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Kanban na prática

Por 04/02/2020 31/10/2023 4 minutos

Na edição do dia 20 de janeiro do SoftDrops*, o agilista Raphael Rodrigues aproveitou o espaço para fixar os conceitos do Kanban, método que visa otimizar o desenvolvimento de tarefas e o fluxo de trabalho de um produto ou serviço. O Kanban tem como principais vantagens a praticidade na implementação e a possibilidade de organizar e gerir projetos, focando em fluxo de valor.

Para que serve o Kanban

Ao desenvolver um produto ou serviço digital, o time lista as tarefas que deverão ser realizadas. Aplicando o Kanban, essas demandas são colocadas em cards e distribuídas em um quadro com colunas, como por exemplo: a fazer, em desenvolvimento e concluído.

Nesse método, Raphael salienta a importância de os times serem multidisciplinares, pois é fundamental que a equipe possa finalizar as tarefas sem dependência de pessoas de fora do time. O kanban é um sistema ‘puxado’, ou seja, é necessário que as tarefas comprometidas sejam puxadas para serem desenvolvidas e, posteriormente, concluídas para que outras possam ser realizadas. Dessa forma, evita-se o desperdício de energia e gastos excessivos com o projeto. Para definir as prioridades, deve-se observar o valor que as demandas podem agregar ao produto e não o tempo que elas demoram para ser realizadas.

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Como funciona o método

No Kanban, temos o conceito de upstream (Discovery) que é utilizado para o ciclo refinamento e descarte de demandas e definição do que será ‘puxado’ para desenvolvimento. Posteriormente, passamos para a etapa de downstream (Delivery), fase onde o trabalho comprometido passará pelo fluxo de entrega. Diferente do framework Scrum, no método Kanban não existe o conceito de Sprint e também não é necessário estimar as demandas.

No Kanban algumas métricas e variáveis são observadas a fim de mensurar os resultados e identificar possíveis melhorias no fluxo de trabalho. São elas:

1. WIP – Work In Progress: significa trabalho em progresso, ou seja, quantas tarefas estão sendo realizadas no momento; e auxilia na definição da quantidade de atividades que um time é capaz de absorver.
2. Lead Time: quanto tempo levará, em dias, para executar a tarefa do início ao fim; e pode ajudar na definição do ciclo das tarefas em cada coluna do quadro.
3. Troughput: a quantidade de tarefas finalizadas em um determinado período.

Classes de serviço

Para realizar o desenvolvimento de um produto ou serviço digital, vimos que uma série de demandas são criadas e definidas. Para gerenciar o fluxo, maximizando o valor das entregas, o agilista apresentou o conceito de classes de serviço:

1. Expedite: são as tarefas mais urgentes. Como resolver um incidente que pode comprometer o produto, por exemplo.
2. Fixed date: são as tarefas com prazo. Por exemplo: demandas que envolvem uma legislação específica com data para entrar em vigência, ou alguma atualização obrigatória de um software.
3. Standard: demandas que entram no fluxo normal de trabalho, como melhorias e novas funcionalidades.
4.Intangibles: tarefas que não podemos mensurar seus custos ou impactos, mas que com o tempo podem dar prejuízo, como a falta de atualização de um banco de dados, por exemplo.

Essas classes estão diretamente relacionadas com o custo de delay, ou seja, quanto mais demorado para puxar uma tarefa de grande valor, maior será o impacto no custo do projeto.

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Aplicando os conhecimentos

Durante o SoftDrops, Raphael convidou os participantes para testar os conceitos explorados. Em um quadro Kanban, havia um número determinado de tarefas e de profissionais. A atividade envolvia ‘puxar’ as tarefas e determinar a quantidade de pessoas que poderiam se envolver com elas e, a partir dessas decisões, os participantes ganhavam pontos. A simulação tornou possível analisar os resultados e avaliar a eficácia dos conhecimentos compartilhados.

Quer começar a utilizar essa metodologia? Na conclusão do evento, o agilista apresentou o STATIK (Systems Thinking Approach to Introducing Kanban) para quem tem interesse em aplicar a prática. Confira os passos abaixo:

PASSO 1: definir o objetivo do Kanban e as insatisfações atuais;
PASSO 2: definir as fronteiras do Kanban;
PASSO 3: mapear o fluxo (quadro);
PASSO 4: combinar cadências;
PASSO 5: definir a natureza da demanda (tipos);
PASSO 6: limitar WIP.

*O SoftDrops é um evento de troca de conhecimento que acontece todas as quartas-feiras, na sede da SoftDesign. A cada semana, um colaborador se predispõe a expor para os colegas algum tema de seu interesse, que tenha relação com os três pilares do nosso negócio: design, agilidade e tecnologia. A minipalestra dura em torno de trinta minutos e é seguida por um bate-papo entre os participantes.

Foto do autor

Cecilia Ribeiro

Product Manager, formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Com sólida experiência na Gestão de Marketing de Produto e Estratégia.

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