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Design Thinking no desenvolvimento de software

Por 29/10/2019 22/04/2024 5 minutos

O desenvolvimento de software é uma disciplina relativamente jovem. Em seu início, em meados da década de 1970, ela foi fortemente influenciada por práticas de outras áreas, como engenharia e manufatura. Nos últimos anos, entretanto, evoluímos no entendimento das suas peculiaridades e novas abordagens foram criadas para o desenvolvimento de software.

Por exemplo: nos primórdios os ‘especialistas’ coletavam os requisitos, depois se fechavam nos seus escritórios para programar por alguns meses e então, quando tudo estava pronto, o software era entregue. Com o tempo, aprendemos que produtos digitais precisam ser desenvolvidos de forma incremental, adaptativa e colaborativa, porque não é possível conhecer todos os requisitos no início do projeto. Entendemos que precisávamos trabalhar em ciclos com velocidade e flexibilidade, chegando assim às abordagens ágeis.

Outra evolução desses últimos anos foi compreender que o sucesso de um produto ou serviço digital não deve ser medido por sua capacidade de atender a um prazo e escopo. Seu êxito se dá devido a adoção do produto pelos usuários, pela capacidade do mesmo de resolver o problema a que se propõe, e pelos resultados que ele traz. E assim o desenvolvimento de software encontrou-se com outra disciplina: o design.

Qual o papel do design no desenvolvimento de software?

Antes de mais nada, é preciso salientar que o design não relaciona-se somente com a questão da estética: ele preocupa-se também com a função e a experiência. Assim, quando envolvemos os usuários no processo de criação de um produto digital, não estamos preocupados necessariamente em saber se eles acham o mesmo bonito, mas sim em entender questões como: 

  • Qual problema que o produto resolve? 
  • Quem sofre desse problema? 
  • De que maneiras o produto ajuda a resolver o problema? 
  • Como o produto será usado? 
  • Como é o dia a dia da pessoa que vai usar a solução e como a solução impacta esse dia a dia? 

Ou seja quando falamos de design, estamos nos referindo a projetar o produto em seu aspecto funcional, para que ele esteja adequado a sua necessidade e uso. 

Como responder a essas perguntas?

Se nossa abordagem for o Design Thinking, responderemos a essas perguntas por meio de pesquisa com usuários e testes de protótipos.

  • A pesquisa com usuários (user research) tem como foco entender os comportamentos, necessidades e sentimentos dos usuários de forma sistemática, usando técnicas de pesquisa maduras para obter informações e insights;
  • Já o teste de protótipos é feito para avaliar ideias e evoluir apenas aquelas que têm potencial – por isso, os testes são feitos com usuário reais.

Isto é, o envolvimento de usuários reais é um componente obrigatório no trabalho de design de um novo produto ou serviço digital.

Por que envolver os usuários é tão desafiador?

Primeiro porque, como falamos anteriormente, este é um conceito relativamente novo na área de software, e muitos profissionais não foram treinados para isso. A pesquisa com usuários (user research) é uma área de conhecimento ampla e que exige estudo e preparação para conhecer suas técnicas possíveis.

Além disso, há o aspecto humano: interagir com os usuários é desafiador pois é preciso lidar com grupos de pessoas e acessar questões intensas, como opiniões e sentimentos.

E, por fim, as questões operacionais se impõem. Como selecionar pessoas para participar? Onde encontrá-las? Será preciso pagar pela participação delas? Quanto pagar? Como não influenciar os participantes? Qual a confiabilidade dos resultados obtidos?

Como começar?

Nossa sugestão, que é resultado da nossa experiência prática, envolve iniciar pela transformação da cultura e pela aplicação de treinamentos.

  1. Crie a cultura do design – O principal aspecto é que a sua organização consiga absorver o ‘jeito de pensar’ do Design Thinking e entenda a importância do mesmo. Seja questionador: sempre que alguém fizer uma afirmação sobre a opinião dos usuários, questione como essa conclusão foi obtida. Quando essa cultura estiver difundida, as técnicas de pesquisa começarão a surgir naturalmente. 
  2. Técnicas básicas – Treine os colaboradores nas técnicas mais básicas do DT. Não tente usar tudo ao mesmo tempo, até porque isso exige um planejamento de orçamento. Comece incorporando as técnicas mais simples em cada fase do seu processo, para assim, aos poucos, evoluir. 

A partir daí, existem muitos recursos online para lhe ajudar, como os portais de conteúdo voltados a User Experience Design (UX Design), além de vários livros que apresentam técnicas e aprofundam o user research. Aqui na SoftDesign, nosso serviço de Concepção de produtos digitais é um exemplo da aplicação do Design Thinking para a criação de novos produtos. Também oferecemos o serviço de Consultoria em Design que usa esses mesmos conceitos, porém mais focado em UX e UI.


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Karina Hartmann

Karina é especialista em Inovação e Produtos Digitais, dedicando-se à concepção de novos negócios e soluções tanto para startups quanto para grandes empresas. Na SoftDesign, atua ainda como Líder em Product Management. Com mais de 15 anos atuando na área de Tecnologia, já desempenhou papéis variados, incluindo gerência de projetos, análise de sistemas, programação Java e melhoria de processos. É Mestre em Administração pela UFRGS, onde estudou métodos de desenvolvimento de produtos digitais inovadores. É Bacharel em Matemática Aplicada e possui pós-graduação em Governança de TI e Digital Business. Além disso, detém certificações CSM, PMP e CFPS.

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