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ChatGPT, Blockchain e ESG foram alguns dos temas mais debatidos na South Summit Brazil 2023. Entretanto, o maior destaque da segunda edição do evento de inovação foi o setor Agritech, que representa 4,1% das startups nacionais. Conforme o Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Startups, em 2022 foram criadas 1.753 startups no Brasil, sendo 72 delas voltadas ao Agronegócio. Esse cenário já impacta a vida de produtores rurais, que cada vez mais encontram na tecnologia uma forma de expandir fronteiras e negócios.
Para compreender melhor o que podemos esperar do futuro das Agritechs, compartilhamos no artigo abaixo highlights importantes de palestras que abordaram tendências do setor na South Summit Brazil. O evento reuniu mais de 22 mil pessoas e 900 speakers em Porto Alegre, e contou com uma programação intensa, repleta de conteúdos e debates, realizados em oito palcos simultâneos.
No painel The Growth of Cryptocurrencies Can Expand Agribusiness, empresários do mercado Agritech conversaram sobre o uso de criptomoedas para aumentar a segurança e a rastreabilidade do processo produtivo. Para Eduarda Schneider, CEO da Agricon, conectar produtores rurais com compradores globais a partir do blockchain é um grande desafio. “Trabalhamos para que o produtor do interior consiga exportar diretamente seu produto de forma rastreável e segura, sempre levando em conta práticas de ESG”.
Para desmistificar esse processo, Eduarda explicou como essas transações funcionam na prática. “De um lado está o produtor, que registra seu lote (de café, arroz, soja etc.) e define um valor de comercialização. De outro o comprador, que pode estar no Brasil, na China ou em qualquer lugar. Ao acessar a plataforma da Agricon, as duas partes buscam por um match perfeito, que atenda necessidades, demandas e orçamentos”.
Quando isso acontece, o interesse de comercialização é informado aos usuários. Logo após, parceiros logísticos e de câmbio são acionados para agregar transparência e rastreabilidade aos produtos agrícolas que serão exportados. “Queremos dar acesso e poder ao produtor rural por meio da economia da conectividade. Nossa missão é levar o Agronegócio brasileiro para todos os cantos do mundo”, ressalta a CEO da Agricon.
Conectar os players dessa cadeia e valorizar iniciativas sustentáveis também são objetivos de Rafael Brauner, CEO da AgriGooders. “Fazemos isso por meio de protocolos já existentes no mercado, que são analisados e transformados em pontuação. A recompensa é um cripto ativo sustentável que monetiza boas práticas. Com esse crédito, o produtor rural pode efetuar transações no marketplace da AgriGooders ou converter o valor em moeda corrente. Esse tipo de ação desperta o interesse de corporates e impulsiona a sustentabilidade no campo”.
Já no painel Intersection of Agriculture, Technology and Sustainability When Fostering Development, Beto Bina, Co-Founder da FarFarm, falou sobre o desafio de usar a tecnologia para empoderar a Agricultura Familiar. “Ter um bom impacto ambiental é caro, mas nós acreditamos que sustentabilidade sem justiça social só sustenta a desigualdade”.
Em sua fala, Bina destacou o trabalho de uma das empresas que integram seu projeto, a marca de calçados franco-brasileira Vert. “Trata-se de uma empresa do mercado de luxo e, por isso, felizmente pode investir em sustentabilidade. Por meio dessa parceria, desenvolvemos uma cadeia produtiva de algodão orgânico na Amazônia, regeneramos áreas degradas, investimos na igualde de gênero e apoiamos mulheres da região”.
Pedro Dusso, CEO da Aegro, também integrou o painel e destacou que há mais de dez anos foi cativado pelo Agronegócio brasileiro, que exportou US$ 159,09 bilhões no ano passado. “Eu tive a oportunidade de testemunhar o crescimento de dois ecossistemas: o de inovação em Porto Alegre e o de Agritech no Brasil. E essa conexão entre sustentabilidade e agricultura é essencial, já que a cadeia fica mais robusta quando distribuímos e diversificamos a produção”.
Por meio de um software de gestão agrícola, o app da Aegro permite que produtores registrem atividades de campo, consultem estoque e controlem seus custos. “Muitas vezes, os sistemas são vistos como algo burocrático, e a maior preocupação do produtor é deixar um legado para as próximas gerações. As famílias querem fazer isso de forma simples e sem complicação. É justamente para trazer essa mobilidade e análise de dados às fazendas que a Aegro existe”.
Já o painel When Sustainability and Agribusiness Meet reuniu lideranças de vários países para debater a sustentabilidade no mercado Agritech. Segundo Robyn O’Brien, Founder da Sirona Ventures, 80% dos americanos consomem produtos orgânicos, mas poucas fazendas investem nesse tipo de produção. “Nosso desafio é encontrar investimento para fazer essa transição sustentável. O solo é nossa base de dados e a América precisa construir um modelo de negócio escalável, que dependa menos da importação de alimentos”.
Thiago Mendes, Sócio da Barn Investimentos, comentou que o Brasil tem a agricultura mais sustentável do planeta. “2/3 dos nossos territórios são de preservação, e temos uma legislação muito rigorosa em relação ao meio ambiente, principalmente no que diz respeito à Amazônia. Precisamos entender que já somos um país sustentável. Claro que há muito o que fazer, mas estamos a frente de vários países”.
Além disso, Mendes ressaltou que a análise de dados é essencial para impulsionar a inovação no campo. “Mais de 60% da produção da agricultura brasileira é de alimentos biológicos, e nossa produtividade aumenta a cada ano, o que nos torna líderes nesse segmento. Só conseguimos fazer isso por meio da tecnologia. Agora, o que temos que nos questionar é: como vamos produzir mais, sem expandir o uso de terra?”
Antonio Salles, Co-Founder da Mandi Ventures, defendeu que atualmente existem muitos fundos financeiros e tecnologias no mercado capazes de tornar o campo mais sustentável. Mas afinal, as empresas estão realmente mais conscientes? “Quando olhamos para a cadeia de valor descobrimos que tudo está conectado. Vemos esse entendimento e movimento das grandes empresas migrando para pequenos produtores”, concluiu.
Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o PIB do Agronegócio foi responsável por 27,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2022. O agro está presente na nossa mesa, roupas e calçados, mas também em combustíveis, cosméticos, medicamentos e produtos essenciais ao nosso dia a dia.
Para muitos pesquisadores e empresários presentes na South Summit Brazil 2023, o mercado Agritech é o futuro, e com um ecossistema fortalecido podemos criar soluções digitais mais sustentáveis, capazes de transformar os negócios e preservar o planeta. Na SoftDesign, nós também acreditamos que a tecnologia transforma as organizações.
Nossas squads atuam na Concepção e Experimentação de novos produtos, além do Desenvolvimento de Software sob medida para atender as necessidades de cada empresa. Se você possui uma ideia e quer criar uma startup voltada ao Agronegócio, ou se já faz parte do universo Agritech e está em processo de escalada, preencha o formulário abaixo e converse agora mesmo com nosso time de especialistas. Juntos, inovaremos em produtos e serviços digitais.
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