- Inovação
A Inteligência Artificial tem ganhado relevância crescente nas últimas décadas, impulsionada pela evolução da internet, Big Data e avanço dos modelos open-source. Contudo, recentemente, uma área da IA passou a receber ainda mais atenção: a IA Generativa.
Empresas que buscam inovar e se colocar um passo adiante da concorrência, especialmente no que se refere ao ganho de produtividade que a tecnologia pode trazer, precisam entender esse conceito a fundo, partindo das premissas técnicas até as aplicações práticas.
Neste conteúdo, exploraremos o conceito, aplicações práticas e os impactos da IA Generativa nos negócios. Continue a leitura para entender como essa tecnologia pode transformar sua organização.
A IA Generativa é uma aplicação avançada de Machine Learning e Deep Learning que utiliza redes neurais profundas, como modelos transformadores, para gerar conteúdos originais com base em dados preexistentes.
Esse conceito de Inteligência Artificial se tornou tão relevante devido às suas vantagens e de seu poder de inovação. Agora, vamos entender mais detalhes sobre os benefícios da IA generativa e por que esse buzz existe.
Um dos pontos que gestores e líderes têm aprendido sobre a IA generativa é a sua capacidade de especialização.
É possível, por exemplo, solicitar que uma IA dessas produza uma imagem para ajudar um Designer ou crie rotinas de testes automatizados e ajude na checagem de bugs para auxiliar Desenvolvedores.
Ou seja, a IA pode ser altamente especialista e, com automação, elevar os níveis de eficiência dos times.
Assim, é possível reduzir erros, reduzir os prazos e desenvolver soluções digitais com maior agilidade, a fim de atender às demandas dos nossos tempos.
Mesmo que os modelos generativos não sejam capazes de substituir o ser humano (que sempre será necessário), eles podem servir como apoio inteligente, ao otimizar o tempo de produção e desenvolvimento.
A IA pode ser muito útil para personalizar soluções. Nesse sentido, traz vantagens muito significativas para a experiência do usuário.
Os sistemas generativos podem ser, inclusive, base para sistemas de atendimento, com a capacidade de compreender as demandas com clareza e ajustar a comunicação para cada caso.
Para que isso aconteça, há a união de tecnologias: IA e APIs trabalham juntas para auxiliar nesse tipo de problema, com recomendações personalizadas e interações ajustadas com um fine-tuning em tempo real.
O uso de APIs, inclusive, deve crescer 30% por conta do foco em modelos de linguagem e IA Generativa, como afirma a Gartner.
No geral, principalmente por seu poder de automação e de transformar completamente a capacidade produtiva, os sistemas generativos de IA são muito úteis na criação de novos produtos e serviços digitais.
Como falamos, é possível reduzir o tempo de produção e ganhar vantagem, além de reforçar etapas como testes e criação de protótipos.
A aceleração desses processos reduz o time-to-market e, consequentemente, traz aos negócios:
Empresas de tecnologia, inclusive, já estão apostando em plataformas de criação de conteúdo, sistemas de design assistido e ferramentas de automação de marketing baseadas em linguagem natural para expandir seus mercados.
Mesmo sendo uma tecnologia transformadora, a IA Generativa está longe de ser perfeita.
É como um carro autônomo de última geração: por mais avançado que seja, ainda há risco de acidentes e problemas inesperados. Para entender melhor, vamos destacar alguns desafios e limitações.
Um dos pontos que mais preocupam a comunidade científica e empresarial é o fenômeno conhecido como “alucinação de IA”.
Esse termo refere-se à capacidade de modelos generativos de criar respostas que, embora pareçam plausíveis, estão completamente erradas. Isso ocorre, em grande parte, porque esses modelos são treinados em grandes volumes de dados e, em algumas situações, combinam informações de maneira inadequada. Dados incorretos ou um treinamento deficiente podem amplificar o problema, resultando em respostas imprecisas ou até perigosas.
