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- Inovação
O cenário da Inteligência Artificial no Brasil nunca foi tão promissor, apesar dos desafios, obstáculos e dúvidas que existem em torno da tecnologia.
Estamos observando diversas empresas investindo, usuários cada vez mais conectados com o tema e discussões frequentes do governo sobre a necessidade de regulação e outras questões.
O assunto é complexo e rende muitos debates interessantes.
Aqui, mostraremos como as empresas estão aproveitando a tecnologia para modernizar seus processos e avançar nas suas transformações digitais, especialmente nos setores de finanças, saúde, agronegócio e manufatura.
A Inteligência Artificial deixou de ser uma tecnologia restrita aos campos especializados e a circuitos acadêmicos. Atualmente, no Brasil, virou uma ferramenta popular e democrática, principalmente em sua vertente mais nova — a IA Generativa.
54% dos brasileiros afirmam usar essa tecnologia, um número acima da média de 48% mundial, segundo pesquisa do Google. 78% dizem usar as ferramentas em atividades diárias, seja para fins profissionais, seja para fins pessoais.
Ou seja, com a IA Generativa, os modelos se tornaram assistentes virtuais que auxiliam em tarefas comuns do dia a dia e respondem dúvidas. Inclusive, as pessoas já usam a Inteligência Artificial como uma ferramenta de busca.
A pesquisa na área também só cresce. Segundo dados do governo, foram 6,3 mil estudos produzidos de 2019-2023.
Esse cenário acende um alerta para o fato de que a tecnologia tem grande potencial, então, empresas diversas se beneficiam ao oferecer a IA como um recurso poderoso em seus ecossistemas. Seja para uso em processos internos ou como funcionalidades em seus produtos digitais.
Da mesma forma, empresas de software veem nesse boom uma oportunidade de focar em desenvolver soluções baseadas em IA e oferecer esses produtos/serviços a seus clientes.
Entretanto, há desafios. Apenas 54% dos entrevistados na pesquisa do Google afirmam que estamos no caminho certo. Segundo outra pesquisa, 57% acreditam que o principal problema é a falta de mão de obra qualificada.
O desenvolvimento de software focado em soluções de IA no Brasil está relacionado a algumas tecnologias específicas, que são:
A evolução da Inteligência Artificial exige uma infraestrutura robusta e adaptada à realidade de cada país. Computação em nuvem e computação de alto desempenho são pilares indispensáveis para esse avanço.
Esse ambiente virtual oferece flexibilidade e escalabilidade de software, características que ajudam a reduzir custos operacionais e acelerar a inovação.
Entretanto, a simples adoção da nuvem não resolve todos os desafios da Inteligência Artificial. A questão passa também pela necessidade de uma conectividade estável e segura, que garanta a integridade dos dados em todas as etapas do processamento.
Outro ponto crucial para a aplicação da Inteligência Artificial no Brasil é a computação de alto desempenho.
Processos complexos, como os realizados por algoritmos de Deep Learning, por exemplo, exigem hardware especializado e clusters capazes de realizar cálculos em velocidades impressionantes, que demandam CPUs e GPUs altamente potentes.
Esse cenário é complexo, porque a IA consome uma série de recursos e, por isso, influencia bastante os custos operacionais de funcionamento.
Contudo, a infraestrutura necessária vai além dos equipamentos físicos e das plataformas digitais. A capacitação e o desenvolvimento de mão de obra qualificada são desafios que não podem ser negligenciados.
Não à toa, especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reforçam que a infraestrutura e a capacitação são as maiores necessidades atuais do mercado de IA no Brasil.
O Brasil conta com um grande potencial de profissionais, mas é preciso investir em treinamento constante e programas de requalificação.
Universidades, empresas e órgãos governamentais precisam trabalhar em conjunto para formar especialistas que possam aproveitar toda a capacidade das novas tecnologias.
