O ano está chegando ao fim e, como de costume, a Gartner listou dez tendências de tecnologia para 2020. A Top 10 Strategic Technology Trends for 2020 surge estruturada sob a ideia de espaços inteligentes centrados nas pessoas; ou seja, em como as novas tecnologias irão afetar as pessoas e os locais que habitam. A ideia é incentivar a melhoria de vida e dos negócios, sempre considerando como prioridade o fator humano.
Vamos à lista:
A automatização de tarefas que antes eram realizadas por humanos não é novidade. Mas a hiperautomatização se refere a uma sofisticação da automação já existente. Ela consiste na aplicação de processos de automação robótica (RPA) e softwares de gerenciamento inteligente de negócios (iBPMS) para viabilizar decisões cada vez mais orientadas por Inteligência Artificial (AI). Frequentemente, a hiperautomatização resulta na criação de um digital twin (DTO).
Os computadores serão cada vez mais multissensoriais e multitoque, equipados com sensores e tecnologias vestíveis. A multiexperiência concentra-se em experiências imersivas que usam Realidade Aumentada (RA), Realidade Virtual (RV), Realidade Mista (RM) e interfaces homem-máquina multicanal.
Pessoas com fácil acesso a conhecimentos técnicos ou de negócios sem a necessidade de treinamentos extensos e caros. A democratização da tecnologia se concentra em quatro principais áreas: desenvolvimento de aplicativos, dados e análises, conhecimento e design. A ideia é que profissionais de tecnologia, como desenvolvedores, por exemplo, recorram ao desenvolvimento orientado para IA para gerar códigos e automatizar testes.
A expansão do ser humano consiste no uso de tecnologia para aumentar as capacidades físicas e cognitivas. O aumento físico se divide em quatro: sensorial (visão, audição, percepção); de apêndices e funções biológicas (exoesqueletos e próteses); de cérebro (implantes para tratar convulsões); e genético (terapia somática de células e de genes). Já o aumento cognitivo aprimora a capacidade do ser humano de pensar e tomar decisões, por exemplo, explorando informações e aplicativos para melhorar o aprendizado e novas experiências. Vale lembrar que a expansão do ser humano traz consigo uma série de implicações culturais e éticas.
A European Union’s General Data Protection Regulation (GDPR), assim como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil chegam para regulamentar o uso de dados dos consumidores. A tendência transparência e rastreabilidade foca-se em seis elementos-chave que objetivam o reestabelecimento da confiança na tecnologia: ética, integridade, abertura, responsabilidade, competência e consistência.
A computação de borda diz respeito à descentralização do processamento de informações e da coleta e entrega de conteúdo: ao invés de estarem alocados na nuvem, eles são colocados próximos às suas fontes de informação com o objetivo de minimizar a latência (tempo entre o início e o fim de um evento). A empowered edge é essencial para a Internet das Coisas (IoT), visto que viabiliza que aplicativos e serviços estejam mais próximos das pessoas, formando bases para espaços inteligentes.
Na mesma direção da tendência anterior, a nuvem distribuída permite que data centers (centros de processamento de dados) estejam localizados em qualquer lugar, resolvendo problemas técnicos e de latência, como também desafios regulatórios – soberania de dados. Ou seja, a distributed cloud consiste na distribuição de serviços públicos de nuvem fora dos data centers provedores, ainda que todos sejam controlados pelo mesmo provedor que é responsável pela arquitetura, entrega, operações, governança e atualizações de serviços em nuvem.
Drones, robôs, navios e equipamentos que exploram IA para realizar tarefas são considerados coisas autônomas. Essa tecnologia inclui uma variedade de ambientes como ar, mar e terra; um espectro de tecnologia que vai do semiautônomo ao totalmente autônomo; e a possibilidade de ser usada em espaços controlados ou espaços públicos abertos.
O blockchain é um sistema distribuído que utiliza uma rede peer-to-peer (P2P) para compartilhar entre seus nós o chamado ledger, ou livro-razão. O livro-razão contém todas as transações que já foram executadas na rede – que não podem ser alteradas – e está constantemente recebendo e concatenando novos dados em blocos.
Apesar de já ser utilizado em diversas situações, o blockchain permanece imaturo para implantações corporativas devido a uma variedade de problemas técnicos que incluem baixa escalabilidade e interoperabilidade. Por isso, atualmente há uma abordagem prática da blockchain, que implementa somente alguns elementos da tecnologia tornando o livro-razão independente de aplicativos e participantes individuais, replicando-o em uma rede distribuída para criar um registro oficial de eventos significativos.
Hyperautomatization e autonomous things são tecnologias em evolução que oferecem oportunidades transformacionais no mundo dos negócios. Porém, elas criam novas vulnerabilidades de segurança que precisam ser controladas. A segurança da IA foca-se em três principais aspectos: (1) proteger sistemas alimentados por IA; (2) usar IA e Machine Learning (ML) para entender padrões e automatizar processos de segurança; e (3) identificar previamente possíveis ataques.
E aí, o que achou das tendências de tecnologia para 2020 da Gartner? Algumas delas já haviam sido citadas no relatório de 2019, mas permanecem em evidência para o próximo ano. Agora, nos resta esperar os próximos meses para desvendar o grau de confiabilidade dessa lista.
Até 2020!
Fonte: Gartner
23 de novembro de 2023