Em setores sensíveis, como saúde, financeiro e jurídico, essas “alucinações” podem ter consequências graves. Exemplos incluem diagnósticos médicos errados, recomendações financeiras prejudiciais ou documentos legais imprecisos, impactando diretamente a tomada de decisões e a confiança nos sistemas de IA.
Para mitigar esse problema, empresas têm investido em estratégias como validação rigorosa de modelos, uso de “modelos ajustados” (fine-tuned models) e integração com dados previamente verificados. Essas medidas visam reduzir a margem de erro e garantir que as respostas geradas sejam mais confiáveis, especialmente em aplicações críticas.
Outro desafio é a chamada “caixa-preta” que envolve muitos modelos de IA.
Em algumas soluções, é difícil saber como o algoritmo chegou a determinada conclusão. Contudo, a transparência é fundamental para que usuários e empresas confiem nos resultados gerados pelas máquinas.
Nesse sentido, organizações que adotam IA Generativa precisam investir em governança e em times multidisciplinares capazes de auditar os algoritmos.
A ausência de clareza nas decisões pode levar a questionamentos legais, perda de reputação e falta de adesão interna.
O viés de dados acontece quando o conjunto de treinamento de um modelo reflete preconceitos e/ou desigualdades da sociedade.
Por exemplo, um modelo de recrutamento automatizado que não oferece oportunidades iguais para mulheres, pessoas com mais de 45 anos ou minorias.
Isso pode gerar impactos negativos profundos, reforçando estereótipos e comportamentos discriminatórios em larga escala.
Para evitar esse problema, é crucial implementar boas práticas de coleta e limpeza de dados. Organizações devem realizar testes frequentes para identificar possíveis distorções e corrigi-las antes que elas afetem usuários no produto final.
A ascensão da IA generativa trouxe novas possibilidades para o trabalho criativo, mas também provocou reflexões profundas sobre o verdadeiro impacto da criatividade.
Alain Sylvain, da consultoria Sylvain, questiona se, como sociedade, não estamos supervalorizando a criatividade. Ele aponta que, apesar dos investimentos em tempo, dinheiro e prêmios, muitas vezes não há inovação real ou resultados expressivos.
Para ele, boas ideias precisam chegar no momento certo, considerando contexto cultural, desejo do público e infraestrutura tecnológica — o que ele chama de Peak Innovation.
Por outro lado, Brian Collins, diretor criativo da COLLINS, alerta que o uso excessivo do conceito de MVP em projetos criativos pode levar a soluções conformistas, que falham em surpreender ou emocionar.
Para o especialista, trabalhos criativos devem ter storytelling, intencionalidade e, principalmente, capacidade de surpreender.
Além desses desafios, há também preocupações éticas e regulatórias, como os direitos autorais das criações geradas por IA, que abordaremos nos próximos tópicos.
No geral, a percepção é: a IA não elimina a criatividade humana, mas redefine seu papel. Ferramentas avançadas aumentam a produtividade e potencializam ideias, mas o elemento humano — com timing, intencionalidade e significado — continua sendo o coração de qualquer inovação criativa.
Tecnologias tão poderosas quanto a IA Generativa exigem discussões profundas sobre ética e responsabilidade. E isso tem dado o tom de muitos debates entre empresas, cidadãos e governos.
No painel intitulado “Por que precisamos frear o desenvolvimento da IA”, que aconteceu no Web Summit Rio de 2023, a ativista na causa e uma das assinantes da carta para interromper os avanços recentes em Inteligência Artificial, Meredith Whittaker, presidente da Signal Foundation, disse acreditar que devemos nos preocupar com a facilidade em obter dados com a IA.
Ainda, afirmou que esse mercado é muito concentrado, o que significa que apenas grandes empresas têm os recursos para continuar com o desenvolvimento.
Apesar da opinião polêmica não ser um consenso, há uma percepção que parece ser unânime: a necessidade de regulamentação urgente e a preocupação com a questão da privacidade.
