- Transformação Digital
Ao longo dos últimos anos, os tipos de Inteligência Artificial deixaram de ser um conceito restrito a laboratórios de pesquisa e grandes corporações de tecnologia e passaram a integrar o cotidiano das pessoas e dos negócios.
A Inteligência Artificial é uma área focada no aprendizado de máquinas e objetivo é automatizar tarefas que são tipicamente humanas.
Dentro desse conceito, temos diversas ramificações, como Inteligência Artificial Limitada (ANI), Inteligência Artificial Geral (AGI), redes neurais, etc.
Como a IA tem sido um dos motores mais importantes da transformação digital e da inovação nas empresas, é importante entender como ela funciona a fundo e as diferenças entre os tipos.
Os principais tipos de Inteligência Artificial são divididos pela sua capacidade de aprendizado e independência dos humanos. Vejamos os principais.
A AGI é um passo acima do que temos hoje. Muitos especialistas defendem que as redes neurais são o caminho para alcançar essa capacidade, uma vez que elas já possibilitam um grande poder de simulação do pensamento humano.
Enquanto a ANI aprende muito por meio da lógica, a AGI seria uma evolução para entender questões como criatividade, aprendizado emocional e percepção.
A IA generativa também é vista como um atalho para esse estágio. Inclusive, as big techs envolvidas, como a OpenAI, têm projetos específicos voltados ao foco em AGI.
Contudo, elas também chamam a atenção para as questões problemáticas envolvidas, como problemas sociais causados e o poder “ilimitado” dado a essas ferramentas.
Também vale falar nas ramificações e subáreas relevantes da IA na era da transformação digital. Quando combinamos todas elas, o potencial da IA se amplia, pois ganha aplicações diversas que mudam nosso dia a dia, no contexto profissional e também pessoal.
O primeiro entre os tipos de inteligência artificial consiste no uso de algoritmos capazes de aprender padrões a partir de treinamento com dados, com objetivo de automatizar análises complexas e prever cenários futuros.
No dia a dia, uma startup de crédito pode usar Machine Learning para analisar o perfil de milhares de usuários, detectando quem tem maior probabilidade de inadimplência, por exemplo.
Plataformas como TensorFlow, PyTorch e scikit-learn (biblioteca de ML em Python) podem ajudar a criar modelos personalizados, ajustar parâmetros e obter predições úteis.
Além disso, técnicas como gradient boosting, árvores de decisão e regressões avançadas entram em cena quando o objetivo é aumentar a precisão dos modelos.
Já o Deep Learning, uma subárea do Machine Learning, emprega redes neurais profundas, de muitas camadas, inspiradas no cérebro humano.
Essas estruturas permitem que a máquina entenda imagens, sons e textos com uma precisão bastante alta. No contexto do desenvolvimento, há modelos neurais como as redes convolucionais (CNNs) e as redes recorrentes (RNNs), treinadas em frameworks como Keras, MXNet ou Caffe.
Esses modelos reconhecem imagens, vozes e até nuances emocionais no discurso, de modo a entregar resultados com precisão cada vez maior.
Entre os tipos de inteligência artificial temos, ainda, as Redes Neurais Artificiais, a base da IA moderna. Elas funcionam como uma teia de conexões que processam informações, simulando o comportamento dos neurônios no cérebro.
Essa arquitetura é mais aplicada para tarefas complexas, como interpretar imagens de tomografias e auxiliar médicos a detectar anomalias sutis, por exemplo, a fim de melhorar o diagnóstico e contribuir para decisões clínicas mais seguras.
Outra aplicação importante é o Processamento de Linguagem Natural (PLN), tecnologia que permite às máquinas compreender, interpretar e gerar textos ou vozes.
De chatbots que atendem usuários em sites a ferramentas que analisam o sentimento dos comentários em redes sociais, o PLN busca aproximar as máquinas do ser humano.
Ele torna a comunicação com sistemas mais fluida, sem a barreira técnica e com uma melhor experiência do usuário (UX).
Chatbots como o do Facebook Messenger ou o atendimento automático do seu banco usam PLN para interpretar o que você digita e responder de forma coerente.
Nesse sentido, ferramentas como spaCy, NLTK ou Hugging Face Transformers fornecem recursos para desenvolvimento de modelos de PLN, com o apoio de técnicas como tokenização e modelagem de linguagem.
O NLTK é mais adequado para pesquisas acadêmicas, análise de texto e projetos educativos. O spaCy é eficiente em aplicações práticas, como chatbots, classificação automática de texto e sistemas de recomendação. Já os modelos da Transformers são usados para geração de texto, compreensão contextual de linguagem e ajuste fino em conjuntos de dados específicos.
A Visão Computacional, por sua vez, traz a capacidade de identificar padrões em imagens e vídeos.
As possibilidades de aplicação são diversas. Essa tecnologia pode ser útil, por exemplo, na verificação de identidade em processos de onboarding digital. Instituições financeiras lançam mão de sistemas de reconhecimento facial para validar documentos e comparar fotos em tempo real, garantindo que a pessoa que está abrindo uma conta ou solicitando um crédito é realmente quem diz ser.
Com modelos treinados em frameworks especializados, como YOLO, OpenCV ou Detectron, a Visão Computacional consegue também ler placas de trânsito, contar quantos produtos estão em uma prateleira de supermercado, entre outras inúmeras aplicações.
A IA Generativa é outro campo que tem cada vez mais destaque. Ela cria conteúdos, como imagens, textos e protótipos de produtos, a partir de padrões identificados em grandes conjuntos de dados.
Sendo um dos campos mais promissores e populares da inteligência artificial, a IA Generativa amplia as possibilidades de automação de criação de conteúdos originais com base em padrões, gerar inovação, acelerar ciclos de desenvolvimento de produtos e muito mais.
No entanto, apesar do grande potencial transformador, sua implementação exige atenção a alguns pontos críticos.
A qualidade dos dados utilizados para treinar esses modelos é um fator determinante para garantir bons resultados. Dados enviesados ou mal estruturados podem comprometer a confiabilidade das respostas, e, por isso, estratégias de governança de dados são indispensáveis.
Ao adotar a IA, é essencial que líderes tenham um olhar crítico sobre ética, transparência e responsabilidade. Isso inclui garantir que algoritmos não discriminem pessoas e respeitar as regras de privacidade dos dados previstas na LGPD.
No horizonte mais adiante, temos ainda os desafios da IA quântica.
O processamento quântico promete multiplicar a velocidade e a capacidade dos algoritmos, impulsionando a IA a níveis nunca vistos. Porém, essa evolução traz dúvidas sobre implementação, custo e segurança.
Será possível criptografar dados com eficácia quando computadores quânticos forem capazes de quebrar padrões de segurança atuais? É um caminho cheio de incógnitas, mas também de novas oportunidades.
No centro dos debates também está a superinteligência, um estágio hipotético em que a IA supera a capacidade intelectual humana em praticamente todas as áreas.
Embora essa visão pareça distante, já há quem reflita sobre as implicações éticas e sociais desse cenário.
Regulamentações globais, governança clara e diálogo entre empresas, governos e sociedade são fundamentais para que a tecnologia avance sem colocar em risco o bem-estar coletivo.
Nesse sentido, leis, normas e padrões internacionais sobre IA já começam a surgir. Empresas que pretendem escalar seus produtos precisam observar essas regulamentações, a fim de mostrar ao mercado que operam de forma confiável.