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Tecnologia e inovação: como gerar valor real, escalar e liderar a transformação digital

Por 13/06/2025 13/06/2025 12 minutos

Tecnologia e inovação são palavras conectadas à transformação digital porque são os meios que permitem melhorar, transformar e, principalmente, reconfigurar a lógica operacional, estratégica e cultural das empresas.

A transformação digital, diferentemente da simples adoção de novas ferramentas, exige essa capacidade de reavaliar modelos à luz de novas possibilidades, como Inteligência Artificial, automação, computação em nuvem e IoT.

Nesse sentido, inovar com base em tecnologia significa acelerar o ciclo de resposta da organização, reduzir ineficiências estruturais e explorar novas formas de geração de valor.

Tudo isso com base em premissas estratégicas, não apenas táticas.

Neste conteúdo, vamos discutir como a inovação e tecnologia têm sido aplicadas e quais são os recursos que viabilizam uma rampagem mais acelerada da evolução organizacional.

O que é inovação tecnológica?

Inovação tecnológica é a aplicação sistemática de novas tecnologias para resolver problemas, melhorar processos ou criar produtos e serviços com valor agregado. Difere, por exemplo, da gestão de inovação tradicional, porque depende do uso estruturado de conhecimento técnico-científico.

Sem falar, é claro, no potencial de escalar soluções em velocidade compatível com a dinâmica atual dos mercados. 

O desafio é grande e, no fim, as iniciativas precisam partir da capacidade de gerar impacto mensurável.

Por exemplo: a automação é prevista como responsável pela redução de 30 a 60% dos custos operacionais, e pode aumentar a velocidade de processamento em até 80%.

Não se trata apenas de um avanço técnico, portanto, mas da estruturação de um mecanismo de transformação estratégica, que deve estar alinhado a objetivos organizacionais e ser acompanhado por governança e métricas de desempenho.

A importância da tecnologia e inovação nas empresas

Quando você respira inovação no cotidiano, como acontece com gente aqui na SoftDesign, descobre uma verdade pouco glamorosa: a maior parte das iniciativas de transformação digital morre depois do primeiro pitch. Falta lastro de negócio. Existem ideias brilhantes que, por estarem desconectadas de KPIs estratégicos, viram custos e dor de cabeça.

Por outro lado, organizações que usam tecnologia para resolver problemas reais crescem e se reinventam. Em nosso case com a Liberum Ratings, por exemplo, implementamos soluções que reduziram pela metade o tempo gasto com a elaboração de relatórios. 

O segredo? Focar em impacto, não em modismos. Isso é inovar: tecnologia a serviço de resultados tangíveis.

Empresas que tratam tecnologia como extensão da estratégia e não como custo, ganham:

  • Escala consistente: processos estruturados sustentam picos de demanda sem inflar a folha de pagamento;
  • Resiliência de portfólio: capacidade de remover iniciativas que não performam, realocando budget para o que gera valor;
  • Talentos engajados: profissionais que enxergam nos dados o porquê de cada ação.

Como colocar tecnologia e inovação em prática

A transformação digital não começa com a escolha de uma stack, mas com a construção de alavancas que tiram a estratégia de intermináveis documentos e a materializam em ações. A combinação certa de liderança, cultura, tecnologias emergentes e processos antifrágeis viabilizam a inovação contínua.

Veja abaixo algumas das principais alavancas relevantes para esse contexto.

Inovação aberta e contínua

Abrir as portas para o ecossistema — universidades, startups, fornecedores de nicho — reduz a curva de aprendizado e turbina o backlog de ideias com competências que seria caro (ou lento) desenvolver internamente.

Esse é o primeiro passo da inovação aberta: transformar relações de parceria em uma espécie de radar que antecipa tendências e reduz o risco de P&D.

Mas captar conhecimento externo só gera o máximo de vantagem possível quando o interior da organização opera em inovação contínua.

O resultado é um loop de agilidade + sustentabilidade, que inclui captar ideias no mercado, validar em protótipos rápidos, escalar o que gera valor, descartar o que não performa.

Inteligência Artificial

Existe um elemento que orbita grande parte das iniciativas de tecnologia e inovação atualmente: a Inteligência Artificial. Em 2024, 72% das empresas de todo o mundo já faziam uso de ferramentas de IA. E por quê? Principalmente, pela sua enorme capacidade de:

  • Automatizar tarefas repetitivas;
  • Analisar grandes volumes de dados com precisão e agilidade.

Os AI Agents — sistemas autônomos que executam funções como roteamento de incidentes, atendimento conversacional avançado e suporte à decisão em tempo real —, sensores de IoT (Internet of Things) e algoritmos de machine learning são bons exemplos de aplicações.

