
- Inovação
Tecnologia e inovação são palavras conectadas à transformação digital porque são os meios que permitem melhorar, transformar e, principalmente, reconfigurar a lógica operacional, estratégica e cultural das empresas.
A transformação digital, diferentemente da simples adoção de novas ferramentas, exige essa capacidade de reavaliar modelos à luz de novas possibilidades, como Inteligência Artificial, automação, computação em nuvem e IoT.
Nesse sentido, inovar com base em tecnologia significa acelerar o ciclo de resposta da organização, reduzir ineficiências estruturais e explorar novas formas de geração de valor.
Tudo isso com base em premissas estratégicas, não apenas táticas.
Neste conteúdo, vamos discutir como a inovação e tecnologia têm sido aplicadas e quais são os recursos que viabilizam uma rampagem mais acelerada da evolução organizacional.
Inovação tecnológica é a aplicação sistemática de novas tecnologias para resolver problemas, melhorar processos ou criar produtos e serviços com valor agregado. Difere, por exemplo, da gestão de inovação tradicional, porque depende do uso estruturado de conhecimento técnico-científico.
Sem falar, é claro, no potencial de escalar soluções em velocidade compatível com a dinâmica atual dos mercados.
O desafio é grande e, no fim, as iniciativas precisam partir da capacidade de gerar impacto mensurável.
Por exemplo: a automação é prevista como responsável pela redução de 30 a 60% dos custos operacionais, e pode aumentar a velocidade de processamento em até 80%.
Não se trata apenas de um avanço técnico, portanto, mas da estruturação de um mecanismo de transformação estratégica, que deve estar alinhado a objetivos organizacionais e ser acompanhado por governança e métricas de desempenho.
Quando você respira inovação no cotidiano, como acontece com gente aqui na SoftDesign, descobre uma verdade pouco glamorosa: a maior parte das iniciativas de transformação digital morre depois do primeiro pitch. Falta lastro de negócio. Existem ideias brilhantes que, por estarem desconectadas de KPIs estratégicos, viram custos e dor de cabeça.
Por outro lado, organizações que usam tecnologia para resolver problemas reais crescem e se reinventam. Em nosso case com a Liberum Ratings, por exemplo, implementamos soluções que reduziram pela metade o tempo gasto com a elaboração de relatórios.
O segredo? Focar em impacto, não em modismos. Isso é inovar: tecnologia a serviço de resultados tangíveis.
Empresas que tratam tecnologia como extensão da estratégia e não como custo, ganham:
A transformação digital não começa com a escolha de uma stack, mas com a construção de alavancas que tiram a estratégia de intermináveis documentos e a materializam em ações. A combinação certa de liderança, cultura, tecnologias emergentes e processos antifrágeis viabilizam a inovação contínua.
Veja abaixo algumas das principais alavancas relevantes para esse contexto.
Abrir as portas para o ecossistema — universidades, startups, fornecedores de nicho — reduz a curva de aprendizado e turbina o backlog de ideias com competências que seria caro (ou lento) desenvolver internamente.
Esse é o primeiro passo da inovação aberta: transformar relações de parceria em uma espécie de radar que antecipa tendências e reduz o risco de P&D.
Mas captar conhecimento externo só gera o máximo de vantagem possível quando o interior da organização opera em inovação contínua.
O resultado é um loop de agilidade + sustentabilidade, que inclui captar ideias no mercado, validar em protótipos rápidos, escalar o que gera valor, descartar o que não performa.
Existe um elemento que orbita grande parte das iniciativas de tecnologia e inovação atualmente: a Inteligência Artificial. Em 2024, 72% das empresas de todo o mundo já faziam uso de ferramentas de IA. E por quê? Principalmente, pela sua enorme capacidade de:
Os AI Agents — sistemas autônomos que executam funções como roteamento de incidentes, atendimento conversacional avançado e suporte à decisão em tempo real —, sensores de IoT (Internet of Things) e algoritmos de machine learning são bons exemplos de aplicações.
Por sua vez, a Internet das Coisas (IoT) amplia a capacidade de observação do mundo físico. Com sensores embarcados em máquinas, veículos, produtos ou ambientes, o IoT fornece dados em tempo real que alimentam sistemas analíticos e automatizados.
Essa conectividade é determinante para operações logísticas, indústria 4.0, cidades inteligentes e até para o setor de saúde, com monitoramento remoto de pacientes, por exemplo.
Quando combinada ao machine learning, a IoT transforma dados brutos em informações acionáveis, otimizando processos e reduzindo custos com precisão. É essa convergência que impulsiona a verdadeira transformação digital, com decisões mais rápidas, baseadas em dados atuais e confiáveis.
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A transição para infraestruturas verdes é uma outra tendência de tecnologia e inovação importante, uma vez que reduz o impacto ambiental da TI. Por exemplo, migrar cargas locais para a nuvem pode diminuir emissões de carbono em cerca de 60 milhões de toneladas ao ano.
Existem, contudo, outras frentes que nutrem a computação sustentável. Algumas possibilidades:
Mais do que controle, a governança de TI estabelece os critérios que orientam decisões tecnológicas, com foco em valor de negócio.
Só que a mitigação de riscos vai além da segurança da informação: envolve conformidade regulatória, continuidade operacional e integridade dos dados, elementos críticos em ambientes altamente digitalizados.
