas ferramentas como gravação de tela e entrevistas ajudam a coletar informações sobre a experiência do usuário.

Com esses dados mapeados, é possível fazer ajustes de melhoria para garantir que o aplicativo será fácil de usar e atenderá as necessidades do público-alvo.

Interface de aplicativo para Android e iOS: diferenças e desafios


Desenvolver interfaces para Android e iOS envolve entender as particularidades de cada sistema. Enquanto o primeiro oferece maior flexibilidade e personalização, o segundo segue diretrizes mais rígidas e específicas. 

Essas diferenças impactam desde a navegação até o design visual, exigindo cuidado para garantir uma boa experiência de usuário em cada plataforma. Confira, a seguir, algumas dessas diferenças:

Padrões de navegação iOS e Android


No iOS, a navegação superior geralmente inclui um botão de voltar à esquerda e o título da página centralizado na tela.

Além disso, é possível hierarquizar o título conforme seu grau de importância, orientando os usuários sobre as sessões em que estão enquanto navegam e pesquisam.

Nas imagens abaixo, podemos visualizar um exemplo de navegação no iOS:

Tela de um aplicativo para e-mail no iOS. Na imagem da esquerda, o título 'inbox' está centralizado, e na imagem à direita o título 'inbox' está recuado à esquerda e em maior tamanho.
Título Centralizado X Título Grande. Fonte: Human Interface Guidelines.

Por outro lado, no Android, o título geralmente se encontra alinhado à esquerda, e o menu inferior com ações fixas, incluindo a opção de retorno, eliminando a necessidade desse botão barra superior.

Aplicativo de busca de imagens Android, com o título alinhado à esquerda.
Fonte: Material Design.

A navegação primária no iOS está localizada na parte inferior da tela, e pode incluir de duas a cinco guias. Por exemplo, se houver mais guias do que o espaço permite, a guia da direita pode servir como um menu sanduíche para acessar funções adicionais do aplicativo.

No Android, por sua vez, a abordagem é mais flexível. A imagem à direita ilustra um modelo padrão de navegação superior entre abas, porém o Material Design oferece várias opções, incluindo navegação lateral e para frente e para trás. 

Para mais detalhes sobre cada tipo de navegação, recomenda-se consultar a documentação oficial do Material Design.

Diferenças entre a Navegação Primária do iOS versus Android.
Navegação Primária iOS X Android. Fonte: Google Imagens.

Navegação secundária, também conhecida como menu “mais” ou “menu sanduíche”, é comumente usada tanto no iOS quanto no Android. 

No Android, ele pode estar localizado no canto superior ou inferior, para acesso a funções adicionais do aplicativo. Na imagem abaixo, é possível identificar esse tipo de menu, que geralmente é representado por três pontos verticais, horizontais ou um ícone de hambúrguer.

Diferenças entre a Navegação Segundaria iOS versus Android.
Navegação Secundária: iOS X Android. Fonte: Google Imagens

No iOS, o botão de voltar, que retorna à tela inicial ou anterior, é como se fosse uma seta, e está sempre localizado no topo à esquerda. Por outro lado, no Android, existe a barra de navegação global, que permite retornar em qualquer momento durante o uso do aplicativo.

O Gif mostra  como funciona a navegação 'voltar' no iOS.
Navegação ‘voltar’ no iOS. Fonte: BloG Muz Li.

Ícones


No iOS, os ícones seguem diretrizes da Apple, sendo quadrados com cantos arredondados e sem transparência no fundo, com tamanho mínimo de 44x44pt. 

No Android, por outro lado, as diretrizes são mais flexíveis, mas também precisa respeitar o tamanho mínimo, que nesse caso é de 48x48dp conforme o Material Design, que também orienta sobre luz, grid e anatomia.

