- Desenvolvimento de Software
O DevOps é a abordagem que viabiliza a integração entre times para melhorar a criação e gestão de produtos digitais, com maior colaboração, agilidade, controle de erros e qualidade.
Na TI, é difícil conciliar duas áreas tão distintas como Operação e Desenvolvimento. Enquanto a primeira tem como objetivo garantir a estabilidade do ambiente – ou infraestrutura – a segunda visa entregar valor com novas funcionalidades e melhorias no sistema.
Quem trabalha com desenvolvimento de serviços e produtos digitais já deve estar habituado a ouvir o termo DevOps. Mas você sabe o que ele significa na prática e o motivo de ser tão relevante no mercado?
Nesse artigo, vamos conhecer um pouco sobre essa cultura e de que forma ela pode contribuir para o seu negócio.
É um conjunto de práticas que visa estreitar as relações entre as áreas de Desenvolvimento (Dev) e Operação (Ops), permitindo que trabalhem de maneira unificada, colaborativa e entregando valor para o usuário.
Embora a necessidade de integração entre os times seja discutida há muito tempo, o termo surgiu apenas em 2009 durante a conferência Velocity da O’Reilly.
Inclusive, Patrick Debois – um dos participantes dessa conferência – é o criador do evento DevOpsDay.
Um dos conceitos mais importantes relacionado ao DevOps é o de infraestrutura ágil. Para adotar essa cultura, você precisará contar com ferramentas que permitirão essa integração constante entre os times.
Por isso, é necessário mudar a mentalidade do time para uma cultura ágil, em que a premissa é a máxima contribuição para o trabalho em conjunto.
Nesse sentido, é importante destacar que se os colaboradores não estiverem dispostos a criar esse ambiente de colaboração, nenhuma ferramenta ou framework terá efetividade.
O DevOps une conhecimentos em desenvolvimento e operações para facilitar a colaboração, o uso de ferramentas e processos para garantir entregas mais rápidas, eficientes, seguras e confiáveis.
Para isso, algumas tarefas que desempenham são:
No fim, o objetivo é melhorar todo o ciclo de vida do software, seja implementando processos e melhorias incrementais, otimizando sistemas ou facilitando a interação entre os times envolvidos.
Por isso, seu papel é essencial para empresas que desejam reduzir falhas decorrentes da falta de comunicação clara entre Desenvolvimento e Operações, além de acelerar o time-to-market.
Como exemplo, imagine um aplicativo de delivery que você usa diariamente. Para garantir que ele funcione sem falhas mesmo após atualizações, o DevOps desenvolve pipelines de CI/CD (Integração Contínua e Entrega Contínua).
Esses pipelines são como “linhas de produção” que testam e aprovam cada novo código automaticamente. Assim, quando o time de desenvolvimento cria uma atualização, ela passa por testes automatizados que garantem a qualidade. Traremos mais detalhes sobre esses conceitos nos próximos tópicos.
Além disso, o DevOps gerencia a infraestrutura que mantém o app funcionando.
Usando serviços em nuvem, ele configura e monitora servidores de modo que possam expandir ou reduzir conforme o número de pedidos aumenta ou diminui.
Isso evita problemas como a lentidão em horários de pico.
A cultura DevOps é uma mudança de mentalidade — em que a colaboração entre diferentes áreas se torna parte do dia a dia. É mais do que usar ferramentas ou aplicar conceitos da moda.
Para que os benefícios de implementar uma cultura DevOps possam ser percebidos, é importante que as práticas dessa filosofia sejam utilizadas de forma consistente entre os envolvidos.
A orientação principal é: comunicação e colaboração, dois dos quatro pilares do DevOps.
Além desses, temos ainda a medição (avaliação) e a automação.
Medição refere-se, como o nome indica, a medir e analisar o máximo de itens, desde a performance até os processos, pois é a partir desta análise que poderemos propor melhorias.
Já a automação tem o objetivo de automatizar todos os processos possíveis, diminuindo o desperdício de tempo e o risco de falhas humanas.
Em vez de cada time focar apenas em suas responsabilidades, o DevOps cria um espaço onde todos – desenvolvimento, operações, qualidade e segurança – se unem em uma mesma direção: entregar valor ao usuário, de maneira rápida e com qualidade.
Para trazer uma dimensão mais prática, vamos pensar em uma situação cotidiana: imagine o cenário em que o time de desenvolvimento entrega uma nova funcionalidade, mas ela falha em produção.
