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Manifesto Ágil: 20 anos de história

Por 25/03/2021 07/11/2024 7 minutos

Em fevereiro de 2001, nas montanhas de Wasatch, em Utah (EUA), um grupo de dezessete consultores de tecnologia se reuniu para discutir maneiras de aprimorar o desenvolvimento de software. O objetivo era encontrar uma abordagem comum que permitisse a entrega de soluções mais rápidas, eficientes e alinhadas às necessidades do mercado. Dessa reunião, nasceu o Manifesto Ágil, um marco na história da tecnologia da informação. Ele que transformou profundamente a maneira como produtos e serviços digitais são desenvolvidos.

O Manifesto Ágil introduziu uma nova filosofia, destacando a importância de valores como colaboração, adaptação e entrega contínua de valor ao cliente. Com a Metodologia Ágil, a indústria de TI passou a ser mais dinâmica e flexível. Isso favoreceu equipes autônomas e processos de desenvolvimento que evoluem constantemente, atendendo melhor às demandas de negócios e usuários.

No contexto atual, em que a competitividade e a inovação são essenciais, adotar o Método Ágil pode ser a chave para transformar sua organização. Saiba mais no artigo a seguir!

A evolução dos processos


Entre os consultores presentes na Conferência de fevereiro de 2001, estavam alguns dos nomes mais influentes no desenvolvimento de software. Kent Beck, Rod Jeffries e Ward Cunningham, criadores do Extreme Programming (XP); Ken Schwaber e Jeff Sutherland, fundadores do Scrum; Alistair CockBurn, idealizador do Crystal Clear; Martin Fowler, renomado autor de livros sobre padrões de projetos e UML; e Robert C. Martin, especialista em programação e clean code. Esses nomes, que se tornaram pilares do movimento ágil, estavam em busca de um modelo mais eficiente para o desenvolvimento de software.

Entretanto, é preciso pontuar que antes do encontro, o tema melhorias de processos já estava em discussão na área de produto. Alguns dos Métodos Ágeis citados no parágrafo anterior deram seus primeiros passos antes mesmo da Conferência.

Em 1945, William Edwards Deming introduziu métodos estatísticos que revolucionaram os processos produtivos no Japão e nos Estados Unidos, sendo um dos grandes responsáveis pelo Toyota Production System. Além disso, em 1986, Hirotaka Takeuchi e Ikujiru Nonaka criaram a abordagem New Product Development Game, que, aplicada por empresas como Canon, IBM e 3M, já antecipava muitas das características do que viria a ser o Método Ágil, agilizando e flexibilizando os processos de desenvolvimento de produtos.

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Fonte: https://awarenessagents.files.wordpress.com/

Com todas essas iniciativas acontecendo ao longo do tempo, qual foi a então a motivação para a Conferência de fevereiro de 2001? Os consultores envolvidos estavam buscando um modelo comum, uma alternativa aos processos de desenvolvimento de software que, estruturados no Método Cascata/Waterfall (criado dentro da área de Engenharia), eram considerados pesados e demasiadamente orientados à documentação.

Um método baseado em empirismo


Esse Encontro deu vida a Agile Alliance, que ainda hoje dita e contribui com a organização dos processos da área. Além disso, originou o Manifesto para o Desenvolvimento de Software Ágil, com sua mentalidade, valores e princípios. Tais valores fornecem orientação sobre como criar e responder a mudanças, e sobre como lidar com incertezas:

“Essa forma de trabalho é baseada em empirismo. Então o que nós fazemos hoje é um método científico no qual não sabemos a verdade, o que vai surgir durante o processo. Antes (no Waterfall), o que fazíamos era planejar e seguir o plano, documentando as etapas conforme o programado. Com o Método Ágil, assumimos hipóteses, realizamos experimentos e testamos para validar, o que gera grande aprendizado”, explica Raphael Rodrigues, Agilista e Head of Portfolio da SoftDesign.