Diferenças entre Ícones Android versus Ícones iOS.
Ícones Android X Ícones iOS. Fonte: Blog Cheesecakelabs

Tipografia


No Android, a família tipográfica recomendada é a Roboto, com a Noto, já no iOS, a preferencial é a San Francisco, que é mais compacta e projetada para legibilidade em tamanhos reduzidos.

ilustração comparativa entre as tipografias ios e android
Diferenças de Tipografia iOS X Android.

Componentes


Cada plataforma oferece componentes que ajudam a manter a coesão visual na interface de aplicativos, com diferenças entre os guias de estilo de cada sistema operacional. 

Nas imagens abaixo, por exemplo, são apresentados alguns desses componentes. Para mais detalhes, recomenda-se acessar os Componentes do Material Design e as Diretrizes de Interface Humana (Human Guidelines).

Veja os componentes Android:

Diversos componentes do sistema Android.
Componentes Android. Fonte: imagem própria.

Veja os componentes iOS:

Componentes do sistema iOS.
Componentes iOS. Fonte: imagem própria.

Componentes e Nomenclaturas


Cada plataforma trata os componentes e nomenclaturas de maneiras distintas, por exemplo, no iOS, a barra de guias é usada para ações fixas, facilitando o acesso a diferentes seções, enquanto no Android, a barra de navegação é usada para ações como voltar, ir para a tela inicial e visualizar aplicativos recentes.

Na imagem a seguir, nomeamos cada componente para facilitar a visualização dessas diferenças.

Diferenças entre Componentes e Nomenclaturas iOS e Android.
Componentes e Nomenclaturas iOS X Android. Fonte: imagem própria.

Exemplos de interfaces de aplicativo Android e iOS


Veja um exemplo que ilustra as diferenças entre as interfaces de aplicativos. No app da Amazon para iOS, a barra de guia fixa contém quatro guias principais e um botão “mais” para submenus, enquanto no Android, as guias de navegação estão no menu no canto superior esquerdo, seguidas por botões de ação à direita.

Diferenças interfaces app Amazon iOS versus Android.
Interface App Amazon iOS X Android. Fonte: imagem própria.

Esse exemplo destaca como os aplicativos podem adaptar suas interfaces para melhor atender às diretrizes de design e às expectativas dos usuários de cada sistema operacional.

Conclusão


Em síntese, uma interface de aplicativo bem planejada e executada melhora a experiência do usuário, tornando a interação mais intuitiva e agradável, aumentando o engajamento e o sucesso do projeto. 

Na SoftDesign, utilizamos nosso conhecimento avançado em User Experience e User Interface para desenvolver aplicativos rentáveis, eficientes e que realmente atendem às necessidades dos usuários. 

Além disso, temos 26 anos de experiência e aprendizado constante, oferecendo soluções tecnológicas para mais de 300 clientes em diversos países. Ou seja, se você precisa de ajuda para desenvolver aplicativos com alto poder de engajamento, entre em contato conosco e conheça o jeito soft de desenvolver produtos digitais inovadores!

Perguntas frequentes


Veja, a seguir, as respostas para as dúvidas mais comuns sobre interface de aplicativo.

O que é a interface de um aplicativo?

A interface de um aplicativo são os elementos visuais e interativos que permitem ao usuário interagir com o software, incluindo botões, menus, ícones e layouts. 

Quais são os tipos de interface?

Os tipos de interface incluem a Interface Gráfica do Usuário (GUI), que utiliza elementos visuais como janelas e ícones; a Interface de Linha de Comando (CLI), baseada em comandos digitados; e a Interface de Voz (VUI).

Como criar uma interface de aplicativo do zero?

Comece com pesquisa e planejamento para entender o público-alvo e definir os requisitos. Depois, crie wireframes e protótipos interativos. Por fim, desenvolva o design visual e implemente a interface com testes contínuos para ajustes.

Veja também:

Foto do autor

Gabriela Castro

Product Designer com pós-graduação em Experiência do Usuário pela PUCRS. Especialista em user e product research, com atuação em concepções e experimentações para startups early stage.

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