Para Chelsea Manning, Consultora de Segurança na Nym:
“É necessário que exista uma contribuição de toda comunidade tecnológica nessa discussão, pois é preciso entender melhor os impactos da IA Generativa, antes de limitá-la. É importante que a regulamentação seja específica para cada caso, de acordo com o risco envolvido, pois apesar de indispensável, ela não pode limitar o surgimento de inovações.”
Nesse caso, o interesse não é engessar a inovação, mas criar diretrizes para o desenvolvimento e para a aplicação desses modelos, minimizando riscos de mau uso.
Logo, empresas e governos devem estabelecer parâmetros de governança que garantam a segurança dos dados e a integridade dos resultados gerados pelas máquinas.
A regulação pode incluir exigências de transparência sobre a fonte dos dados, a forma de treinamento dos modelos e os métodos usados para mitigar riscos.
Em um cenário em que algoritmos geram textos, imagens e até músicas, surge a questão: de quem é o direito autoral?
Se uma IA foi treinada em milhões de imagens ou músicas, o quanto desse conteúdo original está sendo reproduzido, ainda que de forma indireta? E como ficam os direitos dos artistas e criadores originais?
Reflexões sobre privacidade também entram em jogo, pois a coleta de dados pessoais para alimentar algoritmos pode trazer riscos significativos aos usuários.
Por fim, a responsabilidade na criação e implementação de soluções baseadas em IA Generativa também deve envolver um compromisso ético.
Isso significa garantir que os sistemas sejam inclusivos, seguros e não promovam discursos de ódio ou práticas danosas.
Times diversos e bem treinados são um ótimo começo para assegurar que os modelos sejam desenvolvidos com diferentes perspectivas em mente.
Além disso, a elaboração de códigos de conduta e a participação de comitês de ética são práticas recomendadas para garantir que as organizações criem produtos que respeitem a dignidade humana e promovam a inclusão.
Uma prática interessante para fortalecer a ética no uso de IA Generativa é a implementação de auditorias algorítmicas periódicas. Esse processo avalia vieses, falhas e riscos nos modelos, ao mesmo tempo em que garante o acompanhamento contínuo dos resultados gerados.
Outra alternativa é envolver stakeholders externos — como consultores independentes ou especialistas em ética digital — o que traz mais imparcialidade e expertise ao processo.
Depois de entendermos os benefícios, desafios e a importância da ética, vamos explorar as aplicações concretas da IA Generativa em diferentes setores.
Na área médica, sistemas de IA Generativa podem analisar exames de imagem, como raios X ou tomografias, gerando relatórios e insights preliminares em poucos segundos.
Isso torna o trabalho do profissional de saúde mais ágil e pode reduzir erros de diagnóstico.
Além disso, a IA também é capaz de gerar simulações de tratamento personalizadas, levando em consideração o histórico e características de cada paciente.
Claro que as “alucinações” ainda são uma preocupação, mas, se utilizada com cautela, a ferramenta pode ser uma grande aliada para profissionais de saúde.
Se você já se surpreendeu com a precisão de recomendações de produtos em lojas virtuais, saiba que a IA Generativa pode levar esse tipo de sistema a outro patamar.
Algoritmos conseguem analisar em tempo real o comportamento do usuário em um e-commerce, de modo a oferecer sugestões de produtos e promoções que combinam com o perfil e os interesses de cada pessoa.
As possibilidades são diversas: por exemplo, ao analisar não apenas o histórico de navegação, mas também padrões sutis de comportamento — como tempo gasto em uma página específica, cliques em imagens ou abandono de carrinho, a IA pode:
Além disso, por meio da análise preditiva combinada com a IA Generativa, as empresas conseguem até mesmo ajustar seus estoques e campanhas promocionais de forma mais inteligente.
Já na esfera do atendimento, chatbots equipados com modelos generativos conseguem lidar com solicitações em linguagem natural, oferecer respostas rápidas e até mesmo lidar com questões mais complexas, graças à capacidade de aprender com cada interação.
