2021 foi um ano repleto de desafios complexos, que nos fizeram refletir profundamente. Por meio da tecnologia, a sociedade trilhou um novo caminho de desenvolvimento, expandindo fronteiras e aprimorando processos e sistemas. Agora, é tempo de prever os próximos passos e de construir as novas estratégias. Para lhe inspirar, compartilhamos abaixo highlights extraídos do relatório Gartner Top Strategic Technology Trends for 2022, que apresenta 12 tendências que irão moldar o futuro dos negócios digitais. Elas permitem três tipos de resultados:
Engineering Trust: a criação de uma base de TI mais resiliente e eficiente, capaz de garantir que os dados sejam integrados e processados de forma mais segura;
Sculpting Change: o desenvolvimento de soluções criativas para dimensionar e acelerar a digitalização das organizações. Com um ciclo de feedback mais rápido, torna-se mais fácil automatizar atividades, otimizar Inteligência Artificial (IA) e permitir tomadas de decisão mais eficientes;
Accelerating Growth: a união de forças na TI ganhará um espaço significativo nos negócios e no mercado. Juntas, essas tendências impulsionam a criação de valor e o aprimoramento dos recursos digitais.
A importância dos dados está cada vez mais nítida no mundo dos negócios. Entretanto, a sua utilização ainda continua isolada dentro de aplicativos, o que pode resultar em uma redução do seu potencial. Para resolver essa questão existe o Data Fabric – integração flexível e resiliente de fontes de dados entre plataformas e usuários.
A sua principal função é aprender por meio de análises, já o seu objetivo é recomendar onde os dados devem ser usados ou como devem ser alterados, possibilitando a criação de uma malha de dados mais integrada. Além de ser uma das principais tendências de tecnologia para 2022, essa arquitetura promete reduzir os esforços de gerenciamento de dados em até 70%.
Essa tendência fez parte do relatório Gartner de 2021 e segue como uma importante estratégia para 2022, visto que boa parte dos ativos dos negócios digitais continuam distribuídos na nuvem e em centros de processamento de dados. Tendo em conta que ações de segurança mais tradicionais e segmentadas podem deixar as organizações expostas a violações, torna-se essencial o investimento em uma malha de segurança cibernética mais flexível, com capacidade de integração entre serviços distintos.
A Cybersecurity Mesh protege os ativos, independentemente da localização e permite uma abordagem holística que se estende à toda base de serviços de TI. Além disso, torna o processo de verificação de identidade mais rápido e confiável.
“Em 2024, as organizações que adotarem uma arquitetura de malha de segurança cibernética reduzirão o impacto financeiro de incidentes de segurança individuais em aproximadamente 90%”. (Gartner)
O valor real dos dados está na interpretação e na forma como as informações são utilizadas para criar análises e insights de Inteligência Artificial (AI). Entretanto, com a criação da LGPD e com a crescente preocupação dos usuários em relação aos seus dados, tornou-se essencial aprimorar requisitos de segurança durante o processamento de informações pessoais, principalmente em ambientes não confiáveis.
Pensando nisso, a estratégia de Privacy-Enhancing Computation viabiliza a utilização de uma ampla variedade de técnicas de proteção – que permitem extrair dos dados apenas o que é realmente necessário, atendendo aos requisitos de conformidade. Por meio de abordagens de criptografia e pré-processamento, é possível compartilhar dados confidenciais entre os ecossistemas, criando valor e preservando a privacidade. Essa é uma das tendências de tecnologia para 2022 que também integrou o relatório Gartner de 2021.
As plataformas Cloud-Native são tecnologias que permitem construir arquiteturas de aplicativos mais resilientes e ágeis – capazes de responder às rápidas mudanças digitais do mercado. Elas melhoram o processo de migração de trabalhos que não foram projetados para a nuvem, reduzindo dependências de infraestrutura e expandindo o tempo de desenvolvimento de funcionalidades para aplicativos.
“Em 2025, as plataformas Cloud-Native servirão como base para mais de 95% das novas iniciativas digitais”. (Gartner).
Equipes multidisciplinares podem enfrentar muitos desafios ao longo do desenvolvimento de um projeto como, por exemplo, baixo conhecimento em programação, tecnologias limitadas e necessidade de efetuar entregas em prazos apertados.
Para resolver esse cenário, existem os aplicativos combináveis, desenvolvidos a partir de componentes modulares com foco nos negócios. Eles facilitam o uso e a reutilização do código, acelerando o time-to-market do produto ou serviço digital, acrescentando valor às empresas.
A Decision Intelligence está entre as principais tendências de tecnologia para 2022. Essa abordagem tem como missão facilitar a tomada de decisão organizacional, fazendo uso de um conjunto de processos que se apoiam na inteligência e na análise de dados.
Sabemos que as decisões são influenciadas por uma infinidade de fatores. Entretanto, vivemos em um mundo em constante evolução e transformação tecnológica. Por isso, as organizações precisam estar cada vez mais preparadas para tomadas de decisão rápidas e eficazes.
A Decision Intelligence também pode potencializar a automatização do processo de decisão humana, por meio de Inteligência Artificial. O resultado é uma equipe multidisciplinar capaz de gerenciar, avaliar e melhorar as decisões com base em aprendizados e feedback.
