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O que é AI First: como transformar sua empresa e liderar seu mercado com Inteligência Artificial

Por 07/02/2025 04/11/2025 14 minutos

O conceito AI First representa uma nova era nos negócios — uma revolução em que a Inteligência Artificial passa a ocupar o centro das decisões empresariais. Em vez de aplicá-la de forma pontual, organizações AI First reposicionam a tecnologia como pilar estratégico, orientando investimentos, talentos e cultura para um futuro guiado por dados e automação inteligente.

Essa mentalidade transforma a maneira como empresas competem e inovam. Decisões deixam de depender da intuição e passam a se basear em análises preditivas, algoritmos de aprendizado de máquina e insights em tempo real.

Inspirado em abordagens como Cloud First e Mobile First, o modelo AI First vai além da tecnologia. Ele exige uma mudança cultural profunda, em que a Inteligência Artificial se integra a todos os níveis da organização — da operação ao planejamento estratégico.

Empresas que adotam essa visão ganham agilidade, precisão e vantagem competitiva, respondendo mais rápido às mudanças do mercado e criando experiências personalizadas em escala.

O que é AI First?

O termo AI First surgiu com gigantes da tecnologia como Google e Microsoft, que passaram a desenvolver produtos e serviços tendo a Inteligência Artificial como elemento central da estratégia.

Ser uma empresa AI First significa pensar IA primeiro. Ou seja, tomar decisões, desenhar experiências e criar modelos de negócio orientados por dados, automação e aprendizado contínuo.

Diferente do conceito AI Enabled, em que a IA é aplicada apenas para otimizar processos específicos, o modelo AI First propõe reimaginar o negócio como um sistema inteligente, onde cada área opera conectada a insights e algoritmos.

Mais do que uma tendência tecnológica, o AI First representa uma nova forma de pensar e competir — em que a Inteligência Artificial deixa de ser um recurso e se torna parte da identidade organizacional, guiando inovação, eficiência e crescimento sustentável.

Por que o modelo AI First importa agora?

A Inteligência Artificial está remodelando o mercado com uma velocidade sem precedentes. Segundo o relatório State of AI in 2025, da McKinsey & Company, 78% das empresas entrevistadas afirmam utilizar IA em pelo menos uma função de negócios, um crescimento expressivo em relação aos 72% registrados no início de 2024 e aos 55% do ano anterior.

As áreas que mais utilizam a tecnologia são TI, marketing e vendas, seguidas por operações de serviços — com destaque para o aumento recente em TI, que saltou de 27% para 36% em apenas seis meses. Esses números mostram que a IA deixou de ser uma inovação opcional e se tornou um diferencial competitivo essencial.

No Brasil, uma pesquisa da IDC (2024) revela que 53% das organizações planejam investir em IA generativa até 2026, com foco em áreas como atendimento ao cliente, marketing e automação de processos. Isso demonstra que a transformação impulsionada pela IA não está restrita a grandes corporações globais — ela já é uma realidade em empresas de todos os portes e setores.

Benefícios de adotar uma estratégia AI First

Adotar uma estratégia AI First transforma a maneira como as empresas operam, decidem e inovam. Ao colocar a Inteligência Artificial no centro da estratégia, as organizações alcançam ganhos expressivos em desempenho, agilidade e competitividade.

Veja os principais benefícios:

  • Eficiência operacional: a automação inteligente reduz custos, elimina falhas humanas e aumenta a produtividade em processos repetitivos.
  • Personalização em escala: algoritmos permitem criar experiências únicas para cada cliente, com recomendações, ofertas e comunicações adaptadas em tempo real.
  • Tomada de decisão orientada por dados: líderes passam a se apoiar em análises preditivas e insights gerados por IA, tomando decisões mais rápidas e assertivas.
  • Inovação contínua: a IA identifica padrões e oportunidades de melhoria antes mesmo que o mercado perceba, impulsionando a criação de novos produtos e serviços.
  • Vantagem competitiva sustentável: empresas AI First desenvolvem uma cultura de aprendizado constante e adaptação rápida às mudanças do mercado.
  • Crescimento e resiliência: ao integrar IA à cultura e à estratégia corporativa, a organização se torna mais ágil, inovadora e preparada para o futuro digital.