Banner informativo sobre a alta produtividade e qualidade de código impulsionadas por AI na sustentação de software.

Internet of Things (IoT)

Por sua vez, a Internet das Coisas (IoT) amplia a capacidade de observação do mundo físico. Com sensores embarcados em máquinas, veículos, produtos ou ambientes, o IoT fornece dados em tempo real que alimentam sistemas analíticos e automatizados.

Essa conectividade é determinante para operações logísticas, indústria 4.0, cidades inteligentes e até para o setor de saúde, com monitoramento remoto de pacientes, por exemplo. 

Quando combinada ao machine learning, a IoT transforma dados brutos em informações acionáveis, otimizando processos e reduzindo custos com precisão. É essa convergência que impulsiona a verdadeira transformação digital, com decisões mais rápidas, baseadas em dados atuais e confiáveis.

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Computação sustentável

A transição para infraestruturas verdes é uma outra tendência de tecnologia e inovação importante, uma vez que reduz o impacto ambiental da TI. Por exemplo, migrar cargas locais para a nuvem pode diminuir emissões de carbono em cerca de 60 milhões de toneladas ao ano

Existem, contudo, outras frentes que nutrem a computação sustentável. Algumas possibilidades:

  • Nuvens verdes: provedores como AWS e Azure investem em energias renováveis e práticas de resfriamento inovadoras (como resfriamento livre e imersão líquida);
  • Arquitetura de dados consciente: uso de virtualização, escalonamento dinâmico e Inteligência Artificial para minimizar a ociosidade dos servidores;
  • Fontes renováveis: estratégias de energia solar, eólica e geotérmica são integradas à operação de data centers, aumentando a resiliência e reduzindo emissões.

Governança de TI

Mais do que controle, a governança de TI estabelece os critérios que orientam decisões tecnológicas, com foco em valor de negócio.

Só que a mitigação de riscos vai além da segurança da informação: envolve conformidade regulatória, continuidade operacional e integridade dos dados, elementos críticos em ambientes altamente digitalizados. 

Frameworks como COBIT, ITIL e TOGAF são como guias práticos para padronizar processos, garantir interoperabilidade entre sistemas e distribuir responsabilidades com clareza.

Eles possibilitam, por exemplo, que diferentes times tomem decisões técnicas em sintonia com os mesmos indicadores de valor e desempenho. Entenda melhor como cada um funciona:

FrameworkFoco ObjetivoAplicaçãoDestaques
COBITGovernança e gestão de TIAlinhar TI à estratégia do negócio e garantir valor dos investimentosEstabelecimento de políticas, controle de riscos, métricas de desempenhoOrientado a compliance, riscos e valor; amplamente usado por gestores e auditores
ITILGestão de serviços de TIGarantir a entrega eficiente e de qualidade dos serviços de TIGerenciamento de incidentes, mudanças, ativos e suporte ao usuárioForte aderência a processos operacionais e suporte ao cliente
TOGAFArquitetura corporativaPlanejar e estruturar a arquitetura de TI em alinhamento com os objetivos de negócioModelagem da arquitetura atual e futura, planejamento de capacidadesRobusto para grandes empresas com ambientes de TI complexos

Aspectos da cultura organizacional que influenciam a capacidade de inovação

Apesar de tantos frameworks e abordagens disponíveis, nada acontece se o ambiente organizacional criar barreiras para a cultura de inovação.

Por isso, observe os seguintes elementos na cultura:

Liderança estratégica

Quando falamos em transformação digital, a diferença entre “experimentar” e “entregar” costuma nascer na sala do board. Liderança estratégica significa criar as condições para que tecnologia e inovação existam.

Isso exige três movimentos simultâneos:

  1. Visão orientada a valor: executivos precisam traduzir metas de negócio em teses de inovação priorizadas por ROI potencial. Nada de labs desconectados: cada squad experimental deve ter um KPI de crescimento ou eficiência que explique por que o experimento existe;
  2. Governança ágil: estruturas de decisão bem definidas liberam times para testar hipóteses sem burocracia, mas mantêm visibilidade sobre riscos, compliance e orçamento;
  3. Cultura de dados com espaço para intuição: decidir por evidências é fundamental, mas as viradas de mercado geralmente vêm de insights criativos. Líderes de alta performance reforçam o uso de dashboards preditivos e premiam apostas bem fundamentadas, mesmo quando o desfecho ainda é incerto.

Foco em agilidade

Agilidade é a capacidade de reestruturar processos e equipes para responder ao mercado. Durante a pandemia, empresas tiveram que reorganizar squads em pouquíssimos dias. Essa é uma evidência de que não há necessidade de temer a combinação entre mudanças e agilidade.