No modelo tradicional, o reflexo mais rápido pode ser o de procurar os responsáveis pelo erro. Já no DevOps, todos colaboram desde o início, testam juntos e solucionam problemas rapidamente, pois compartilham responsabilidades e resultados.
Essa abordagem integrada cria um ambiente de confiança e transparência, no qual todos sabem o impacto de seu trabalho na experiência final do usuário.
No centro dessa cultura está a interdisciplinaridade. Não é mais uma questão de “nós” e “eles”, mas de um “nós” unificado. O time de operações participa das fases de planejamento para antecipar demandas e ajustar a infraestrutura.
Por outro lado, Desenvolvedores aprendem a lidar com recursos de monitoramento e segurança, aspectos antes considerados “tarefa dos outros”.
Essa troca de papéis e conhecimentos enriquece o time como um todo e torna cada membro mais resiliente e preparado para os desafios diversos que podem surgir.
Dois conceitos fundamentais da Cultura DevOps são: Integração Contínua (CI) e Entrega Contínua (CD).
Na Integração Contínua utilizamos um sistema de controle de versão como o Git, por exemplo. O código-fonte deve ser integrado o mais rápido possível, diversas vezes ao dia, em uma ramificação (branch) compartilhada entre os desenvolvedores do projeto. Esse processo possibilita que eles tenham o código atualizado, evitando possíveis conflitos tanto de código, como regras de negócio.
Em CI, para cada código enviado ao repositório são realizadas uma compilação e a execução de testes automatizados/unitários. Isso garante que ele esteja pronto para a implantação (deploy). Nesse contexto, cada alteração feita pelo time de desenvolvimento de software é integrada ao sistema em uma questão de minutos, passando automaticamente por testes.
Já a Entrega Contínua significa disponibilizar, de forma automatizada, rápida e segura, a implantação do sistema.
Quando usamos a premissa de CD, devemos garantir que a ramificação principal do repositório esteja em um estado estável, para podermos fazer a implantação do software em qualquer momento. Nesse caso, a velocidade é priorizada mais uma vez: assim que o código passa nos testes, ele é liberado para produção – ou seja, ele entra no ar.
Normalmente, são utilizados pipelines automatizados que fazem a compilação, testes e implantação.
Na prática, esse fluxo de CI/CD reduz as janelas de tempo necessárias para correções e novos lançamentos. Em vez de esperar dias para ver uma nova funcionalidade, o time consegue verificar os resultados quase imediatamente. Além disso, em um ambiente de CI/CD bem estruturado, um erro detectado pode ser solucionado em horas, e não em dias.
O pipeline de CI/CD funciona como uma linha de produção automatizada para o desenvolvimento e deploy de softwares.
Em termos práticos, ele coordena cada etapa: desde o código que um Desenvolvedor acaba de escrever até sua entrada no ambiente de produção.
Isso significa que, ao identificar problemas durante o desenvolvimento, o pipeline realiza testes automáticos e sinaliza falhas, de forma que as correções sejam feitas antes que o código chegue ao usuário final.
Hoje, novas tendências em CI/CD trazem ainda mais eficiência.
Ferramentas como GitHub Actions e GitLab CI/CD oferecem integrações robustas que simplificam o processo e adaptam o pipeline ao fluxo de trabalho do time.
Com isso, empresas têm segurança, velocidade e uma experiência mais fluida, essencial para acompanhar o ritmo acelerado do mercado e as exigências dos usuários em relação aos seus produtos digitais.
A automação é um fator intrínseco ao DevOps, afinal, possibilita eliminar tarefas repetitivas, aumentar a consistência e reduzir o tempo de desenvolvimento.
Sobretudo, quando pensamos em DevOps e em automação, precisamos falar do conceito de Infraestrutura como Código (IaC).
Ter as configurações de toda a infraestrutura em forma de código é o que facilita ajustar, replicar e escalar mudanças para obter um controle maior da produção. O objetivo, nesse caso, é ter agilidade e consistência na definição dos ambientes.
Outro dos pilares do DevOps é o monitoramento contínuo. Significa ter total controle sobre a pilha de aplicativos, sobre a infraestrutura e sobre os processos de produção, com telemetria e metadados.
Assim, é possível resolver problemas antes que eles afetem o usuário final, algo que é muito importante no caso de grandes aplicações. Ou, pelo menos, o quanto antes.
Um bom exemplo é o monitoramento do desempenho em tempo real de uma loja virtual, que recebe inúmeras requisições.