Além disso, questões relacionadas à segurança da informação e à proteção de dados impõem desafios técnicos adicionais. A manutenção de sistemas seguros requer investimentos contínuos em cibersegurança e em soluções que acompanhem a evolução das ameaças digitais.
A IA vem remodelando o mercado de trabalho dentro e fora do país. Em diversos setores, a automação de processos e a análise avançada de dados abrem caminho para novas oportunidades e desafios.
Essa transformação gera debates acalorados entre gestores e especialistas, que apontam para a necessidade de adaptação e requalificação profissional.
Setores tradicionais, como a indústria e a agricultura, já sentem o impacto da IA. Em fábricas, por exemplo, robôs colaborativos trabalham ao lado de operadores. A tecnologia otimiza processos produtivos e eleva a eficiência operacional.
Apesar disso, o cenário atual traz contradições a serem discutidas.
Por exemplo, uma reportagem da Forbes apontou que “para um terço dos líderes, a Inteligência Artificial é considerada uma alternativa mais prática e vantajosa do que a contratação de recém-formados”.
De um lado, a tecnologia cria e amplifica a atuação de funções como especialistas em Ciência de Dados e Engenheiros de Machine Learning.
Do outro, funções tradicionais sofrem uma pressão que força a transformação ou aponta para o risco de extinção. Essa dualidade exige uma postura proativa por parte de gestores, que precisam antecipar as mudanças e incentivar a formação contínua dos profissionais.
Líderes precisam entender como reforçar o cuidado com o ser humano em tempos de automação, valorizando o potencial e a capacidade de seu time. Com o apoio da liderança, os profissionais conseguem se sentir valorizados e param de temer o avanço da IA, vendo-a como uma ferramenta para impulsionar seu desenvolvimento.
Com o avanço acelerado da Inteligência Artificial, surgem também desafios éticos e jurídicos, que exigem uma discussão bem fundamentada para avaliar a regulamentação.
O equilíbrio entre incentivo à inovação e proteção dos cidadãos ocupa o centro do debate. Recentemente, o Senado aprovou uma proposta que visa estabelecer diretrizes para o uso responsável da IA. Essa iniciativa sinaliza o compromisso do país em acompanhar os padrões internacionais e proteger os direitos individuais.
A criação de normas claras é fundamental para que empresas e governos atuem com segurança jurídica. Por isso, projetos de lei estão em discussão e contam com a participação de diversos setores da sociedade.
Vale ressaltar que a regulamentação não se limita à criação de leis. Ela abrange também diretrizes internas, códigos de ética e sistemas de governança que assegurem a integridade dos processos.
Em complemento a essa perspectiva, parcerias entre o setor público e privado também vêm ganhando força no Brasil. Empresas e órgãos governamentais, como o Serpro, já estabelecem projetos colaborativos para desenvolver o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial.
Essas iniciativas demonstram que é possível criar um ambiente onde a tecnologia se desenvolve de forma ética e transparente.
Para gestores de tecnologia, acompanhar essas mudanças é imperativo. Cada decisão estratégica deve levar em conta os impactos legais e éticos, tanto para que a empresa evite problemas e, ao mesmo tempo, contribua para o melhor uso da tecnologia.
A Inteligência Artificial tem se mostrado um instrumento poderoso para solucionar problemas reais em diversas empresas brasileiras.
Essa transformação se reflete em cases que demonstram como a aplicação de algoritmos avançados e análise de dados pode revolucionar operações, reduzir custos e aumentar a eficiência.
Entre os exemplos mais relevantes, destacam-se a Alcoa Brasil e o Grupo Soma.
A Alcoa, líder global na produção de alumínio, está revolucionando a inspeção e manutenção de suas operações com o uso de drones equipados com Inteligência Artificial.
Nas unidades de Poços de Caldas (MG), Alumar (MA) e Juruti (PA), esses drones realizam rotas operacionais que permitem inspeções detalhadas e medições remotas.
