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Banking as a Service: o que é, como funciona e por que está transformando o setor financeiro

Por 20/11/2025 20/11/2025 13 minutos

Plataformas online, APIs abertas e o ecossistema regulatório revolucionaram a transformação digital do setor financeiro e, hoje, empresas de diferentes segmentos conseguem incorporar serviços financeiros diretamente em seus produtos. E muito disso se deve ao Banking as a Service (BaaS).

O modelo permite que várias  organizações, de diversos setores, ofereçam contas digitais, pagamentos, cartões, crédito e outros serviços bancários sem a necessidade de uma licença própria ou a construção da infraestrutura do zero.

Entenda, a seguir, o que é Banking as a Service, como funciona, suas diferenças em relação ao Open Banking, os benefícios para empresas e como essa tecnologia impulsiona produtos digitais.

O que é Banking as a Service (BaaS) e como funciona?

Banking as a Service (BaaS) é um modelo em que empresas utilizam a infraestrutura regulatória e tecnológica de uma instituição autorizada pelo Banco Central que oferece produtos e serviços financeiros de forma integrada aos seus canais.

Isso significa que varejistas, fintechs, marketplaces, SaaS e plataformas de vários setores operam contas digitais, pagamentos, cartões ou crédito sem precisar se tornar um banco. 

E, ainda, sem assumir a complexidade de construir uma infraestrutura regulada do zero.

O impacto disso é: soluções dessas devem movimentar mais de US$ 7 trilhões ainda nesta década, impulsionadas pelo crescimento do embedded finance, pelas regras do Banco Central e pela maturidade das APIs bancárias no Brasil.

Essa transformação digital está acontecendo por meio de três pilares:

  • APIs financeiras: os conectores que permitem que sistemas distintos “conversem” entre si. Por meio delas, uma empresa consegue criar fluxos de abertura de conta, iniciar pagamentos, emitir cartões, realizar conciliações ou acessar dados transacionais.
  • Banco parceiro licenciado: é a instituição autorizada pelo Banco Central que fornece a infraestrutura regulatória, o compliance, a custódia dos recursos e a operação financeira.
  • Camada de software: onde nasce a experiência digital que chega ao usuário final. Desde o aplicativo ou portal web até motores de regras, automações, integrações e ferramentas de gestão.

Esse último pilar, é onde entram inovações, como o desenvolvimento de software sob medida da SoftDesign. É assim que criamos a camada integrada via APIs do provedor BaaS, estruturamos jornadas financeiras e damos vida a produtos digitais.

E por que considerar isso para o seu negócio? Porque o BaaS encurta caminhos e quebra objeções de clientes. 

Em vez de lidar com a burocracia do licenciamento, compliance, segurança ou conectividade com o Banco Central, você se concentra no que realmente está dentro do seu core business, que é criar experiências fluidas ao seu público.

BaaS vs. Open Banking: entenda as diferenças e sinergias

BaaS e Open Banking não são a mesma coisa: o primeiro permite criar produtos financeiros, o segundo conecta-os ao ecossistema bancário de forma padronizada e segura.

Aqui está um comparativo com a essência de cada conceito:

AspectoBanking as a Service (BaaS)Open Banking
O que éInfraestrutura financeira pronta para ser incorporada por empresasSistema que permite compartilhamento de dados entre instituições e iniciação de transações mediante consentimento
Papel principalPermitir que empresas de diversos setores ofereçam produtos financeiros completosPermitir que instituições financeiras autorizadas compartilhem dados de clientes
Para quemEmpresas que querem lançar soluções financeirasUsuários que desejam portabilidade e integração entre instituições
Benefício centralReduzir barreiras para criar serviços financeirosDar ao usuário controle, acesso a melhores ofertas e facilitar a portabilidade dos seus dados
Onde se encontramCriação do produtoConexão do produto ao ecossistema

O Banco Central tem intensificado o debate sobre normas para o BaaS para dar mais clareza aos modelos de parceria, à divisão de responsabilidades e à mitigação de riscos operacionais. Isso inclui:

  • Requisitos de cibersegurança mais rigorosos, para mitigar as consequências de ataques cibernéticos;
  • Regras para o uso de denominações como “bank” ou “banco”;
  • Diretrizes para arranjos de pagamento;
  • Padrões mínimos de capital e governança.

O Open Banking, por outro lado, já opera com um conjunto maduro de regras que define consentimento, padronização de APIs, segurança e participação das instituições.

Mas, embora sejam distintos, BaaS e Open Banking coexistem porque produtos digitais modernos podem combinar as duas abordagens.

Por exemplo, uma empresa pode lançar uma carteira digital via BaaS, mas usar Open Banking para importar dados do usuário e oferecer crédito personalizado. Ou um marketplace pode integrar pagamentos e carteira digital com BaaS, e utilizar Open Finance para enriquecer a visão financeira dos seus vendedores.