Como tornar sua empresa AI First


Para se tornar AI First, é necessário promover uma transformação cultural, reestruturar processos internos, investir em infraestrutura tecnológica robusta, desenvolver engenharia de dados avançada e integrar automação e IA para personalizar experiências.

A seguir, exploramos em detalhes os pilares dessa transformação.

Mudança de mentalidade e cultura organizacional


Um dos primeiros passos é a mudança de mentalidade e de cultura. O AI First requer uma visão centrada em dados, tecnologia e sistemas analíticos que apoiem as decisões empresariais.

Ou seja, em vez de decidir com base em intuições ou dados limitados, é preciso construir uma base de conhecimento ampla e representativa.

Essa mudança cultural depende fortemente do engajamento da liderança, da capacitação dos times e de um alinhamento claro entre objetivos de negócio e possibilidades oferecidas pela IA.

Engenharia de dados e Machine Learning


A engenharia de dados é fundamental para construir a base sólida de uma empresa AI First. O primeiro passo é a coleta estruturada e organizada de dados, seguida por processos de limpeza, validação e transformação que garantem qualidade e confiabilidade.

Afinal, sem dados consistentes e representativos, os modelos de IA não conseguem gerar resultados confiáveis.

Também é crucial investir em pipelines de Machine Learning — escaláveis, flexíveis e monitorados — que automatizam fluxos desde a ingestão de dados até a implementação de modelos em produção.

Automação de processos


A automação de processos é um pilar indispensável para empresas que aspiram se tornar AI First, pois redefine a execução de tarefas operacionais e estratégicas ao integrar inteligência diretamente nos fluxos de trabalho.

Quando isso acontece, em vez de depender de procedimentos manuais ou regras estáticas, a automação com IA permite que sistemas compreendam, adaptem e otimizem tarefas em tempo real.

A combinação de Robotic Process Automation (RPA) com modelos de IA amplia significativamente as capacidades de automação.

Enquanto o RPA lida com tarefas estruturadas, como transferência de dados entre sistemas, a IA adiciona camadas de inteligência — como o Processamento de Linguagem Natural (NLP) — para interpretar documentos não estruturados ou modelos preditivos para identificar padrões e tomar decisões automatizadas.

Por exemplo, no setor financeiro, atividades manuais como análise de faturas e conferência de pagamentos consomem horas de trabalho humano. Com a integração entre IA e RPA, algoritmos de NLP analisam faturas não estruturadas, extraem dados relevantes e verificam inconsistências, enquanto modelos preditivos identificam atrasos ou irregularidades com base em históricos de pagamento.

Personalização e experiência do usuário


Quando falamos em experiência do usuário, a personalização é o diferencial que cria vínculos mais profundos e duradouros.

A IA analisa dados comportamentais e padrões de consumo para oferecer soluções e interações que realmente façam sentido para cada indivíduo.

Por meio de algoritmos de recomendação, sistemas de atendimento automatizados e chatbots com NLP, as empresas conseguem oferecer experiências sob medida, alcançando fidelidade e satisfação do usuário.

Integração de IA em produtos digitais


Desenvolver produtos digitais com uma abordagem AI First exige integração completa da IA desde o design até a entrega final.

Cada componente do produto é projetado considerando o suporte e a melhoria contínua proporcionada pela Inteligência Artificial.

Desde a criação de interfaces adaptativas até sistemas que aprendem com o comportamento dos usuários, a IA se torna a base de soluções que evoluem e se adaptam continuamente.

Desenvolvimento de Software em um mundo AI First: o que muda


A revolução do desenvolvimento de software passa pela integração profunda da Inteligência Artificial em cada etapa do ciclo de vida dos produtos. 

Atualmente, métodos tradicionais dão lugar a abordagens mais ágeis, em que Large Language Models (LLMs) e técnicas avançadas de Processamento de Linguagem Natural ajudam desde a concepção até a entrega final dos sistemas.