A IA é empregada para extrair e analisar dados históricos dos processos, o que proporciona uma base robusta para a tomada de decisões mais estratégicas.
Com uma equipe global especializada em modelagem e Machine Learning, a Alcoa consegue identificar oportunidades de melhoria mais rapidamente, bem como antecipar e solucionar possíveis falhas antes que se tornem problemas maiores.
No setor de varejo de moda, o Grupo SOMA demonstra como a Inteligência Artificial pode atuar como um sistema ativo de recomendação para transformar processos criativos e produtivos.
O objetivo é solucionar um problema clássico nesse setor: acompanhar as mudanças de preferência e tendências.
A empresa utiliza algoritmos preditivos que analisam o histórico de desempenho dos produtos, identificando tendências de vendas e sugerindo adaptações nas peças, como a incorporação de estampas que se destacam no mercado.
Além disso, por meio do SOMA — uma ferramenta interna que coleta opiniões dos colaboradores sobre as coleções — a empresa consegue ajustar os lançamentos com antecedência, a fim de otimizar o mix de produtos e reduzir riscos.
Nesse sentido, essa abordagem integrada de IA permite decisões mais precisas e ágeis, além de uma melhor resposta às dinâmicas do mercado da moda.
Investimentos em IA não se limitam apenas ao setor privado. O governo e instituições de fomento têm direcionado recursos para incentivar a inovação e a pesquisa.
Um ambicioso plano de 4 bilhões de dólares, anunciado recentemente, demonstra a confiança do país na capacidade transformadora da tecnologia.
Esse aporte financeiro busca criar um ambiente propício para a colaboração entre startups, universidades e grandes empresas, fortalecendo o ecossistema de inovação brasileiro.
Na prática, esses investimentos promovem a criação de soluções que vão desde a automação de processos até o desenvolvimento de sistemas inteligentes para as áreas da saúde, finanças e gestão.
As projeções para os próximos anos apontam para um crescimento acelerado da IA no país. Estimativas sugerem que o Brasil poderá se posicionar entre os principais mercados globais de IA até 2030.
É o que o Márcio Kanamaru, sócio-líder de TMT da KPMG Brasil e Latam, afirma:
“Globalmente, a IA deve crescer 28% ao ano. Só o mercado brasileiro deve chegar a US$ 16,3 bilhões em 2030, ou 2% do mercado global”.
Novas aplicações surgem a cada dia, abrangendo áreas que vão da personalização de serviços à otimização da gestão de recursos em setores estratégicos, como saúde, agronegócio e financeiro.
Se você encara essa evolução como uma oportunidade, verá que a requalificação e a abertura para novas parcerias são essenciais para aproveitar todo o potencial da tecnologia.
Iniciativas de treinamento, desenvolvimento de pesquisas aplicadas e a formação de redes colaborativas são bons caminhos para manter a competitividade.
Em suma, a Inteligência Artificial no Brasil está promovendo avanços significativos em diversos setores, oferecendo benefícios como redução de custos operacionais, otimização de processos, entrada em novos mercados, entre outros.
No entanto, para aproveitar plenamente essas vantagens, é importante investir em infraestrutura e capacitação contínua dos profissionais. Além disso, a criação de regulamentações têm sido tema de inúmeros debates, que podem influenciar o futuro da tecnologia.
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Confira agora respostas rápidas para perguntas comuns sobre IA no Brasil.
Ela moderniza processos, aumenta a eficiência operacional e melhora a tomada de decisões em diversos setores.
Os ganhos incluem a otimização de operações, redução de custos e a criação de novas oportunidades de mercado.
A falta de infraestrutura adequada, a necessidade de capacitação especializada e a ausência de regulamentações claras são alguns dos principais obstáculos.
Cada organização adota soluções específicas. Em geral, vemos avanços no atendimento ao cliente e em análises de dados para prever insights.
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