Arquitetura e APIs: o motor do Banking as a Service

APIs permitem que toda a operação (abertura de conta, pagamentos, Pix, conciliação, extratos, onboarding e crédito) aconteça de forma automatizada, segura e escalável a partir de padrões técnicos (REST, OAuth 2.0, JWT, Webhooks) que garantem:

  • Autenticação segura entre sistemas;
  • Padronização de chamadas;
  • Rastreabilidade de transações;
  • Compatibilidade com ambientes de banco parceiro e aplicações da empresa.

O Pix API, por exemplo, virou um case global de interoperabilidade. A infraestrutura do Banco Central exige certificações, criptografia e padrões rígidos de comunicação, e os provedores BaaS precisam acompanhar essas diretrizes, em constante ajuste para manter os sistemas alinhados à evolução regulatória.

Em um projeto BaaS com maturidade digital, a arquitetura normalmente inclui:

  • Microsserviços para isolar módulos e facilitar deploys frequentes;
  • Computação em nuvem para escalar transações conforme a demanda;
  • Event-driven architecture para processar eventos financeiros com rapidez;
  • Automação e observabilidade para responder a incidentes e manter alta disponibilidade.

Isso dá aos CTOs e líderes de tecnologia menor time-to-market, já que a infraestrutura financeira não precisa ser construída do zero, integração modular porque cada funcionalidade pode evoluir de forma independente e também resiliência operacional.

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Embedded Finance e pagamentos incorporados

Uma das evoluções mais visíveis do BaaS é a possibilidade de empresas não financeiras criarem seus próprios produtos financeiros. Trata-se de um movimento conhecido como Embedded Finance e que já aparece em diversos setores:

  • Varejo: contas digitais e crédito parcelado no próprio e-commerce;
  • Marketplaces: wallets internas, antecipação de recebíveis, cartões corporativos para sellers;
  • SaaS e plataformas B2B: emissão de boletos, split de pagamentos, onboarding financeiro integrado ao fluxo de trabalho.

Essas soluções geram novas fontes de receita, melhoram a experiência do cliente e aumentam a retenção. Além disso, reduzem atritos, uma vez que o usuário não precisa sair da aplicação para realizar transações.

Benefícios do Banking as a Service para empresas

Em vez de construir infraestrutura bancária própria, que é um processo caro, demorado e altamente regulado, as empresas podem operar sobre estruturas prontas, escaláveis e seguras. Assim, há a combinação de redução de custos, inovação acelerada e experiências financeiras personalizadas.

Veja, abaixo, os principais ganhos estratégicos e técnicos do BaaS:

CategoriaBenefícioImpacto no negócio
Custos e ROIRedução de despesas com licenças, compliance, antifraude e infraestrutura bancáriaMenor CAPEX, operação mais leve e ROI mais rápido
InovaçãoAcesso rápido a APIs para pagamentos, cartões, Pix, onboarding e conciliaçõesAcelera lançamentos e incrementos de produto
PersonalizaçãoCriação de jornadas, regras e fluxos financeiros sob medidaDiferenciação competitiva e experiência superior ao usuário
EscalabilidadeArquiteturas em nuvem e microsserviços prontas para grandes volumesCrescimento sustentável com menor risco
ResiliênciaModelos event-driven e ferramentas de observabilidadeAlta disponibilidade em operações 24/7
Time-to-marketFuncionalidades críticas chegando ao ar mais rapidamenteMaior agilidade estratégica frente a concorrentes

Esses benefícios mostram que o BaaS não é apenas uma escolha técnica, mas um acelerador de negócios, e é justamente nesse ponto que a SoftDesign pode te ajudar.

Nós transformamos o potencial do BaaS em produtos reais por meio do desenvolvimento de software sob medida, que integra APIs de provedores financeiros, estrutura jornadas completas, módulos regulatórios, automatização de fluxos e a entrega experiências completas para o usuário final.

A partir dessa camada de engenharia, nós garantimos que o BaaS seja, além de infraestrutura, uma solução pronta para gerar valor desde o primeiro dia.

Segurança, compliance e licença bancária

Quando falamos em serviços financeiros, a confiança é inegociável, porque projetos de BaaS precisam seguir rigorosamente normas técnicas e regulatórias, como:

  • LGPD: proteção de dados pessoais, gestão de consentimento, minimização de coleta, governança e rastreabilidade de acessos;
  • PCI DSS: requisitos específicos para armazenamento e processamento seguro de dados sensíveis de cartão;
  • Regulação do Banco Central: o BaaS existe através de instituições autorizadas, que seguem regras de capital, governança, prevenção à fraude, auditoria, segurança cibernética e relatórios regulatórios.

Não à toa, seguimos essa cartilha à risca ao estruturar produtos financeiros dos nossos clientes. O que inclui:

  • Arquiteturas seguras by design: autenticação forte, criptografia, segregação de ambientes e padrões de API alinhados às diretrizes do BC;
  • Modelagem de riscos e fluxos críticos: onboarding, KYC, antifraude, reconciliações e eventos financeiros;
  • Observabilidade e auditoria: logs, dashboards e trilhas de auditoria integradas ao parceiro BaaS;
  • Implementação alinhada ao provedor regulado: garantindo aderência às normas e boa comunicação com o banco parceiro desde o desenvolvimento.