Plataformas No-Code/Low-Code com IA


Uma das inovações mais significativas é o surgimento de plataformas no-code/low-code integradas à IA, que democratizam o desenvolvimento e permitem que profissionais criem soluções sofisticadas em tempo recorde.

Na SoftDesign, aplicamos Inteligência Artificial de ponta para acelerar todas as etapas do desenvolvimento de MVPs low-code. Essa integração da IA ao processo permite testar múltiplas ideias em poucas horas, em vez de semanas, alcançando até três vezes mais velocidade na entrega de soluções.

O impacto vai além da eficiência: reduz o time-to-market, permite validação com usuários reais desde as primeiras versões e possibilita a captura antecipada de valor para o negócio — transformando a IA em um diferencial estratégico que potencializa inovação e competitividade.

Gráfico destacando o aumento de produtividade impulsionada por IA, com destaque para o conceito de AI Augmented.

Ciclo de vida de desenvolvimento com IA


A Inteligência Artificial também redefine o ciclo de vida do desenvolvimento de software (SDLC), tornando cada etapa mais rápida, inteligente e eficiente.

Desde a concepção de um produto até sua manutenção em produção, a IA atua como um copiloto estratégico, apoiando tanto equipes técnicas quanto áreas de negócio.

Veja como essa transformação acontece na prática:

  • Planejamento orientado por dados: modelos preditivos ajudam a estimar prazos, custos e riscos de projeto com base em dados históricos, aumentando a previsibilidade e o controle.
  • Geração de código automatizada: ferramentas como GitHub Copilot e Amazon CodeWhisperer utilizam modelos de linguagem para sugerir, completar ou até gerar código do zero, acelerando o desenvolvimento e reduzindo retrabalho.
  • Automação inteligente de testes: a IA identifica áreas críticas do código, cria casos de teste automatizados e detecta falhas potenciais com maior precisão.
  • Revisão e otimização contínua: algoritmos analisam o código em busca de vulnerabilidades, redundâncias e gargalos de performance, sugerindo otimizações que ampliam segurança e eficiência.
  • Monitoramento e manutenção preditiva: soluções de observabilidade com IA detectam anomalias em tempo real e preveem incidentes antes que afetem os usuários.

Ao integrar IA em todas as fases do ciclo de desenvolvimento, as empresas ganham velocidade, qualidade e inteligência contínua, transformando o processo de criação de software em um fluxo cada vez mais autônomo e estratégico.

Caso de sucesso em AI First: Nubank


O Nubank, ao se tornar AI First, mostra ao mercado que usará a IA como um pilar em todas as áreas, indo além da automação tradicional. 

A abordagem de “copilotos em toda parte”, mencionada pelo CTO Vitor Olivier, indica a integração da IA em processos críticos, desde o suporte ao cliente até o desenvolvimento de software. 

Como mostramos ao longo do conteúdo, esse movimento exige mudanças estruturais, como reorganização de times e consolidação de massa crítica em IA, reforçando a inovação como fator crucial para sua competitividade e eficiência.

Um dos destaques dessa transformação é a construção de um foundation model proprietário, voltado para segurança e personalização. Esse modelo permite detectar fraudes com base em dados não estruturados, como padrões de navegação no app e comportamento de compra. 

Esse case ilustra bem como empresas AI First vão além de adotar soluções de IA em iniciativas isoladas. Elas desenvolvem internamente, com foco em processos críticos, para escalar eficiência, segurança e personalização.

Métricas e indicadores

Adotar uma estratégia AI First é apenas o primeiro passo. Para garantir que a transformação realmente gere valor, é essencial acompanhar métricas e indicadores de desempenho que reflitam tanto o impacto técnico quanto o estratégico da IA no negócio.

