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Interface e Usabilidade para Desenvolvedores

Por 30/04/2020 22/04/2024 5 minutos

Pensar detalhes de interface e usabilidade é uma tarefa essencial ao conceber e desenvolver um produto digital. Embora isso faça parte da rotina de UX Designers, esse trabalho deve ser realizado em conjunto com os desenvolvedores dos projetos. No SoftDrops* da última semana, Priscila Rodrigues falou justamente sobre essa questão: a UX Designer apresentou aos devs da empresa algumas diretrizes básicas de design, que podem facilitar essa cocriação.

Antes dos times ágeis, era comum pensar que o trabalho do designer estava separado do  dos desenvolvedores, que havia poucas coisas em comum e níveis de importância distintos. As tarefas eram divididas entre funcionalidade e estética. Além disso, outra questão também influenciou esse distanciamento, o formato de trabalho no método ‘cascata’ ou ‘tradicional’. Isso é: quando primeiro se pensava o layout e, posteriormente, o desenvolvimento.

Já no modelo ágil de trabalho essa percepção mudou, segundo Priscila. Atualmente, há a consciência da necessidade de o time trabalhar em conjunto, pensando e atuando em pesquisas, nas definições de interface, usabilidade e desenvolvimento – dividindo essas tarefas em duas etapas que acontecem simultaneamente: discovery e delivery.  Dessa forma, há uma troca constante entre as partes para criar soluções qualificadas e viabilizar o projeto. Nesse sentido, a UX Designer ressaltou que a comunicação é fundamental para fazer tal relação dar certo. Do contrário, a qualidade do produto pode ser comprometida.

Pense como o usuário

Após alinhar o trabalho em conjunto, Priscila destacou algumas dicas para colocar esse formato em prática. Uma delas é ‘ter a consciência de que nós não somos usuários do produto que estamos desenvolvendo’. Em outras palavras, é necessário ter em mente que a percepção do time é diferente da percepção do usuário. Como os profissionais da área têm background técnico, é possível presumir algum item de forma equivocada.

Para evitar que isso ocorra é importante se colocar no lugar do usuário, que realmente necessita do produto que está sendo desenvolvido. Por essa razão, a etapa de Discovery é importante, é o momento de compreender o usuário e traçar os cenários possíveis. Nela, o acompanhamento do desenvolvedor pode ser extremamente positivo, gerando insights durante o processo. A UX Designer salientou que os profissionais envolvidos podem lembrar de suas experiências como usuários de outros aplicativos, sugerindo possíveis melhorias.

Além do conhecimento técnico, cada integrante do time também é um usuário de produtos digitais. A soma desses fatores permite notar detalhes de usabilidade, como problemas na navegação, por exemplo. Essa experiência com diferentes produtos e serviços, pode resolver questões importantes durante os projetos.

Visão completa do projeto

Além de relembrar a importância de trocar experiências e conhecimento durante o projeto, Priscila reforçou a necessidade da conscientização que a responsabilidade sobre o produto é coletiva. Portanto, deve-se ter atenção em todas as etapas com todos os envolvidos conhecendo a persona, o público-alvo e as necessidades que o cliente possui, contribuindo para o trabalho da equipe.

Interface e Usabilidade

Design na prática

Resgatando conceitos trabalhados em edições anteriores do SoftDrops como as Heurísticas de Nielsen e a Teoria da Gestalt, a UX Designer comentou alguns pontos que podem ser observados na prática. Por exemplo, em um formulário cuidar itens como: o alinhamento dos campos e dos botões, o feedback quando ocorre um erro – o usuário precisa saber quais informações estão erradas –, a repetição de dados e hierarquia dos botões – o botão cancelar, por exemplo, deve chamar menos a atenção e estar a esquerda do botão continuar.

Esses são apenas alguns detalhes quando o assunto é interface e usabilidade, lembrando que é importante evitar a criação de soluções complexas que necessitem de esforço cognitivo e/ou que façam o usuário desperdiçar seu tempo – desta forma, podemos afastá-lo do nosso produto. O objetivo é tornar agradável a experiência para o usuário, acrescentando, se necessário, caixas de opções, ilustrações e itens de fácil assimilação, simplificando a navegação.

Ao concluir a sua apresentação, Priscila listou mais alguns aspectos de design aos quais time pode ficar atento. São eles:

1. White space – espaços de ‘respiro’ no layout ajudam a focar no que é importante;

2. Alinhamento – é importante para orientação de leitura e entendimento do conteúdo;

3. Hierarquia – para priorizar informações de acordo com o que é necessário no contexto;

4. Consistência – manter a consistência em uma interface diminui a carga cognitiva do usuário.

*O SoftDrops é um evento de troca de conhecimento que acontece todas as quartas-feiras, na sede da SoftDesign. A cada semana, um colaborador se predispõe a expor para os colegas algum tema de seu interesse, que tenha relação com os três pilares do nosso negócio: design, agilidade e tecnologia. A minipalestra dura em torno de trinta minutos e é seguida por um bate-papo entre os participantes.

Foto do autor

Cecilia Ribeiro

Product Manager, formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Com sólida experiência na Gestão de Marketing de Produto e Estratégia.

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