- Inovação
Estamos presenciando uma revolução no Processamento de Linguagem Natural (PLN): o surgimento dos Large Language Models (LLMs).
Esses modelos não apenas democratizam o uso da Inteligência Artificial, mas também ampliam suas aplicações para diferentes setores, transformando a maneira como interagimos com a tecnologia.
De inovações exclusivas do Google, como o BERT, até o famoso ChatGPT do OpenAI, os LLMs evoluíram significativamente, permitindo que usuários comuns, mesmo com pouco conhecimento técnico, os utilizem para solucionar problemas reais.
Compreender o potencial desses modelos é essencial para explorar as vantagens que eles podem trazer para os negócios.
Os Large Language Models, ou Grandes Modelos de Linguagem, são modelos de processamento de linguagem que buscam interpretar a comunicação humana e oferecer uma resposta coerente.
Esses modelos utilizam arquiteturas baseadas em Transformers, que empregam o mecanismo de atenção para compreender a relação entre palavras em uma sentença.
O grande ponto de evolução em relação a modelos tradicionais de Inteligência Artificial do tipo PLN está, sobretudo, nas respostas originais que um LLM pode produzir.
Se antigamente, o PLN era aplicado principalmente em tarefas de classificação (como análise de sentimentos) ou tarefas mais simples de conversação, hoje é possível fazer muito mais com os novos modelos.
Um dos produtos digitais que melhor ilustram como um LLM funciona é o ChatGPT, baseado na arquitetura Transformer e no já citado mecanismo de atenção.
No próximo tópico, explicaremos o funcionamento técnico em detalhes, mas a princípio podemos resumir como um sistema que responde a requisições em texto com conteúdo original em texto também.
Além desse caso, existem modelos de LLM para criação de imagens e vídeos, como o Grok, do X, e o Sora, da OpenAI.
Os modelos de linguagem modernos para interpretação e geração de texto funcionam com base na predição do próximo token, da próxima palavra, a partir de uma análise do contexto e da relação entre as palavras de uma sentença.
O modelo consegue ler todas as palavras e estabelecer relações do próximo token com cada palavra já lida, a fim de buscar um termo com maior probabilidade para servir como uma continuação coerente.
Assim, ele consegue gerar textos novos, que fazem sentido. O estudo probabilístico é feito a partir de um treinamento massivo com milhares e milhares de entradas de texto (Big Data), em busca de sequências comuns de palavras.
Por exemplo, em uma frase como ‘O Brasil está situado na América do…’, o modelo analisaria padrões de linguagem em seus dados de treinamento e identificaria ‘sul’ como a palavra mais provável para completar a sentença.
O LLM de texto usa esse raciocínio a partir de Deep Learning para a leitura do que chamamos de prompt (comandos) e para a geração de um conteúdo original que responda o prompt.
Por isso, ele consegue ser tão fiel à solicitação e trabalhar com uma grande variedade de resultados.
Uma das questões que surgem diante disso (o que é inclusive um desafio que mencionaremos mais adiante) é a chamada inércia textual.
Basicamente, é a tendência do modelo de linguagem para texto de se manter sempre na mesma ideia e no mesmo contexto, inclusive repetindo estruturas e palavras.
Isso pode levar a alucinações, superficialidade e inconsistências nas respostas, o que acontece porque o gerador usa uma lógica probabilística, que analisa o próprio contexto já gerado na resposta atual.
Então, se o termo “gato” já foi escolhido como continuação natural de “o cachorro está correndo atrás do”, ele tenderá a usar esse termo continuamente, pois já percebeu que é o termo com maior probabilidade.
Ou seja, o modelo cria com uma lógica limitada, que, no fim, reproduz a lógica binária típica dos computadores:
“Já apareceu e é o termo mais provável?”
No caso de outras aplicações, o funcionamento é levemente diferente, mas com o fundamento semelhante.
Na geração de imagens, por exemplo, o LLM usa a mesma lógica para entender o comando e produz como resultado uma imagem a partir de princípios matemáticos de Processamento de Imagens e Computação Visual.
Para além da teoria, a utilização de Large Language Models (LLMs) tem se destacado como uma ferramenta poderosa para ampliar a eficiência, a inovação, a satisfação dos usuários, a criação de conteúdo e as oportunidades de geração de receita.
Vamos explorar alguns dos principais benefícios e aplicações práticas desses modelos para as empresas.
Outra aplicação interessante é o Copilot, do GitHub — voltado para empresas de desenvolvimento de software. Funciona como um assistente de IA que ajuda na criação de código-fonte, com sugestões inteligentes, criação de testes e mais.
Ele o faz seguindo a lógica de análise contextual, tendo seu treinamento baseado em milhões de instâncias de códigos-fonte disponíveis publicamente na biblioteca.
