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DevOps: o que é, vantagens e práticas para agilidade no software

Por 09/02/2021 22/11/2024 14 minutos

O DevOps é a abordagem que viabiliza a integração entre times para melhorar a criação e gestão de produtos digitais, com maior colaboração, agilidade, controle de erros e qualidade.

Na TI, é difícil conciliar duas áreas tão distintas como Operação e Desenvolvimento. Enquanto a primeira tem como objetivo garantir a estabilidade do ambiente – ou infraestrutura – a segunda visa entregar valor com novas funcionalidades e melhorias no sistema. 

Quem trabalha com desenvolvimento de serviços e produtos digitais já deve estar habituado a ouvir o termo DevOps. Mas você sabe o que ele significa na prática e o motivo de ser tão relevante no mercado? 

Nesse artigo, vamos conhecer um pouco sobre essa cultura e de que forma ela pode contribuir para o seu negócio.

O que é DevOps?


É um conjunto de práticas que visa estreitar as relações entre as áreas de Desenvolvimento (Dev) e Operação (Ops), permitindo que trabalhem de maneira unificada, colaborativa e entregando valor para o usuário. 

Embora a necessidade de integração entre os times seja discutida há muito tempo, o termo surgiu apenas em 2009 durante a conferência Velocity da O’Reilly

Inclusive, Patrick Debois – um dos participantes dessa conferência – é o criador do evento DevOpsDay.

Um dos conceitos mais importantes relacionado ao DevOps é o de infraestrutura ágil. Para adotar essa cultura, você precisará contar com ferramentas que permitirão essa integração constante entre os times. 

Por isso, é necessário mudar a mentalidade do time para uma cultura ágil, em que a premissa é a máxima contribuição para o trabalho em conjunto.

Nesse sentido, é importante destacar que se os colaboradores não estiverem dispostos a criar esse ambiente de colaboração, nenhuma ferramenta ou framework terá efetividade. 

O que faz um profissional de DevOps?


Para isso, algumas tarefas que desempenham são:

  • Controle de versões de produtos digitais;
  • Orquestração de contêineres; 
  • Automação de testes; etc. 

No fim, o objetivo é melhorar todo o ciclo de vida do software, seja implementando processos e melhorias incrementais, otimizando sistemas ou facilitando a interação entre os times envolvidos. 

Por isso, seu papel é essencial para empresas que desejam reduzir falhas decorrentes da falta de comunicação clara entre Desenvolvimento e Operações, além de acelerar o time-to-market.

Como exemplo, imagine um aplicativo de delivery que você usa diariamente. Para garantir que ele funcione sem falhas mesmo após atualizações, o DevOps desenvolve pipelines de CI/CD (Integração Contínua e Entrega Contínua)

Esses pipelines são como “linhas de produção” que testam e aprovam cada novo código automaticamente. Assim, quando o time de desenvolvimento cria uma atualização, ela passa por testes automatizados que garantem a qualidade. Traremos mais detalhes sobre esses conceitos nos próximos tópicos.

Além disso, o DevOps gerencia a infraestrutura que mantém o app funcionando

Usando serviços em nuvem, ele configura e monitora servidores de modo que possam expandir ou reduzir conforme o número de pedidos aumenta ou diminui. 

Isso evita problemas como a lentidão em horários de pico.

Cultura DevOps: principais pilares


A cultura DevOps é uma mudança de mentalidade — em que a colaboração entre diferentes áreas se torna parte do dia a dia. É mais do que usar ferramentas ou aplicar conceitos da moda.

Para que os benefícios de implementar uma cultura DevOps possam ser percebidos, é importante que as práticas dessa filosofia sejam utilizadas de forma consistente entre os envolvidos. 

A orientação principal é: comunicação e colaboração, dois dos quatro pilares do DevOps. 

Além desses, temos ainda a medição (avaliação) e a automação.