A hiperautomação é uma abordagem que busca tornar o modelo de negócio mais ágil, ao identificar, examinar e automatizar o maior número possível de processos de TI. Requer o uso orquestrado de um conjunto de ferramentas de tecnologia, incluindo plataformas Low-Code e RPA (Robotic Process Automation).
Essa tendência já foi citada no relatório Gartner de 2020 e 2021, se mantendo como uma estratégia irreversível e fundamental para o crescimento e escalabilidade dos produtos e serviços digitais.
“Em 2024, os gastos com hiperautomação elevarão em 40 vezes, tornando a governança adaptativa um fator de diferenciação no desempenho corporativo”. (Gartner).
A Inteligência Artificial é muito mais que uma tendência de tecnologia para 2022. É, além disso, o caminho que nos permite sair da pandemia de Covid-19 com negócios mais fortalecidos e consistentes. Por meio da Engenharia de IA é possível automatizar atualizações de dados, modelos e aplicativos, tornando os processos mais ágeis.
Essa estratégia já apareceu no relatório Gartner de 2021 e sugere que as organizações otimizem a IA utilizando dados e modelos integrados, capazes de entregar valor aos negócios. A Engenharia de Inteligência Artificial combina atualizações automatizadas com governança, garantindo aumento de performance.
“Em 2025, 10% das empresas que estabelecerem as melhores práticas de Engenharia de IA gerarão pelo menos três vezes mais valor do que os 90% das empresas que não o fizerem”. (Gartner).
A popularização do trabalho remoto é uma das mudanças culturais oriundas da pandemia de Covid-19. Esse modelo de trabalho resultou em empresas mais distribuídas (Distributed Enterprises), que priorizam o ambiente virtual (remote-first), tendo como foco a digitalização dos pontos de contato entre pessoas colaboradoras e consumidores.
As empresas distribuídas são capazes de atender melhor às necessidades dos seus stakeholders, que cada vez mais buscam por serviços digitais e locais de trabalho híbridos. Por consequência, profissionais trabalham com mais flexibilidade, enquanto consumidores ficam cada vez mais indisponíveis por vias físicas tradicionais.
“Em 2023, 75% das organizações que exploram os benefícios da Distributed Enterprise terão um crescimento de receita 25% mais rápido do que os seus concorrentes”. (Gartner)
Essa estratégia de negócios acelera o crescimento pois integra as experiências das pessoas colaboradoras, dos clientes e dos usuários, gerando mais confiança, satisfação e lealdade. Além disso, por meio do gerenciamento holístico das experiências dos múltiplos stakeholders, é possível promover o compartilhamento de conhecimento.
Quando todos possuem um papel de protagonismo, o sentimento de responsabilidade é maior e isso resulta em engajamento e alta performance. É por esse motivo que essa tendência de tecnologia também esteve presente no relatório de 2021.
“Em 2026, 60% das grandes empresas usarão Total Experience para transformar seus modelos de negócios”. (Gartner).
O gerenciamento manual tradicional já não consegue acompanhar o ritmo de crescimento das organizações contemporâneas. Por isso, sistemas autônomos autogerenciados que aprendem com o ambiente estão tão valorizados no mercado.
Esses sistemas físicos ou de software modificam os seus próprios algoritmos em tempo real, criando um conjunto de recursos de tecnologia capaz de suportar novos requisitos e situações. Além de otimizar o desempenho e combater ataques sem a necessidade de uma intervenção humana.
Uma empresa que utiliza muito bem essa tendência de tecnologia é a Ericsson, que gerencia milhares de antenas de telefones celulares em ambientes complexos. Seus sistemas autônomos usam o aprendizado de máquina para otimizar o desempenho da rede 5G, por exemplo.
A Inteligência Artificial Generativa é uma forma de IA que aprende a partir de dados de amostra. Ela é capaz de gerar artefatos novos e realistas semelhantes aos dados originais, porém sem copiá-los. Isso permite que a IA generativa seja um motor de inovação para as empresas, acelerando ciclos de P&D que englobam áreas da medicina à criação de produtos.
“Em 2025, a IA Generativa será responsável por 10% de todos os dados produzidos”. (Gartner).
Essas tendências de tecnologia para 2022 têm o potencial de contribuir para a retomada econômica. Ao longo dos últimos dois anos, vivemos em um cenário de instabilidade, devido às constantes transformações da pandemia de Covid-19.
Entretanto, o setor de tecnologia ganhou ainda mais destaque ao contribuir para a digitalização dos negócios e a aceleração de estudos e pesquisas. Estamos mais conectados e globalizados do que nunca e os impactos dessa expansão já são sentidos nas empresas e na sociedade como um todo.
Desenvolvemos novas skills, testamos novos modelos de trabalho, expandimos fronteiras em busca de internacionalização. Transformamos o mundo, por meio da tecnologia, que cada vez mais irá unir humanos e robôs em prol da evolução. Prepare-se pois o futuro já começou.
Baixe o relatório completo da Gartner deste ano, fonte de todas as informações compartilhadas neste artigo – em nosso blog, você também encontra informações sobre os relatórios de 2019, 2020 e 2021.
23 de novembro de 2023