Entre os principais indicadores estão:

  • % de decisões baseadas em IA: mede o quanto as decisões estratégicas e operacionais da empresa são apoiadas por algoritmos, modelos preditivos e análises automatizadas.
  • Tempo médio de resposta (antes e depois da automação): avalia a eficiência operacional e o impacto direto da IA na redução de prazos e aumento de agilidade.
  • ROI de projetos de IA (investimento x ganho): analisa o retorno financeiro e produtivo obtido com as iniciativas de IA, considerando economia de recursos, aumento de receita e melhorias de desempenho.
  • Índice de maturidade em IA (pessoas, processos e tecnologia): indica o nível de integração da IA na cultura e nas operações da empresa, revelando o grau de prontidão para escalar soluções inteligentes.

Monitorar esses indicadores é fundamental para mensurar a evolução da jornada AI First e ajustar continuamente as estratégias de adoção e expansão da tecnologia.

Desafios e boas práticas

A transição para o modelo AI First oferece inúmeras oportunidades, mas também apresenta desafios que exigem planejamento, governança e visão de longo prazo.
Compreender esses obstáculos e adotar boas práticas é fundamental para garantir o sucesso da transformação digital.

Principais desafios e recomendações:

  • Integração de sistemas legados: muitas empresas ainda operam com tecnologias antigas. A adoção de IA requer APIs abertas, infraestrutura em nuvem e plataformas escaláveis, capazes de conectar dados e aplicações com segurança e eficiência.
  • Ética e transparência: soluções de IA devem ser explicáveis e auditáveis, garantindo que decisões automatizadas possam ser compreendidas, revisadas e ajustadas. A transparência é o alicerce da confiança entre colaboradores, clientes e parceiros.
  • Privacidade e conformidade com a LGPD: a proteção de dados é um pilar essencial. É necessário assegurar anonimização, consentimento e controle de acesso, reduzindo riscos legais e reputacionais.
  • Cultura organizacional: o medo de substituição pela IA pode ser minimizado com comunicação clara, requalificação profissional e incentivo à colaboração entre humanos e máquinas.

Superar esses desafios é o que diferencia empresas que apenas utilizam IA daquelas que vivem a cultura AI First — ética, adaptável e orientada a resultados.

O futuro é AI First


Em suma, adotar uma abordagem AI First vai muito além de implementar novas tecnologias. É uma decisão estratégica que redefine como as empresas competem, inovam e crescem.
Os resultados são claros: redução de custos, decisões mais ágeis e precisas, experiências de usuário aprimoradas e inovação contínua.

No futuro próximo, organizações AI First serão as mais ágeis, resilientes e inovadoras, com decisões operacionais tomadas em tempo real e baseadas em inteligência contextual.

Empresas que iniciam essa jornada agora constroem não apenas sistemas inteligentes, mas também estruturas organizacionais inteligentes, preparadas para um mercado em constante transformação.

A SoftDesign apoia empresas nessa jornada, ajudando a planejar, desenvolver e escalar soluções de IA que impulsionam crescimento, eficiência e vantagem competitiva.

Quer descobrir o nível de maturidade em IA da sua empresa?

Converse com nossos especialistas em transformação digital e inicie sua jornada rumo a um futuro impulsionado por Inteligência Artificial.

Perguntas frequentes sobre AI First


A seguir, apresentamos respostas rápidas para as principais dúvidas sobre o conceito AI First.

O que é uma empresa AI First?

É uma empresa que integra a Inteligência Artificial como pilar central em seus processos, decisões e desenvolvimento de produtos.

Como transformar um negócio em AI First?

Comece revisando a cultura e a mentalidade. Além disso, invista também em automação, Personalização e em Experiência do Usuário.

Quais são os 4 tipos de Inteligência Artificial?

Os quatro tipos são: IA reativa, IA com memória limitada, teoria da mente e autoconsciente, cada um com diferentes níveis de complexidade e capacidades.

Por fim, veja também:

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Pâmela Seyffert

Content Marketing Analyst na SoftDesign. Jornalista (UCPEL) com MBA em Gestão Empresarial (UNISINOS) e mestrado em Comunicação Estratégica (Universidade Nova de Lisboa). Especialista em comunicação e criação de conteúdo.

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