Medição refere-se, como o nome indica, a medir e analisar o máximo de itens, desde a performance até os processos, pois é a partir desta análise que poderemos propor melhorias.

Já a automação tem o objetivo de automatizar todos os processos possíveis, diminuindo o desperdício de tempo e o risco de falhas humanas. 

A importância da interdisciplinaridade


Em vez de cada time focar apenas em suas responsabilidades, o DevOps cria um espaço onde todos – desenvolvimento, operações, qualidade e segurança – se unem em uma mesma direção: entregar valor ao usuário, de maneira rápida e com qualidade.

Para trazer uma dimensão mais prática, vamos pensar em uma situação cotidiana: imagine o cenário em que o time de desenvolvimento entrega uma nova funcionalidade, mas ela falha em produção. 

No modelo tradicional, o reflexo mais rápido pode ser o de procurar os responsáveis pelo erro. Já no DevOps, todos colaboram desde o início, testam juntos e solucionam problemas rapidamente, pois compartilham responsabilidades e resultados. 

Essa abordagem integrada cria um ambiente de confiança e transparência, no qual todos sabem o impacto de seu trabalho na experiência final do usuário.

No centro dessa cultura está a interdisciplinaridade. Não é mais uma questão de “nós” e “eles”, mas de um “nós” unificado. O time de operações participa das fases de planejamento para antecipar demandas e ajustar a infraestrutura. 

Por outro lado, Desenvolvedores aprendem a lidar com recursos de monitoramento e segurança, aspectos antes considerados “tarefa dos outros”. 

Essa troca de papéis e conhecimentos enriquece o time como um todo e torna cada membro mais resiliente e preparado para os desafios diversos que podem surgir.

Integração Contínua (CI) e Entrega Contínua (CD)


Dois conceitos fundamentais da Cultura DevOps são: Integração Contínua (CI) e Entrega Contínua (CD).

Na Integração Contínua utilizamos um sistema de controle de versão como o Git, por exemplo. O código-fonte deve ser integrado o mais rápido possível, diversas vezes ao dia, em uma ramificação (branch) compartilhada entre os desenvolvedores do projeto. Esse processo possibilita que eles tenham o código atualizado, evitando possíveis conflitos tanto de código, como regras de negócio. 

Em CI, para cada código enviado ao repositório são realizadas uma compilação e a execução de testes automatizados/unitários. Isso garante que ele esteja pronto para a implantação (deploy). Nesse contexto, cada alteração feita pelo time de desenvolvimento de software é integrada ao sistema em uma questão de minutos, passando automaticamente por testes. 

Já a Entrega Contínua significa disponibilizar, de forma automatizada, rápida e segura, a implantação do sistema

Quando usamos a premissa de CD, devemos garantir que a ramificação principal do repositório esteja em um estado estável, para podermos fazer a implantação do software em qualquer momento. Nesse caso, a velocidade é priorizada mais uma vez: assim que o código passa nos testes, ele é liberado para produção – ou seja, ele entra no ar. 

Normalmente, são utilizados pipelines automatizados que fazem a compilação, testes e implantação.

Na prática, esse fluxo de CI/CD reduz as janelas de tempo necessárias para correções e novos lançamentos. Em vez de esperar dias para ver uma nova funcionalidade, o time consegue verificar os resultados quase imediatamente. Além disso, em um ambiente de CI/CD bem estruturado, um erro detectado pode ser solucionado em horas, e não em dias. 

Pipeline de CI/CD


O pipeline de CI/CD funciona como uma linha de produção automatizada para o desenvolvimento e deploy de softwares. 

Em termos práticos, ele coordena cada etapa: desde o código que um Desenvolvedor acaba de escrever até sua entrada no ambiente de produção. 

Isso significa que, ao identificar problemas durante o desenvolvimento, o pipeline realiza testes automáticos e sinaliza falhas, de forma que as correções sejam feitas antes que o código chegue ao usuário final.

Hoje, novas tendências em CI/CD trazem ainda mais eficiência. 