O feedback contínuo, por sua vez, diz respeito à capacidade de ajustar os software de acordo com informações coletadas no monitoramento.
Também é um conceito que envolve os testes automatizados em um pipeline de CI/CD, que detectam falhas assim que os códigos são enviados aos repositórios.
Vamos conhecer e entender as principais ferramentas dos times de TI que aplicam as premissas de DevOps:
Essa prática aumenta a velocidade e confiabilidade ao instalar o software em um novo ambiente, pois temos a garantia que todos os itens foram feitos da mesma forma. Além disso, a manutenção desse sistema também se torna mais eficaz.
Uma ferramenta muito útil nesse contexto é o Terraform.
Com Terraform, é possível escrever configurações em código que criam e configuram servidores, redes e outros recursos em provedores como AWS, Azure ou Google Cloud.
Por exemplo, para criar uma rede e uma instância de máquina virtual na AWS, basta definir essas configurações em um script de configuração.
Esse script pode ser versionado, revisado e replicado, de modo a possibilitar a criação rápida de novos ambientes idênticos.
Essa abordagem é útil para desenvolver e testar aplicações, garantindo que o ambiente de teste seja idêntico ao de produção.
Algumas práticas úteis de IaC são:
Outro conceito muito importante no universo do DevOps é o de microsserviços.
Basicamente, consiste em focar na modularização de sistemas em partes independentes e funcionais, o que ajuda muito na hora de alocar times para trabalhar colaborativamente em uma única aplicação.
O controle de versão e o monitoramento se tornam mais fáceis, uma vez que cada membro pode trabalhar em um dos serviços sem afetar o total. No geral, isso acrescenta poder de escalabilidade e de controle para evitar riscos nas atualizações e manutenções.
Se o DevOps é uma cultura que preza pela agilidade, a arquitetura dos microsserviços é uma escolha interessante em muitos contextos, pois ajuda os times a alavancarem a produção e reduzirem a quantidade de tempo gasto na identificação e correção de bugs.
Com uma arquitetura de microsserviços, cada funcionalidade — como autenticação, pagamento ou busca — é desenvolvida, implantada e escalada independentemente.
Isso facilita o trabalho em paralelo de múltiplos times DevOps.
Mais uma vez podemos recorrer ao exemplo de uma plataforma de e-commerce, em que o serviço de busca pode precisar de escalabilidade extra durante promoções ou datas comemorativas, enquanto outros serviços, como o de inventário, permanecem com o mesmo nível de demanda.
Essa escalabilidade seletiva reduz custos e melhora a eficiência do sistema.
No geral, esse conceito também contribui para melhorar a inovação e a experimentação, bem como a resiliência e independência entre serviços.
Outra tecnologia que possibilita ser ágil com o DevOps é a computação em nuvem. Ambientes cloud facilitam o gerenciamento de microsserviços, bem como processos de integração contínua e entrega contínua, de maneira automatizada e consistente.
Alguns benefícios são:
A automação de testes também é uma prática fundamental no DevOps, com foco em garantir a qualidade do software e ciclos de desenvolvimento mais rápidos. Como vimos, essa abordagem é, inclusive, parte do pipeline de Integração Contínua.
Ao automatizar testes, os times conseguem verificar continuamente o código, de modo a identificar e corrigir erros sem tanto esforço operacional. Assim, é possível colocar em prática o princípio ágil de testar sempre, em todas as etapas da produção.
Da mesma forma, torna-se viável entregar mudanças e correções com deploys eficientes, segundo as noções de CI/CD e de controle de versão.
Como uma engrenagem bem ajustada, o DevOps otimiza a comunicação e a eficiência, acelerando a criação de novas soluções e reduzindo o tempo de resposta às mudanças.
Essa metodologia estimula a inovação contínua e garante a adaptabilidade dos times, o que significa vantagem competitiva para empresas que desejam se destacar.
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Agora, veja as respostas para as principais perguntas sobre DevOps.
DevOps é uma cultura e conjunto de práticas que integram desenvolvimento e operações, promovendo colaboração e automação. Isso garante entregas mais rápidas e seguras, com foco em qualidade e eficiência nas soluções digitais.
Com ferramentas e práticas como CI/CD e monitoramento contínuo, por exemplo, DevOps automatiza processos, reduz bugs e acelera o time-to-market do software.
DevOps melhora a colaboração e a comunicação, reduz custos operacionais, aumenta a escalabilidade e garante entregas contínuas.
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