Outra aplicação extremamente relevante é a criação de testes automatizados e documentação de APIs, que costumam consumir muito tempo do time de desenvolvimento e QA.
Mais um uso prático dos LLMs é no onboarding de novos Desenvolvedores, já que a alta capacidade de entendimento de contexto permite criar sistemas que explicam padrões de código, práticas recomendadas e arquiteturas de software utilizadas, reduzindo significativamente o tempo de adaptação.
Esses modelos também são especialmente úteis para gerar protótipos de sistemas com base em especificações em linguagem natural, permitindo que times agilizem o início de projetos e ajustem os protótipos de acordo com feedbacks iniciais.
A automação do atendimento ao cliente é uma das aplicações mais comuns dos LLMs. Chatbots inteligentes, alimentados por esses modelos, conseguem entender e responder a consultas de maneira bastante natural e assertiva.
Isso tem dois efeitos práticos: reduzir o tempo de espera dos usuários e também liberar o time de atendimento para focar em questões mais complexas.
Imagine um cliente precisando de assistência fora do horário comercial — um chatbot pode fornecer respostas imediatas e, consequentemente, melhorar a satisfação.
Compreender o sentimento do cliente durante as interações é estratégico para qualquer negócio. Os LLMs podem analisar vastas quantidades de dados provenientes de inúmeros contextos, como comentários em redes sociais, e-mails, aplicativos de mensagens e avaliações.
De certa forma, é uma aplicação do novo conceito de PLN para uma tarefa clássica da área, geralmente executada por modelos de Machine Learning.
Essa análise de sentimento possibilita ajustar suas estratégias de comunicação e resolver problemas de maneira proativa e, tão importante quanto isso, em tempo real.
Por exemplo, se um aumento nos comentários negativos for identificado, a empresa pode rapidamente investigar e mitigar a causa. Ou, então, caso um usuário inicie o atendimento com sinais claros de frustração, a IA pode modelar o tom de voz para atendê-lo de forma mais empática.
A criação de conteúdo é uma tarefa que consome tempo e recursos. Por isso, os LLMs podem automatizar a geração de textos para campanhas de marketing, blogs e comunicações internas, de modo a manter a consistência do tom de voz e a qualidade.
Além disso, a geração automática de conteúdo pode ser personalizada para diferentes públicos, o que pode aumentar a eficácia das campanhas.
Entretanto, é necessário que haja procedimentos claros para treinamento dos modelos, bem como a revisão das entregas, para evitar que os materiais produzidos sejam repetitivos, superficiais e desalinhados com a estratégia da marca.
No geral, nesse contexto, a IA serve como um assistente, que colabora para facilitar sessões de brainstorming e refinamentos pós-produção.
Personalizar a User Experience é essencial para fidelizar clientes, tornando-os compradores recorrentes.
Os LLMs fazem sua parte ao analisar o comportamento dos usuários e fornecer recomendações personalizadas de produtos ou serviços.
Isso não só melhora a experiência, como também aumenta as chances de conversão e vendas recorrentes.
Pense em plataformas de e-commerce, como a Amazon, que sugerem produtos baseados nas preferências individuais – essa é uma aplicação direta dos LLMs.
Transformação digital é a integração estratégica de tecnologias digitais para reestruturar processos, cultura e modelos de negócio, maximizando valor e competitividade.
Sendo assim, os LLMs também são catalisadores da transformação digital nas empresas. Eles permitem a automação de tarefas repetitivas, a melhoria na tomada de decisões baseada em dados e a criação de novos produtos e serviços.
Na gestão de relacionamento com clientes (CRM), por exemplo, eles podem automatizar o rastreamento de leads, criar campanhas personalizadas e ajustar estratégias de marketing com base em dados de comportamento.
Além disso, os LLMs oferecem suporte avançado para a criação de produtos digitais inovadores. Empresas que desenvolvem aplicativos, plataformas ou sistemas podem integrar esses modelos para oferecer recursos como chatbots inteligentes, sistemas de recomendação avançados e até mesmo dashboards analíticos que interpretam grandes volumes de dados de forma automatizada.
Diversas empresas já estão adotando LLMs para inovar e otimizar seus processos. Vamos analisar alguns exemplos e o impacto desses modelos de IA em diferentes setores.
Empresas de tecnologia como a Microsoft e a Google estão na vanguarda do uso de LLMs, integrando-os em suas plataformas para oferecer funcionalidades avançadas.
No Brasil, startups e grandes corporações também exploram essas tecnologias para melhorar seus serviços e produtos, principalmente no setor de atendimento.
No setor financeiro, os LLMs podem ser utilizados para analisar dados em busca de insights de tendências de mercado. Além disso, também há exemplos que fazem análise e escaneamento de documentos.
No varejo online, esses modelos ajudam a personalizar a experiência de compra, inclusive com a possibilidade de otimizar a comunicação com os clientes através dos recursos de conteúdo e CRM.