Ferramentas como GitHub Actions e GitLab CI/CD oferecem integrações robustas que simplificam o processo e adaptam o pipeline ao fluxo de trabalho do time.

Com isso, empresas têm segurança, velocidade e uma experiência mais fluida, essencial para acompanhar o ritmo acelerado do mercado e as exigências dos usuários em relação aos seus produtos digitais.

Automação no DevOps


A automação é um fator intrínseco ao DevOps, afinal, possibilita eliminar tarefas repetitivas, aumentar a consistência e reduzir o tempo de desenvolvimento

Sobretudo, quando pensamos em DevOps e em automação, precisamos falar do conceito de Infraestrutura como Código (IaC).

Ter as configurações de toda a infraestrutura em forma de código é o que facilita ajustar, replicar e escalar mudanças para obter um controle maior da produção. O objetivo, nesse caso, é ter agilidade e consistência na definição dos ambientes.

Monitoramento contínuo e feedback contínuo


Outro dos pilares do DevOps é o monitoramento contínuo. Significa ter total controle sobre a pilha de aplicativos, sobre a infraestrutura e sobre os processos de produção, com telemetria e metadados.

Assim, é possível resolver problemas antes que eles afetem o usuário final, algo que é muito importante no caso de grandes aplicações. Ou, pelo menos, o quanto antes.

Um bom exemplo é o monitoramento do desempenho em tempo real de uma loja virtual, que recebe inúmeras requisições. 

O feedback contínuo, por sua vez, diz respeito à capacidade de ajustar os software de acordo com informações coletadas no monitoramento. 

Também é um conceito que envolve os testes automatizados em um pipeline de CI/CD, que detectam falhas assim que os códigos são enviados aos repositórios

Principais ferramentas DevOps 


Vamos conhecer e entender as principais ferramentas dos times de TI que aplicam as premissas de DevOps:

  • Git: o Git é uma ferramenta de controle de versão que permite trabalho colaborativo em uma mesma aplicação e gestão de mudanças. No contexto do DevOps, contribui muito para a integração contínua e para a maior colaboração entre desenvolvimento e operações;
  • Docker: já o Docker é uma plataforma de contêineres cuja função é empacotar aplicações e isolar partes umas das outras. É também útil para modularização de código e controle ativo de versões para evitar erros no deploy;
  • Kubernetes: serve para automatizar a gestão de contêineres, a fim de reforçar a escalabilidade, controle de cargas de trabalho, disponibilidade e deploy.

Infraestrutura como Código (IaC)


Essa prática aumenta a velocidade e confiabilidade ao instalar o software em um novo ambiente, pois temos a garantia que todos os itens foram feitos da mesma forma. Além disso, a manutenção desse sistema também se torna mais eficaz. 

Uma ferramenta muito útil nesse contexto é o Terraform. 

Com Terraform, é possível escrever configurações em código que criam e configuram servidores, redes e outros recursos em provedores como AWS, Azure ou Google Cloud. 

Por exemplo, para criar uma rede e uma instância de máquina virtual na AWS, basta definir essas configurações em um script de configuração. 

Esse script pode ser versionado, revisado e replicado, de modo a possibilitar a criação rápida de novos ambientes idênticos. 

Essa abordagem é útil para desenvolver e testar aplicações, garantindo que o ambiente de teste seja idêntico ao de produção.

Algumas práticas úteis de IaC são:

  • Versionar o código usando soluções como o Git;
  • Automatizar testes de infraestrutura;
  • Documentar e modularizar configurações.

Arquitetura de microsserviços e DevOps


Outro conceito muito importante no universo do DevOps é o de microsserviços. 

O controle de versão e o monitoramento se tornam mais fáceis, uma vez que cada membro pode trabalhar em um dos serviços sem afetar o total. No geral, isso acrescenta poder de escalabilidade e de controle para evitar riscos nas atualizações e manutenções. 

