Quando adquirimos um produto, seja ele um carro, uma geladeira ou um produto digital, esperamos que ele execute a função a que se propõe com qualidade, ou seja, que ele funcione bem. Além disso, segundo
Don Norman no livro
Design Emocional, também esperamos (muitas vezes de forma inconsciente) que ele atinja três níveis emocionais: o visceral, relacionado à aparência; o comportamental que tem a ver com prazer e habilidade de uso; e o reflexivo, de acordo com a intelectualização do produto. Nesse sentido, quando estamos criando um produto, uma nova solução, precisamos descobrir se ele efetivamente tem potencial para atingir esses níveis e se funcionará da forma imaginada. Uma das formas de atingir esse objetivo é executar uma etapa de prototipagem, pois com ela podemos reduzir incertezas. Um protótipo é um modelo, um produto de trabalho criado para executar testes que serve para validar (ou invalidar) soluções e auxiliam na apresentação de propostas de valor. No desenvolvimento de software, o protótipo nos ajuda a materializar para o cliente quais serão as funcionalidades de um produto digital, qual será a sua interface, suas jornadas de usuários, entre outros. Porém, é preciso compreender que os protótipos não são todos iguais. Eles possuem características que variam de acordo com a fidelidade do mesmo ao produto digital e, para esclarecê-las, explicaremos agora as diferenças entre protótipos de baixa e de alta fidelidade.
Protótipos de baixa fidelidade
Imagine o seguinte: você tem uma ideia de um novo produto digital, e a você parece que ele poderia resolver o problema de muitas pessoas. Pode ser um novo aplicativo ou até mesmo um novo sistema que irá facilitar o trabalho de empresas de um determinado ramo. Mas, para ter certeza antes de fazer um alto investimento, é preciso planejar, testar e avaliar essa ideia. Nesse caso, um protótipo de baixa fidelidade pode ser uma das formas de começar a validar e amadurecer a ideia. São características dele: – Validar
premissas básicas e iniciais do produto; – Apresentar
amplamente a ideia; – Conter as
principais funcionalidades e fluxos de uso; – Possuir
baixo grau de detalhamento estético; – Não possuir recursos de interação – normalmente
não é navegável. Protótipos de baixa fidelidade são bastante utilizados por
startups early stage que querem buscar investimento; e também por setores internos de empresas que precisam aprovar orçamentos para novos produtos. Na SoftDesign, desenvolvemos protótipos de baixa fidelidade na
Concepção, serviço em que, antes de desenvolver o software, exploramos ideias, entendemos melhor os usuários, identificamos funcionalidades e escolhemos tecnologias. Também usamos protótipos de baixa fidelidade durante o
Desenvolvimento de Software, como parte do processo de
Discovery para novas funcionalidades em produtos existentes. Usamos esses protótipos como uma forma de discutir ideias e até validá-las dentro da própria equipe, antes de partir para o refinamento da solução. Na imagem abaixo podemos ver um exemplo de protótipo de baixa fidelidade, desenvolvido por UX/UI Designers da SoftDesign, na ferramenta
Whimsical – para este fim também utilizamos a ferramenta
Miro. Perceba que ele é voltado muito mais às funcionalidades do produto digital – ou seja, o problema que ele resolve – do que à estética.
Protótipos de alta fidelidade
Agora imagine o seguinte: você já discutiu bastante a sua ideia, já teve mais de um ciclo de evolução dela com base em dados qualitativos e em
benchmarking, e agora quer partir para testes com usuários. Chegou a hora de criar um protótipo de alta fidelidade. Protótipos de alta fidelidade têm como características: – Representar
fielmente o novo produto digital, tanto em relação às funcionalidades quanto à estética e comportamento; – Apresentar
detalhes das operações e suas extensões, como funcionalidades de botões e possíveis retornos de erros; – Conter as
possíveis e diferentes etapas percorridas pelos usuários; – Normalmente
é interativo e
navegável. É importante observar que o protótipo de alta fidelidade ainda não é o produto. Por exemplo, se seu produto é um aplicativo, o seu protótipo de alta ainda não tem código escrito, nem o mesmo funciona de fato. Ele é apenas uma forma de simular o funcionamento para testar alguns aspectos específicos da solução. Protótipos de alta fidelidade podem ser usados para: – Definir a
versão final do design UI que deve ser aplicado no produto; –
Testar com usuários reais o entendimento da proposta de valor do produto, ou o
entendimento da terminologia adotada (UX Writing); – Se forem interativos,
testar com usuários reais o entendimento do fluxo e a interação entre o usuário e o produto. Na SoftDesign, criamos protótipos de alta fidelidade no serviço de Desenvolvimento de Software em dois momentos: durante o processo de
Discovery para testar novas ideias; ou durante o Refinamento, para planejar e comunicar a UI para todos os envolvidos no projeto. Na imagem abaixo podemos ver um protótipo de alta fidelidade criado por UX/UI Designers da SoftDesign na ferramenta
Figma. Perceba que ele já é mais completo e envolve a visualização detalhada de cada etapa percorrida pelo usuário.
Você pode ainda estar se perguntando: será que eu preciso de um protótipo de baixa ou alta fidelidade? Ao desenvolver protótipos, o mais importante é ter em mente que ele é uma estratégia para comunicação e aprendizado. Isso significa que, para escolher, você deve pensar no que quer aprender com ele:
– Quer exercitar o entendimento e comunicar melhor uma possível solução? Protótipos de baixa fidelidade, feitos em papel, podem ser suficientes. Ou, se não gostar do papel, você pode usar ferramentas como o Miro ou Whimsical para criar
wireframes.
– Quer testar se uma solução se adequa a um fluxo, e como será a interação entre o usuário e o produto? Você pode fazer isso em baixa fidelidade, desenhando um
storyboard, ou em alta fidelidade com um protótipo funcional.
– O produto é físico? Você pode testar a interação com ele, testando questões como tamanho, adequação para o uso, como vai ser a manipulação e outras, fazendo um protótipo de baixa fidelidade em papelão por exemplo, ou um de alta fidelidade, em uma impressora 3D. Ou seja, não há certo ou errado em protótipos, a ideia é usar a criatividade para encontrar a melhor maneira de simular a solução de forma rápida e com baixo custo, sempre prezando pelo aspecto que você quer testar e gerar aprendizado. Assim, é possível reduzir a incerteza e o risco antes de partir para a construção efetiva do produto ou da funcionalidade.
Precisa de ajuda para desenvolver os protótipos do seu produto ou serviço digital? Preencha o formulário abaixo que em breve entramos em contato!