Como escolher o provedor ou parceiro BaaS ideal?

Escolher um parceiro de Banking as a Service é desafiador, porque o processo de decisão passa por pontos críticos para que o seu produto seja, de fato, uma solução. Para ajudar, montamos um checklist objetivo para avaliar antes de fechar uma parceria.

  1. Requisitos de licença e compliance

    Verifique se o parceiro possui autorizações compatíveis com as operações pretendidas (contas, pagamentos, cartões, crédito) e se segue normas do Banco Central, LGPD, PCI DSS e padrões de gestão de risco. Quanto mais madura a frente regulatória, menor o risco para a sua operação.

  2. Confiabilidade da infraestrutura

    Avalie SLA, arquitetura, escalabilidade, redundância, observabilidade, histórico de disponibilidade e práticas de segurança. Produtos financeiros não podem parar. A base tecnológica precisa ser resiliente e preparada para crescer sob carga.

  3. SLA e suporte técnico

    O tempo de resposta do suporte e a previsibilidade do SLA impactam diretamente o time-to-market. Procure parceiros com documentação clara, sandbox eficiente e suporte técnico capaz de destravar integrações complexas.

  4. Possibilidade de personalização via software sob medida

    O provedor deve permitir que as regras, os fluxos de onboarding, as camadas de autenticação e os módulos transacionais possam ser adaptados via APIs. É aqui que o BaaS deve ser pensado exatamente para o seu cliente. E, isso, somente um parceiro de desenvolvimento sob medida consegue viabilizar de ponta a ponta.

O papel da Inteligência Artificial (IA) em soluções BaaS

A Inteligência Artificial no setor financeiro está redefinindo o que é possível dentro do ecossistema BaaS. Quando aplicada à camada de produto, ela amplia eficiência, reduz riscos e cria experiências hiperpersonalizadas. Alguns exemplos:

  • Análise de crédito avançada: modelos preditivos consideram comportamento transacional, histórico financeiro e dados do Open Finance para decisões de crédito mais rápidas e precisas;
  • Prevenção de fraudes: sistemas de IA detectam padrões anômalos em tempo real, e isso serve para reduzir perdas em operações de pagamento e onboarding ao mesmo tempo que fortalece a segurança de todo o mercado;
  • Personalização de ofertas financeiras: a IA ajusta limites, recomendações, jornadas e produtos conforme cada perfil, o que tende a aumentar retenção e engajamento.

Quer conectar esses benefícios aos objetivos do seu negócio? A SoftDesign atua na interseção entre BaaS, engenharia de software e inteligência artificial. Aplicamos IA ao ciclo de desenvolvimento (SDLC) desde testes automatizados até modelos que otimizam fluxos de decisão, e construímos produtos que combinam infraestrutura regulada e inteligência de dados para escalar com segurança e performance.

Gráfico destacando o aumento de produtividade impulsionada por IA, com destaque para o conceito de AI Augmented.

O futuro do Banking as a Service no Brasil

O Banking as a Service está entrando em uma nova fase no país, e isso abre espaço para que empresas de todos os setores lancem seus próprios produtos financeiros.

O verdadeiro diferencial nasce quando essa infraestrutura encontra um parceiro capaz de transformar APIs em soluções. E, com empresas especializadas, a sua organização consegue criar e escalar produtos financeiros próprios com velocidade, segurança e eficiência.

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Perguntas frequentes sobre Banking as a Service

Aprenda mais sobre Banking as a Service (BaaS) por meio das perguntas e respostas abaixo.

O que significa Banking as a Service?

É um modelo que permite que empresas ofereçam serviços financeiros, usando a infraestrutura regulada de um banco ou instituição licenciada.

O que é SaaS e BaaS?

SaaS é “Software as a Service” e BaaS é “Banking as a Service”.

Como funciona o BaaS?

Funciona por meio de integrações entre a empresa contratante, a infraestrutura do provedor BaaS e a instituição regulada que opera sob supervisão do Banco Central.

Quais exemplos de Banking as a Service?

Contas digitais, carteiras de pagamento, cartões white label, Pix integrado, crédito embutido, onboarding financeiro e conciliação automatizada.

Foto do autor

Thiago Giuseppe

Thiago Giuseppe é Product Manager, com formação em Engenharia de Produção e especialização em Análise de Dados para Negócios e Product Management. Apaixonado por resolver problemas reais utilizando tecnologia e dados, possui experiência prática no desenvolvimento e gestão de produtos de plataforma, carteiras digitais e soluções para e-commerce. Sua atuação abrange áreas como pagamentos, CRM e vendas, com foco em análise crítica e tomada de decisões estratégicas baseadas em dados.

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