Três rituais-chave apoiam o ganho de velocidade da transformação:

  1. Repriorização semanal de backlog estratégico: a cada sprint, iniciativas são mantidas, pivotadas ou descartadas com base em dados de mercado;
  2. MVP first: entregas enxutas testadas diretamente com o usuário para validar valor de negócio antes de escalar;
  3. Células multidisciplinares: times com autonomia de decisão e budgets vinculados a impacto (ROI/OKRs).

Afinal de contas, redesenhar estruturas rapidamente permite reposicionar prioridades, testar hipóteses e lançar MVPs com velocidade, aspectos que reduzem o time-to-market e aumentam a assertividade.

Resiliência organizacional

Já a resiliência organizacional é o “sistema imunológico” que garante que essa agilidade não quebre quando o inesperado acontece. Ela se materializa em três camadas:

CamadaPráticaConexão com tecnologia e inovação
InfraestruturaMulti-cloud, automação de infraestrutura como código, fail-over automáticoMantém os serviços operando mesmo se um provedor falhar; permite escalar experimentos em pouco tempo
ProcessosPlanos de continuidade (BCP/DRP) testados trimestralmente; circuit breakers em APIsImpede que um ponto de falha paralise experimentos ou produtos em produção
Pessoas & culturaSimulações de crise, blameless post-mortems de testes e budget percentual reservado a “risk-tech”Equipes treinadas para reagir rapidamente e aprender com erro, sem punir a inovação

Tecnologia e inovação como caminho para continuar crescendo

Integrar tecnologia e inovação não pode ser uma iniciativa pontual, mas um processo contínuo de adaptação, experimentação e evolução estratégica.

As organizações que lideram a transformação digital são aquelas que reconhecem a necessidade de repensar modelos, redesenhar experiências e investir com clareza de propósito. Mesmo diante de incertezas.

Com isso, é seguro dizer que inovar deixou de ser sobre “novidade” e passou a ser sobre impacto: requer visão sistêmica, ciclos curtos de entrega, aprendizagem constante e mecanismos de governança que sustentem esse movimento.

Se você lidera times de produto, inovação ou tecnologia e busca acelerar resultados digitais com governança e propósito, entre em contato conosco e conheça mais sobre as soluções que desenvolvemos na SoftDesign.

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Perguntas frequentes sobre tecnologia e inovação nas empresas

Com a transformação digital avançando em diversas frentes, ainda há dúvidas sobre conceitos e práticas relacionados à inovação tecnológica. A seguir, respondemos de forma direta às principais perguntas sobre o tema.

Qual é a diferença entre inovação tecnológica e transformação digital?

Inovação tecnológica é a criação ou aplicação de soluções tecnológicas. Já a transformação digital usa essas inovações para reformular processos, cultura e até mesmo modelos de negócio.

Por que a governança de TI é tão crítica quando a meta é inovar?

Sem governança, surgem silos tecnológicos, riscos regulatórios e desperdício de recursos. Para resolver, um bom framework ajuda a alinhar iniciativas ao plano estratégico e garante conformidade.

Como priorizar tecnologias emergentes (IA, IoT, ML) sem desperdiçar recursos?

Realize um diagnóstico digital, defina critérios claros e inicie com projetos piloto. Use métricas como time-to-value e redução de custo para orientar o scale-up.

Quais modelos de inovação funcionam melhor para grandes organizações?

Modelos híbridos como Inovação Aberta + Contínua combinam agilidade com estrutura. Além disso, permitem escalar soluções rapidamente e manter governança sobre o portfólio.

Como garantir que a inovação tecnológica gere valor real para o negócio?

O ponto de partida é conectar iniciativas de inovação a objetivos estratégicos. Definir indicadores de impacto, como aumento de receita, eficiência operacional ou melhoria da experiência do cliente, permite avaliar o retorno e ajustar o curso com agilidade.

Qual é o papel da cultura organizacional na inovação tecnológica?

A cultura é o ambiente em que a inovação cresce ou estagna. Organizações que incentivam experimentação, colaboração e tolerância ao erro tendem a adotar novas tecnologias com mais rapidez e eficiência, tornando a inovação parte da rotina.

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Karina Hartmann

Karina é especialista em Inovação e Produtos Digitais, dedicando-se à concepção de novos negócios e soluções tanto para startups quanto para grandes empresas. Na SoftDesign, atua ainda como Líder em Product Management. Com mais de 15 anos atuando na área de Tecnologia, já desempenhou papéis variados, incluindo gerência de projetos, análise de sistemas, programação Java e melhoria de processos. É Mestre em Administração pela UFRGS, onde estudou métodos de desenvolvimento de produtos digitais inovadores. É Bacharel em Matemática Aplicada e possui pós-graduação em Governança de TI e Digital Business. Além disso, detém certificações CSM, PMP e CFPS.

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