A Conferência impactou os anos seguintes e impulsionou o surgimento de diversas modelos de trabalho. Entre eles: o Test-Driven Development (TDD); o Lean Software Development, o Large Scale Scrum (LeSS), o Kanban Software Development, o DevOps, o Mob Programming e o Disciplined Agile Delivery (DAD), entre muitos outros.

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Fonte: https://awarenessagents.files.wordpress.com/

Valores e Princípios do Manifesto Ágil


São quatro os valores fundamentais do Manifesto Ágil, que passaram a ser valorizados após fevereiro de 2001 nas práticas de desenvolvimento de software:

  1. Indivíduos e interações mais do que processos e ferramentas;
  2. Software em funcionamento mais do que documentação abrangente;
  3. Colaboração com o cliente mais do que negociação de contratos;
  4. Responder a mudanças mais do que seguir um plano.

Tais valores resumem os 12 Princípios Ágeis que podem ser vistos na imagem abaixo. Os quatro primeiros são voltados aos clientes; os quatro seguintes à gestão, e os quatro finais ao time:

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Fonte: https://agileschool.com.br/

O guarda-chuva da Agilidade


A agilidade é um grande guarda-chuva que abarca diversas práticas, desde processos mais leves para times pequenos, quanto processos mais robustos para times maiores. Podemos citar Scrum, Kanban, XP, TDD e Crystal como abordagens leves, e LeSS, DAD, Agile Project Management (Agile PM) e Open Unified Process (OpenUP) como abordagens mais pesadas, por exemplo.

Nesse sentido, é importante salientar que é possível utilizar diversas práticas no mesmo projeto. Não é imprescindível seguir somente um framework do início ao fim, mas sim utilizar práticas que gerem os melhores resultados naquele caso. Inclusive, na imagem abaixo, podemos observar como as diferentes práticas dos frameworks podem interagir.

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Fonte: https://www.agilealliance.org/

O Futuro da Agilidade


Mesmo com muitas mudanças no mundo, é possível enxergar um movimento crescente de práticas ágeis em contextos fora do desenvolvimento de software ou da construção de produtos, onde há maior integração com práticas de design. E, ainda, em áreas como marketing e RH – esse último inclusive já tem seu próprio manifesto.

Nesse sentido, o futuro do que chamamos de agilidade está mais relacionado a melhores práticas de gestão, de liderança e de cultura organizacional, com foco em colaboração e desenvolvimento de pessoas – sendo pragmático a frameworks ou métodos. Assim, a criação de produtos estará concentrada para clientes, e há importância no fluxo de valor de ponta a ponta.

Pronto para impulsionar sua organização com métodos ágeis? Comece agora a aplicar frameworks como Scrum ou Kanban e adapte-os às necessidades do seu time. Aplique práticas ágeis para melhorar a colaboração, a entrega contínua e a flexibilidade. Entre em contato conosco por meio do formulário abaixo, e descubra como podemos ajudar a transformar sua equipe.

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Perguntas frequentes


Por fim, veja as respostas para as principais perguntas sobre o Manifesto Ágil.

O que significa o Manifesto Ágil?

O Manifesto Ágil é um conjunto de valores e princípios que prioriza a colaboração, flexibilidade e entrega contínua de valor no desenvolvimento de software, em contraste com processos rígidos e documentação excessiva.

Quais são os 4 princípios do Manifesto Ágil?

Valorizar indivíduos e interações sobre processos e ferramentas, software funcional em vez de documentação extensiva, colaboração com o cliente ao invés de negociação de contratos e capacidade de responder a mudanças ao invés de seguir rigidamente um plano.

Quais são os métodos ágeis?

Os métodos ágeis incluem Scrum, Kanban, Extreme Programming (XP), cada um com práticas e focos específicos para promover flexibilidade e entrega contínua no desenvolvimento de software.

Foto do autor

Micaela L. Rossetti

Estrategista Digital, especialista em Marketing Digital e Branding. É graduada em Jornalismo (UCS), Mestre em Comunicação Social (PUCRS) e tem MBA em Gestão de Projetos (PUCRS). Especialista em Growth Marketing, Search Engine Marketing, Inbound Marketing e Content Marketing.

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