O mês de outubro já passou e o de novembro já está quase no final, mas nunca é tarde para falarmos de saúde. Esses dois meses do ano são conhecidos pelas campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, que objetivam conscientizar mulheres e homens sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de próstata.
Mesmo com a atenção voltada para a pandemia de coronavírus, não podemos esquecer dessas outras doenças. Afinal, só neste ano (2020), 66.280 mulheres no Brasil foram diagnosticadas com câncer de mama; e 65.840 homens receberam o diagnóstico de câncer de próstata. Por isso, para aprendermos um pouco mais sobre esse assunto, separamos aqui algumas informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Não existe uma doença única que recebe o nome de câncer. Na verdade, essa nomenclatura é dada a mais de 100 doenças que têm uma característica comum: o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Tais células dividem-se e crescem rapidamente de forma agressiva, determinando a formação de tumores.
O câncer surge de uma mutação genética, uma alteração no DNA da célula. O DNA é responsável por passar instruções à célula sobre sua estrutura, forma e atividade e, quando ocorre essa mutação, tais instruções passam a estar erradas. A célula torna-se maligna e multiplica-se, dando origem à doença.
Carcinomas são os cânceres que começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas. Sarcomas são aqueles que tem como ponto de partida os tecidos conjuntivos, como ossos, músculos ou cartilagem. E a metástase é a capacidade que as células cancerosas têm de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes – atributo que varia entre os diversos tipos de câncer.
No caso do câncer de mama, a multiplicação desordenada acontece com as células da mama, dando origem ao tumor. Neste caso, também não há somente um tipo da doença: existem diversos tipos de câncer de mama e isso interfere na sua evolução. Apesar de ser mais comum em mulheres, ele também pode acometer homens – 1% do total dos casos.
Não há somente uma causa para a doença, mas existem fatores de risco, como por exemplo:
– idade: aproximadamente 4 entre 5 casos ocorrem após os 50 anos;
– obesidade e sobrepeso após a menopausa, assim como sedentarismo e inatividade física;
– primeira menstruação antes dos 12 anos de idade;
– uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);
– história familiar de câncer de ovário ou de mama: principalmente antes dos 50 anos de idade.
Desses fatores, existem alguns que podem ser prevenidos, como praticar atividade física, alimentar-se de forma saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de contraceptivos hormonais. Além disso, é preciso estar atento aos sinais e sintomas, como:
– Nódulo (caroço) fixo e geralmente indolor na mama – principal manifestação da doença;
– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
– Alterações no bico do peito (mamilo);
– Pequenos nódulos nas axilas ou pescoço;
– Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
Para todos esses sinais citados acima, o autoexame e a frequência de visitas à ginecologista desempenham papel fundamental na detecção. Em grande parte dos casos, esses hábitos garantem a descoberta precoce que aumenta a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias. A mulher deve conhecer o seu corpo e estar atenta a quaisquer pequenas mudanças, buscando auxílio médico.
No caso do câncer de próstata, a multiplicação desordenada acontece com as células da próstata, dando origem ao tumor. Esse é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele.
O câncer de próstata é considerado um câncer de 3ª idade, pois aproximadamente 75% dos casos do mundo acontecem após os 65 anos. Seu crescimento normalmente é lento (leva cerca de 15 anos para atingir 1cm³), mas existem exceções em que rapidamente ocorre a metástase.
São fatores de risco:
– a idade, conforme citado anteriormente;
– pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos;
– excesso de gordura corporal;
– exposição a aminas aromáticas, arsênio, produtos de petróleo, motor de escape de veículos, fuligem e dioxinas (comuns em diversas indústrias).
Assim como em relação ao câncer de mama, a prevenção passa por hábitos de vida saudáveis, como a prática frequente de atividades físicas e alimentação saudável. Porém, o câncer de próstata é menos sintomático do que o de mama, o que torna a visita frequente ao urologista (e a consequente realização de exames) extremamente importante.
Quando esse já está em fase avançada, pode provocar dor óssea; sintomas urinários como dificuldade de urinar, diminuição no jato de urina e sangue na urina; infecção generalizada; ou insuficiência renal.
É importante salientar que de todos os casos de câncer no mundo, entre 80% e 90% estão associados a causas externas, como mudanças provocadas no meio ambiente (água, terra, ar, indústrias químicas), hábitos e estilos de vida (alimentos, exercícios, medicamentos). Todos esses fatores têm o poder de alterar a estrutura genética, o DNA das células.
A doença acaba sendo mais frequente após os 50 anos pois o processo natural de envelhecimento do ser humano provoca mudanças nas células, tornando-as mais suscetíveis a tais agentes externos. Somente de 10% a 20% dos casos têm relação com fatores genéticos, que se ligam a capacidade do organismo de se defender das agressões. São raros os casos que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos.
Por isso, a prevenção envolve cuidados com o meio ambiente; hábitos saudáveis; exames laboratoriais frequentes; vacinação; e diminuição da exposição a agentes cancerígenos no trabalho.
Para informar-se ainda mais sobre o câncer, que em 2020 já foi diagnosticado em mais de 600 mil pessoas no Brasil, recomendamos o acesso e a leitura atenta ao site do INCA: https://www.inca.gov.br/.
27 de março de 2023
21 de junho de 2022