Se o DevOps é uma cultura que preza pela agilidade, a arquitetura dos microsserviços é uma escolha interessante em muitos contextos, pois ajuda os times a alavancarem a produção e reduzirem a quantidade de tempo gasto na identificação e correção de bugs

Com uma arquitetura de microsserviços, cada funcionalidade — como autenticação, pagamento ou busca — é desenvolvida, implantada e escalada independentemente. 

Isso facilita o trabalho em paralelo de múltiplos times DevOps. 

Mais uma vez podemos recorrer ao exemplo de uma plataforma de e-commerce, em que o serviço de busca pode precisar de escalabilidade extra durante promoções ou datas comemorativas, enquanto outros serviços, como o de inventário, permanecem com o mesmo nível de demanda. 

Essa escalabilidade seletiva reduz custos e melhora a eficiência do sistema.

No geral, esse conceito também contribui para melhorar a inovação e a experimentação, bem como a resiliência e independência entre serviços.

Ambiente Cloud e DevOps


Outra tecnologia que possibilita ser ágil com o DevOps é a computação em nuvem. Ambientes cloud facilitam o gerenciamento de microsserviços, bem como processos de integração contínua e entrega contínua, de maneira automatizada e consistente.

Alguns benefícios são:

  • Escalabilidade sob demanda;
  • Flexibilidade para ambientes de desenvolvimento e testes (o que facilita controle de versão);
  • Redução de custos;
  • Aumento da segurança e controle de acessos;
  • Monitoramento constante.

Testes automatizados no DevOps


A automação de testes também é uma prática fundamental no DevOps, com foco em garantir a qualidade do software e ciclos de desenvolvimento mais rápidos. Como vimos, essa abordagem é, inclusive, parte do pipeline de Integração Contínua. 

Ao automatizar testes, os times conseguem verificar continuamente o código, de modo a identificar e corrigir erros sem tanto esforço operacional. Assim, é possível colocar em prática o princípio ágil de testar sempre, em todas as etapas da produção.

Da mesma forma, torna-se viável entregar mudanças e correções com deploys eficientes, segundo as noções de CI/CD e de controle de versão. 

Conclusão


Como uma engrenagem bem ajustada, o DevOps otimiza a comunicação e a eficiência, acelerando a criação de novas soluções e reduzindo o tempo de resposta às mudanças. 

Essa metodologia estimula a inovação contínua e garante a adaptabilidade dos times, o que significa vantagem competitiva para empresas que desejam se destacar.

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Perguntas frequentes


Agora, veja as respostas para as principais perguntas sobre DevOps.

O que é DevOps e por que ele é importante?

DevOps é uma cultura e conjunto de práticas que integram desenvolvimento e operações, promovendo colaboração e automação. Isso garante entregas mais rápidas e seguras, com foco em qualidade e eficiência nas soluções digitais.

Como o DevOps melhora o ciclo de desenvolvimento de software?

Com ferramentas e práticas como CI/CD e monitoramento contínuo, por exemplo, DevOps automatiza processos, reduz bugs e acelera o time-to-market do software.

Quais são os principais benefícios de adotar DevOps?

DevOps melhora a colaboração e a comunicação, reduz custos operacionais, aumenta a escalabilidade e garante entregas contínuas.

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Karina Hartmann

Karina é especialista em Inovação e Produtos Digitais, dedicando-se à concepção de novos negócios e soluções tanto para startups quanto para grandes empresas. Na SoftDesign, atua ainda como Líder em Product Management. Com mais de 15 anos atuando na área de Tecnologia, já desempenhou papéis variados, incluindo gerência de projetos, análise de sistemas, programação Java e melhoria de processos. É Mestre em Administração pela UFRGS, onde estudou métodos de desenvolvimento de produtos digitais inovadores. É Bacharel em Matemática Aplicada e possui pós-graduação em Governança de TI e Digital Business. Além disso, detém certificações CSM, PMP e CFPS.

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