Para isso, ferramentas de voz, como Alexa e Google Assistente, estão cada vez mais refinadas.
Hoje, existem plataformas que geram descrições de produtos, roteiros para vídeos ou até mesmo imagens fotorrealistas.
Grandes empresas, como o Google e a IBM, apontam que essas soluções reduzem drasticamente o tempo de criação de peças de marketing, manuais técnicos e outros conteúdos que antes demandavam horas de produção humana.
Para ilustrar, pense em uma editora de livros: um modelo generativo pode resumir capítulos ou traduzir passagens inteiras de forma preliminar, economizando tempo e recursos financeiros.
O futuro da IA Generativa é tão promissor quanto enigmático.
Já que há tantas ferramentas de IA generativa se consolidando no mercado, a pergunta não é mais “o que vai acontecer?”, e sim, “para onde vamos a partir daqui? Quais as medidas e caminhos devemos tomar? Quais são as possibilidades?”.
A seguir, discutiremos algumas tendências e previsões que podem nortear investimentos e estratégias nos próximos anos.
O surgimento de novas arquiteturas de rede, como o 6G, poderá ampliar exponencialmente o poder de processamento e a velocidade de transferência de dados.
Isso permitirá que modelos de IA Generativa sejam treinados em escala ainda maior, com mais espaço para soluções que envolvam realidade aumentada, robótica avançada e serviços hiperconectados.
Imagine, por exemplo, assistentes virtuais capazes de simular cenários de negócios inteiros, incluindo previsão de receitas e gastos com altíssima precisão e rapidez.
Com a expansão de fundos de investimento em IA, como o caso da parceria entre BlackRock e Microsoft, as oportunidades de crescimento parecem inesgotáveis.
O fato de que empresas de todos os portes e segmentos estão abraçando a transformação digital e integrando a IA Generativa em suas estratégias de produto leva a um cenário cada vez mais competitivo: quem souber usar a tecnologia de forma criativa e segura terá vantagens significativas, seja na redução de custos, na inovação de serviços ou na criação de novos mercados.
Para muitas empresas, a adoção dessa tecnologia não é simples. Exige planejamento, investimento em infraestrutura e uma mudança cultural que valorize dados e inovação.
É recomendado começar sempre com produtos-piloto, com validação de hipóteses em pequena escala. Dessa forma, é possível identificar obstáculos e ajustar as estratégias antes de fazer um grande rollout.
Outro ponto técnico crítico é a integração da IA Generativa com sistemas já existentes, como CRMs, ERPs e outras plataformas. O sucesso da aplicação depende de APIs bem configuradas e arquiteturas escaláveis, capazes de suportar o volume de processamento necessário para gerar bons resultados em tempo real.
Continue se aprofundando em temas relacionados:
A IA Generativa é uma tecnologia revolucionária, capaz de impulsionar negócios, acelerar o desenvolvimento de produtos e criar experiências hiperpersonalizadas.
Desde aplicações na saúde, varejo e atendimento ao usuário, até a projeção de um futuro cheio de inovações, a mensagem que fica é que estamos apenas no começo de uma nova era de possibilidades.
Se você é um líder que deseja explorar as oportunidades oferecidas pela IA Generativa, o momento para começar a agir é agora.
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Nossos times ágeis são focados em entrega contínua e geração de valor. Trabalhamos de forma estratégica, orientados aos seus objetivos e métricas de negócio.
A seguir, respondemos de forma objetiva às dúvidas mais comuns sobre IA Generativa:
É a IA que cria conteúdo novo (texto, imagem, áudio), com base em modelos treinados com grandes volumes de dados.
São, por exemplo, redes GAN, transformadores (como ChatGPT), DALL·E e outros sistemas de geração de texto, imagens e sons.
A IA tradicional classifica ou prediz; a IA generativa cria conteúdo novo, combinando padrões aprendidos.
Ele é um modelo de linguagem generativo do tipo transformer, capaz de criar textos completos em diversas áreas.