Frameworks como COBIT, ITIL e TOGAF são como guias práticos para padronizar processos, garantir interoperabilidade entre sistemas e distribuir responsabilidades com clareza.
Eles possibilitam, por exemplo, que diferentes times tomem decisões técnicas em sintonia com os mesmos indicadores de valor e desempenho. Entenda melhor como cada um funciona:
Framework | Foco | Objetivo | Aplicação | Destaques |
COBIT | Governança e gestão de TI | Alinhar TI à estratégia do negócio e garantir valor dos investimentos | Estabelecimento de políticas, controle de riscos, métricas de desempenho | Orientado a compliance, riscos e valor; amplamente usado por gestores e auditores |
ITIL | Gestão de serviços de TI | Garantir a entrega eficiente e de qualidade dos serviços de TI | Gerenciamento de incidentes, mudanças, ativos e suporte ao usuário | Forte aderência a processos operacionais e suporte ao cliente |
TOGAF | Arquitetura corporativa | Planejar e estruturar a arquitetura de TI em alinhamento com os objetivos de negócio | Modelagem da arquitetura atual e futura, planejamento de capacidades | Robusto para grandes empresas com ambientes de TI complexos |
Apesar de tantos frameworks e abordagens disponíveis, nada acontece se o ambiente organizacional criar barreiras para a cultura de inovação.
Por isso, observe os seguintes elementos na cultura:
Quando falamos em transformação digital, a diferença entre “experimentar” e “entregar” costuma nascer na sala do board. Liderança estratégica significa criar as condições para que tecnologia e inovação existam.
Isso exige três movimentos simultâneos:
Agilidade é a capacidade de reestruturar processos e equipes para responder ao mercado. Durante a pandemia, empresas tiveram que reorganizar squads em pouquíssimos dias. Essa é uma evidência de que não há necessidade de temer a combinação entre mudanças e agilidade.
Três rituais-chave apoiam o ganho de velocidade da transformação:
Afinal de contas, redesenhar estruturas rapidamente permite reposicionar prioridades, testar hipóteses e lançar MVPs com velocidade, aspectos que reduzem o time-to-market e aumentam a assertividade.
Já a resiliência organizacional é o “sistema imunológico” que garante que essa agilidade não quebre quando o inesperado acontece. Ela se materializa em três camadas:
Camada | Prática | Conexão com tecnologia e inovação |
---|---|---|
Infraestrutura | Multi-cloud, automação de infraestrutura como código, fail-over automático | Mantém os serviços operando mesmo se um provedor falhar; permite escalar experimentos em pouco tempo |
Processos | Planos de continuidade (BCP/DRP) testados trimestralmente; circuit breakers em APIs | Impede que um ponto de falha paralise experimentos ou produtos em produção |
Pessoas & cultura | Simulações de crise, blameless post-mortems de testes e budget percentual reservado a “risk-tech” | Equipes treinadas para reagir rapidamente e aprender com erro, sem punir a inovação |
Integrar tecnologia e inovação não pode ser uma iniciativa pontual, mas um processo contínuo de adaptação, experimentação e evolução estratégica.
As organizações que lideram a transformação digital são aquelas que reconhecem a necessidade de repensar modelos, redesenhar experiências e investir com clareza de propósito. Mesmo diante de incertezas.
Com isso, é seguro dizer que inovar deixou de ser sobre “novidade” e passou a ser sobre impacto: requer visão sistêmica, ciclos curtos de entrega, aprendizagem constante e mecanismos de governança que sustentem esse movimento.
Se você lidera times de produto, inovação ou tecnologia e busca acelerar resultados digitais com governança e propósito, entre em contato conosco e conheça mais sobre as soluções que desenvolvemos na SoftDesign.
Faça um diagnóstico aprofundado e conte com a gente para ajudar a implementar as melhorias que vão te levar para um próximo nível.
Com a transformação digital avançando em diversas frentes, ainda há dúvidas sobre conceitos e práticas relacionados à inovação tecnológica. A seguir, respondemos de forma direta às principais perguntas sobre o tema.
Inovação tecnológica é a criação ou aplicação de soluções tecnológicas. Já a transformação digital usa essas inovações para reformular processos, cultura e até mesmo modelos de negócio.
Sem governança, surgem silos tecnológicos, riscos regulatórios e desperdício de recursos. Para resolver, um bom framework ajuda a alinhar iniciativas ao plano estratégico e garante conformidade.
Realize um diagnóstico digital, defina critérios claros e inicie com projetos piloto. Use métricas como time-to-value e redução de custo para orientar o scale-up.
Modelos híbridos como Inovação Aberta + Contínua combinam agilidade com estrutura. Além disso, permitem escalar soluções rapidamente e manter governança sobre o portfólio.
O ponto de partida é conectar iniciativas de inovação a objetivos estratégicos. Definir indicadores de impacto, como aumento de receita, eficiência operacional ou melhoria da experiência do cliente, permite avaliar o retorno e ajustar o curso com agilidade.
A cultura é o ambiente em que a inovação cresce ou estagna. Organizações que incentivam experimentação, colaboração e tolerância ao erro tendem a adotar novas tecnologias com mais rapidez e eficiência, tornando a inovação parte da rotina.