Na área da saúde, os LLMs podem ser grandes auxílios na pesquisa médica. Os profissionais podem pedir fontes de pesquisa e fazer interações técnicas para aprofundar o conhecimento sobre um determinado assunto.
Apesar dos inúmeros benefícios, a implementação de LLMs apresenta desafios que as empresas precisam considerar cuidadosamente.
Os LLMs exigem uma quantidade significativa de recursos computacionais para funcionar de maneira eficiente. Isso inclui hardware robusto (GPUs e TPUs) e custos elevados associados à infraestrutura necessária.
As empresas devem avaliar se possuem os recursos financeiros e técnicos para suportar essa demanda, ou se devem optar por soluções baseadas em nuvem que ofereçam flexibilidade conforme as necessidades de negócio mudam e escalabilidade.
No geral, a segunda opção é a mais buscada.
A utilização de LLMs envolve o processamento de grandes volumes de dados, o que pode levantar preocupações sobre privacidade e segurança.
Nesse sentido, é importante implementar medidas para proteger as informações sensíveis dos clientes e garantir conformidade com regulamentações como a LGPD.
Vale reforçar que a própria Inteligência Artificial pode ser usada como um recurso para manter as ferramentas de segurança atualizadas, já que as técnicas de roubo de dados também se atualizam com frequência.
Além disso, as empresas devem estar atentas aos possíveis vieses nos modelos e trabalhar para mitigar riscos relacionados à precisão e à ética dos dados utilizados.
Integrar LLMs às estratégias e tecnologias já existentes na empresa pode ser um desafio. Afinal, é preciso garantir que os novos sistemas se comuniquem eficientemente com as plataformas atuais e que o time esteja preparado para adotar as novas ferramentas.
Para isso, recomendamos as seguintes práticas:
O futuro dos LLMs promete avanços significativos e novas tendências tecnológicas que moldarão o panorama empresarial nos próximos anos. Essas tendências visarão, sobretudo, enfrentar alguns dos desafios e limitações dos modelos atuais citados anteriormente.
Esperamos ver LLMs cada vez mais sofisticados, capazes de entender contextos complexos e fornecer respostas ainda mais precisas e relevantes.
A evolução contínua dos algoritmos e o aumento na capacidade de processamento permitirão que esses modelos se tornem ainda mais integrados às operações empresariais, com soluções mais personalizadas e, ao mesmo tempo, mais rápidas, adequadas e eficientes.
Um dos desafios da LLM que já citamos é a questão da inércia textual e da análise limitada do contexto. Isso faz com que os modelos não dêem bons retornos no caso de respostas ou prompts muito grandes, por exemplo.
Como resultado, se obtém alucinações, problemas de falta de conhecimento e erros de coerência.
Uma das tendências que minimiza o problema é o conceito de Retrieval Augmented Generation (RAG), que promete expandir a base de treinamento dos sistemas com fontes externas.
Funciona assim: ao combinar os pontos fortes dos modelos generativos com a recuperação de informações de outras bases de dados em tempo real, a geração de respostas é enriquecida com informações atualizadas e contextualmente relevantes obtidas no rastreamento de fontes externas, como bancos de dados, documentos ou APIs.
A hiperpersonalização é uma tendência emergente. A partir desse conceito, adapta-se os produtos e serviços de maneira extremamente detalhada às preferências individuais dos usuários.
Com o auxílio dos LLMs, as empresas poderão analisar comportamentos e preferências em tempo real, a fim de oferecer experiências únicas que atendam às expectativas específicas de cada usuário.
Mas o verdadeiro potencial é desbloqueado ao unir o conceito de LLM com as tecnologias complementares, como Machine Learning supervisionado e sistemas de recomendação baseados em embeddings. Isso é capaz de viabilizar, de forma sustentável, aplicações como:
Os Large Language Models representam uma revolução para o ambiente empresarial, com inúmeras possibilidades para automação, personalização e otimização de processos.
Desde a melhoria no atendimento ao usuário até a geração automática de conteúdo e sistemas de recomendação, os LLMs têm o potencial de transformar a maneira como as empresas operam e interagem com seus respectivos públicos, mesmo antes de se tornarem clientes.
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A seguir, respondemos algumas perguntas comuns sobre LLMs para esclarecer ainda mais detalhes desse tema.
No contexto do ChatGPT refere-se a Large Language Model, um modelo de linguagem avançado treinado para entender e gerar texto de forma natural e coerente.
Em TI, LLM significa Large Language Model. Um conceito utilizado para diversas aplicações como automação de atendimento, análise de dados e suporte na tomada de decisões empresariais.
A sigla LLM significa Large Language Model. Na prática, são modelos de Inteligência Artificial que processam e geram respostas em linguagem natural com alta precisão e contextualização.
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