Em projetos, é muito comum vermos times que se dividem entre quem faz discovery, Designers e Product Owners que geram tarefas; e quem faz o delivery, Desenvolvedores e Quality Assurances que executam tais tarefas.
Esse tipo de divisão é comum, mas pode ocasionar alguns problemas como falta de alinhamento, retrabalho e um produto pouco adequado ao usuário. As decisões em conjunto garantem a discussão de fatores técnicos, de negócio e de usabilidade desde o início do projeto.
Para mudar esse paradigma, Teresa Torres em seu livro Continuous Discovery Habits apresenta o conceito de Product Trio. Ela propõe que sempre haja um trio formado por uma pessoa Product Manager, uma pessoa Designer e uma pessoa Desenvolvedora, atuando juntas em todas as etapas de evolução de um software: entrevistas de usuários, definição de oportunidades, pensar em soluções e testar colaborativamente.
Quando um product trio trabalha junto e possui uma visão compartilhada sobre o usuário, há muito mais chance de conseguirmos desenvolver um produto digital que nossos clientes amem. (Teresa Torres)
Desta forma, cada profissional possui a chance de levantar as suas necessidades o quanto antes, e contribuir com o seu ponto de vista sobre como resolver a necessidade do usuário. Além disso, como comentamos anteriormente, há menos retrabalho, pois todos fizeram parte do processo e, portanto, conhecem as limitações e os objetivos ao propor soluções.
Hoje, o papel do PO não é mais trazer as soluções prontas ou escrever requisitos já pensando em uma solução concreta, mas sim trazer um objetivo e garantir que o time discuta esse objetivo conjuntamente. (Bruna Ricardo)
Essa forma de trabalhar proposta por Torres está conectada ao conceito de times missionários X times mercenários, proposto por Marty Cagan no livro Inspired – How to create tech products customers love.
De acordo com Cagan, times missionários são aqueles que possuem uma visão compartilhada sobre o que estão desenvolvendo, qual é seu objetivo e sobre quem é seu usuário. Conhecem seus pontos fortes e fracos, se comunicam melhor e assim conseguem mapear melhor riscos e oportunidades.
Já os times mercenários são os que apenas entregam as tarefas solicitadas, sem questionar porquê ou qual contexto elas se encaixam. Os profissionais são tarefeiros que não se preocupam com o sucesso do produto ou com a realização do usuário.
O que propomos então é que sejamos cada vez mais times missionários. É desta forma que a cultura colaborativa da SoftDesign vem se fortalecendo dia após dia.
Por exemplo: quando precisávamos criar uma solução para um software já desenvolvido, em que haviam restrições técnicas e de prazo, todo o time se reuniu para discutir as limitações e objetivos. Em seguida, realizamos uma rodada de Crazy-8 para que a partir do olhar de todos, chegássemos na melhor solução possível para o contexto.
Outro exemplo foi quando junto da pessoa Designer, Desenvolvedores, QAs e Gerente do Projeto participaram de entrevistas com usuários e testes de usabilidade feitas no decorrer do projeto. Isso aproximou todos os integrantes do time do usuário, aumentando a compreensão sobre para quem estavam desenvolvendo o produto.
Atualmente, em Concepções de produtos early stage, temos proposto experimentos Low-Code ou No-Code com times baseados nos pilares do Product Trio. Isso aconteceu, por exemplo, na Concepção da Broscope, plataforma de educação que está em fase de captação de investimentos: o time era composto por uma PO, uma Designer e uma Dev que, juntas, pensaram e planejaram o produto na sua totalidade.
Para saber mais sobre esse trabalho, assista ao vídeo abaixo.
Para fortalecer e abrir cada vez mais espaço para a cultura colaborativa, não é preciso ser perfeito, é preciso começar!
26 de setembro de 2024
16 de agosto de 2024