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Publicado dia 21 de janeiro de 2021

Como escrever uma boa história de usuário

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Como escrever uma boa história de usuário

Quem trabalha com desenvolvimento de software já sabe que os métodos ágeis vieram para aprimorar o processo de criação de um serviço ou produto digital. Diferente do modelo cascata – preditivo e sequencial – o ágil é iterativo, incremental e dinâmico.

Nesse contexto, o Product Owner (PO) cumpre um importante papel. É essa pessoa que irá maximizar o valor das entregas do time, principalmente a partir do gerenciamento do backlog. As histórias de usuários são peças-chave para pensar como o produto será repartido em tarefas, para então ser desenvolvido. Com isso em mente, conversei com a PO Bruna Ricardo que explicou alguns detalhes sobre o tema e ainda contribuiu com dicas para aqueles que atuam na área.

Afinal, o que é uma história de usuário?

De acordo com Bruna, uma história de usuário descreve, a partir de um cenário, a necessidade do usuário de maneira simples, para que o time tenha uma fácil compreensão do que está sendo solicitado. Isso foi pensado, pois no formato tradicional de desenvolvimento, acontecia uma documentação formal dos requisitos sistema. Em diversos casos, essa formalidade dificultava a contextualização das funcionalidades, tornando o processo mais engessado e demorado.

Sendo assim, as histórias de usuários são descrições do cliente, da sua dor e da ação que ele irá realizar dentro do produto. De maneira informal, elas fornecem o ponto de vista do usuário final, permitindo que todos no time avaliem se as escolhas que estão fazendo no projeto têm sentido. Tecnicamente, cada user story representa um item no backlog do produto. Em suma, elas são pequenas ações individuais que geram valor para o usuário.

Benefícios de utilizar histórias de usuários

Conforme comentamos anteriormente, a PO salientou que as user stories auxiliam o time a compreender o funcionamento do negócio. Para Bruna, é importante que todos tenham um entendimento completo do contexto em que estão trabalhando.

Acredito que nessa aproximação de todo o time com o negócio – não apenas do PO e do Designer – todos acabam tendo um entendimento completo do porquê e para quem estamos construindo o produto.

Além disso, com histórias menores os desenvolvedores conseguem estimar com maior precisão o tempo de desenvolvimento da tarefa: isso impacta diretamente no ritmo da sprint, pois dessa forma ela terá pouca variação de velocidade. Bruna ainda reforçou que isso também facilita o planejamento dessas sprints e que essa forma de trabalho acaba tornando as tarefas dinâmicas e – por consequência – deixa o time mais motivado.

Dicas para escrever as histórias de usuário

Para que as histórias de usuário entreguem efetivamente valor, é preciso seguir algumas práticas durante o processo de escrita. A PO recomendou alguns itens que podem auxiliar nessa tarefa. Confira abaixo:

– Conforme comentamos, é importante que o time saiba quem é o usuário e com quem estão falando;

– Uma user story precisa ser sucinta, descrevendo apenas o suficiente para que o leitor possa identificar a necessidade do usuário;

– As histórias de usuário devem ter um conjunto pequeno de critérios de aceitação, que irá delimitar quando a funcionalidade está completa. Dessa forma, é possível determinar o que entrega valor. Caso tenham muitos critérios, Bruna recomenda avaliar com o time a possibilidade de quebrar a história em outras, sempre cuidando para que cada história mantenha-se entregando valor e não crie dependências para o time de desenvolvimento;

– É importante complementar as user stories com cenários de teste. Assim é possível determinar o comportamento esperado para a funcionalidade;

– E o mais importante, elas devem ser escritas a partir do ponto de vista do usuário: “Isso evita que foquemos na solução – o que irá trazer benefícios não só para o usuário, mas para o time. Este é o momento de tornar a necessidade do usuário clara para pensarmos soluções simples. Por exemplo, é comum cair na tentação de incluirmos na história que o usuário deseja ‘buscar algo’ quando, na verdade, se pensarmos do ponto de vista dele, o que ele realmente quer é ‘encontrar algo’. E, neste caso, para ele atingir seu objetivo existem diversas soluções, dentre elas, uma funcionalidade de busca”.

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Cecilia Ribeiro

Analista de Marketing da SoftDesign, é formada em Jornalismo (UFRGS). Com experiência em criação de conteúdo digital, atua nas áreas de Marketing Digital e Estratégico.

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