- Agilidade
Nos dias 06 e 07 de junho, o agilista Raphael Rodrigues participou do treinamento KMP I, da Lean Kanban University (LKU), facilitado pelo Kanban Coach Professional Rodrigo Yoshima. Para compartilhar os conhecimentos adquiridos no curso, Raphael aproveitou o SoftDrops e explicou aos colegas como usar o sistema, que tem por objetivo evidenciar, gerenciar e medir o fluxo de valor, afim de propor mudanças evolutivas.
O agilista iniciou sua fala baseando-se na seguinte premissa: “Kanban é evolução, não revolução”. Ou seja, ele visa um crescimento contínuo, de longo prazo, com o objetivo de promover valor na entrega do serviço para o cliente. Mais do que um simples método de organização, ele é uma forma de gestão de processos e projetos.
Raphael expôs que parar gerir os fluxos de produção de forma mais efetiva, avaliando o impacto financeiro que possa ocorrer no projeto caso as entregas não sejam priorizadas, existem quatro classes de serviço (cost of delay), que são:
• Expedite: alta prioridade – se não for feito, ocorrem perdas financeiras grandes;
• Fixed date: prioridade com prazo estabelecido – é possível realizar outras atividades paralelas, mas se essa não for entregue no prazo, também poderão haver perdas financeiras;
• Standard: fluxo contínuo – estão presentes no board, serão contínuas e o custo da não-entrega também é mensurado;
• Intangible: baixa prioridade – custos, data de entrega e possíveis perdas não são mensuradas.
A partir dessas classificações, é possível orientar o fluxo do Kanban para uma entrega mais efetiva e com alto valor agregado. “O fluxo Kanban deve estar atrelado ao propósito do cliente. Definir um fluxo técnico, sem levar em consideração a proposta inicial e o resultado esperado, não funciona”, salientou Raphael.
O work in progress é a variável do quadro Kanban que se refere ao trabalho que está sendo feito e, portanto, é a que possui maior valor dentro de um sistema. Essa variável tem por objetivo evidenciar a capacidade do time, a fim de evitar a sobrecarga de trabalho. Caso essa variável esteja em desequilíbrio e existam dificuldades para concluir as demandas, é preciso reduzir o número de atividades que estão sendo realizadas.
À semelhança das cerimônias do Scrum, de acordo com Raphael, as cadências do Kanban ocorrem para fins de alinhamento da equipe que está utilizando tal método com o objetivo de controlar seus processos. São elas:
• Replenishment (alimentar o WIP) – definir quais demandas entram. Não tem data fixa para ocorrer, mas pode ter (no Scrum ocorrem 26 vezes ao ano);
• Kanban meeting (gerenciar o WIP) – é o encontro para fazer o trabalho fluir, pode ser diário. “Kanban não é orientado para o time, é orientado para o serviço”.
• Delivery Planning (preparação para a entrega) – é o encontro para planejar a entrega final do fluxo de trabalho e criar um manifesto de entrega.
Existem ainda outras quatro cadências, que são: Operations Review (Revisão de Operações), Service-Delivery Review (Revisão de entrega de serviço), Risk Review (Análise de Risco) e Strategy Review (Revisão da Estratégia). No entanto, elas são apresentadas apenas no treinamento KMP II.
Raphael destacou que para medir a eficiência de um fluxo de Kanban é preciso controlar o tempo de ciclo das colunas (lead time), pois são elas que adiantam ou atrasam as entregas. Essa premissa é baseada na Lei de Little, que defende que em um sistema estável, a quantidade média de tempo que algo leva para atravessar um processo é igual ao número de coisas do processo dividido por sua taxa de conclusão média.
Ficou curioso para saber mais sobre Kanban? Em breve, teremos mais SoftDrops como esse aqui no blog para aprofundamento nesse tema.